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SEIS MOTIVOS POR QUE A RELIGIÃO FAZ
MAL
A
religião faz os seguintes males:
1- promove o tribalismo;
2- ancora os crentes à Idade do Ferro;
3- faz da fé uma virtude;
4- desvia impulsos generosos e boas intenções;
5- promove a inação;
6- busca o poder de forma extremamente prejudicial à sociedade.
"Seis motivos por que a religião faz
mal para a sociedade
Postado em 23 nov 2014
por : Diario do Centro do Mundo
Em 2010, o sociólogo Phil Zuckerman publicou o livro “A
Sociedade sem Deus: O que as nações menos religiosas podem nos dizer sobre o
Contentamento”. Zuckerman alinhou provas de que
as sociedades menos religiosas tendem também a ser as mais pacíficas, prósperas
e justas, com políticas públicas que ajudam as pessoas a florescer, enquanto
diminuem o desespero e a gula econômica.
Podemos discutir se a prosperidade e a paz levam as pessoas a ser menos
religiosas ou vice-versa. Na verdade, as evidências apóiam a visão de que
a religião prospera com a ansiedade existencial.
Mas, mesmo se este for o caso, há boas razões para suspeitar que a ligação entre
religião e sociedades com problemas vai nos dois sentidos. Aqui estão seis
indicativos de que religiões fazem com que seja mais
difícil alcançar a prosperidade pacífica.
1. A religião promove o tribalismo. Infiel, selvagem, herege. A religião
divide entre conhecedores e estranhos. Ao invés de boas intenções, os adeptos
muitas vezes são ensinados a tratar estranhos com desconfiança. “Não
vos ponhais em jugo desigual com incrédulos”, diz a Bíblia cristã. “Eles
querem que você não creia como eles não creem, e então vocês serão iguais;
portanto, não sejais amigos deles“, diz
o Alcorão (Sura 4:91).
Na melhor das hipóteses, ensinamentos como esses desencorajam ou mesmo proíbem
os tipos de amizade e casamentos mistos que ajudam clãs e tribos a passarem a
fazer parte de um todo maior. Na pior das hipóteses, os
forasteiros são vistos como inimigos de Deus e da bondade, potenciais
agentes de Satanás, sem moralidade e não confiáveis. Os crentes podem se
amontoar, antecipando o martírio. Quando tensões latentes entram em erupção,
sociedades se dividem com falhas sectárias.
2. A religião ancora crentes à Idade do Ferro. Concubinas, encantamentos
mágicos, povo escolhido, apedrejamentos… A Idade do Ferro foi uma época de
superstição galopante, ignorância, desigualdade, racismo,
misoginia e violência. A escravidão tinha sanção
de Deus. Mulheres e crianças foram literalmente
posses dos homens. Pessoas desesperadas sacrificavam animais, produtos
agrícolas, e os soldados inimigos organizavam holocaustos com o objetivo de
apaziguar os deuses.
Os textos sagrados, incluindo a Bíblia, a Torá e o Alcorão, preservaram e
protegeram os fragmentos da cultura da Idade do Ferro, colocando o nome de Deus
para endossar alguns dos piores impulsos humanos. Qualquer crente que queira
desculpar o seu próprio temperamento, senso de superioridade, belicismo,
intolerância ou destruição planetária pode encontrar validação nos escritos que
afirmam ser de autoria de Deus.
Hoje, a consciência moral da humanidade está evoluindo, fundamentada em uma
compreensão cada vez mais profunda e mais ampla da Regra de Ouro. Mas
muitos crentes conservadores não podem avançar. Eles estão
ancorados à Idade do Ferro. Isto os coloca contra as mudanças em uma batalha
interminável que consome energia e atrasa a resolução criativa de problemas.
3. A religião faz da fé uma virtude. Confie e obedeça pois não há maneira
de ser feliz sem Jesus. O Senhor opera de formas misteriosas, dizem os pastores
a pessoas abaladas por um câncer no cérebro ou um tsunami. A fé é uma virtude.
Como a ciência ganhar o território que já foi da religião,
crenças religiosas tradicionais exigem cada vez maiores defesas mentais contra
informações ameaçadoras. Para ficar forte, a
religião treina os crentes para a prática do auto-engano, afastando evidências
contraditórias. Esta abordagem se infiltra em outras partes da vida. O
governo, em particular, torna-se uma luta entre ideologias, em vez de uma busca
para descobrir entre soluções práticas, baseadas em evidências que promovam o
bem-estar.
4. A religião desvia impulsos generosos e boas intenções. Sentiu-se
triste sobre o Haiti? Doe para nossa mega-igreja. Grades campanhas em tempos de
crise, felizmente, não são a norma, mas a religião redireciona a generosidade a
fim de perpetuar a própria religião. Pessoas generosas são incentivadas a dar
dinheiro para promover a própria igreja, em vez de o bem-estar geral.
A cada ano, milhares de missionários atiram-se ao duro
trabalho de salvar almas em vez de salvar vidas ou salvar o nosso sistema de
suporte de vida planetária. O seu trabalho, livre
de impostos, engole capital financeiro e humano.
Os judeus ortodoxos gastam dinheiro em perucas para mulheres.
Os pais evangélicos, forçado a escolher entre a justiça e
o amor, chutam adolescentes gays para a rua.
5. A religião promove a inação. O que há de ser,
será. Confia em Deus. Todos já ouvimos essas
frases, mas às vezes não reconhecemos a profunda relação entre religiosidade e
resignação. Nas maioria das seitas conservadores do judaísmo, cristianismo e
islamismo, as mulheres são vistas como mais virtuosas se
deixarem Deus gerir o seu planejamento familiar. As
secas, a pobreza e o câncer são atribuídos à vontade de Deus, em vez de às
decisões erradas; fieis esperam que Deus resolva os
problemas que eles poderiam resolver por si próprios.
Essa atitude prejudica a sociedade em geral, bem como os indivíduos. Quando as
maiores religiões de hoje surgiram, as pessoas comuns tinham pouco poder de
mudar as estruturas sociais, quer através da inovação tecnológica ou da defesa.
Viver bem e fazer o bem, em grande parte, eram assuntos pessoais. Quando essa
mentalidade persiste, a religião inspira piedade pessoal
sem responsabilidade social. Os problemas estruturais podem ser
ignorados, enquanto o crente é gentil com amigos e familiares e generoso para
com a comunidade tribal de crentes.
6. As religiões buscam o poder. As religiões são instituições criadas
pelo homem, assim como empresas com fins lucrativos. E, como qualquer empresa,
para sobreviver e crescer uma religião precisa encontrar uma maneira de
construir poder e riqueza e competir por participação de mercado. Hinduísmo,
Budismo, Cristianismo, qualquer grande instituição religiosa duradoura é tão
especialista nisso como a Coca-cola ou a Chevron. E estão
dispostos a exercer seu poder e riqueza no serviço de auto-perpetuação, ainda
que prejudiquem a sociedade em geral.
Na verdade, prejudicar a sociedade pode realmente ser
parte da estratégia de sobrevivência da religião. Nas palavras do
sociólogo Phil Zuckerman e do pesquisador Gregory Paul, “nem
uma única democracia avançada que goza de condições sócio-econômicas benignas
mantém um alto nível de religiosidade popular.” Quando as pessoas se
sentem prósperas e seguras, a dependência da religião diminui.
<http://www.diariodocentrodomundo.com.br/seis-motivos-por-que-a-religiao-faz-mal-para-a-sociedade/>
Já disse Steven Weinberg,
"Com ou sem religião, pessoas boas fazem coisas boas
e pessoas más fazem coisas más; mas, para pessoas boas fazerem coisas más, é
necessária a religião".
Explicando: uma pessoa boa é capaz de fazer coisas boas independentemente de ter ou
não uma religião, e uma pessoa má, tenha ou não uma religião, sempre está
inclinada a fazer coisas más. Todavia, tendo uma religião, uma pessoa,
ainda que boa, pode ser induzida a fazer coisas ruins quando essas coisas ruins
fazem parte das coisas que sua religião dizem ser a vontade de seu deus, o que
está exemplificado acima, além das crueldades de que a história está cheia.
Com esse tribalismo de separação entre o
bem e o mal, apego a ideias primitivas como verdades divinas, atribuição dos
resultados dos erros humanos a seres imaginários, substituição do conhecimento
pela fé, e, paradoxalmente, o uso da violência para impor o que consideram
vontade de seu deus, o saldo de toda essas características religiosas é sociedades
pobres, preconceituosas, injustas, belicosas, com prejuízo ao desenvolvimento
humano.
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