OS 7 PECADOS CAPITAIS NO TRÂNSITO DE BH
25/07/2009
Hoje é dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas. E muitos deles vão
precisar mesmo de oração para se manter em segurança. O Estado de Minas foi às
ruas e flagrou condutores cometendo imprudências que respondem pela maior parte
das 307,6 mil multas aplicadas no primeiro semestre em BH. No ranking das
infrações, dirigir em alta velocidade é a mais recorrente, com 39,2% do total.
"As pessoas precisam pensar que elas fazem o trânsito", cobra Fernando Pessoa,
gerente da BHTrans.
Dirigir e pecar é só começar
No dia em que milhares de motoristas clamam pela proteção do
padroeiro, flagrantes dos principais pecados cometidos nas vias de BH
convidam condutores à reflexão
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Sidney Lopes/EM/D.A Press - 17/11/08 |
Beber e dirigir ainda é comum, apesar do rigor da Lei Seca
O dia é de São Cristóvão e, como a cada ano, milhares de motoristas vão
pedir ao padroeiro proteção ao assumir o volante. O que não aparece nas
preces, porém, são os deslizes que sobram nas confusas ruas de Belo
Horizonte, cometidos diariamente pelos mesmos condutores que apelam pela
segurança celestial. Os sete pecados capitais no trânsito ocorrem a cada
esquina e ajudam a tornar um inferno a vida de todos que se aventuram
pelas principais vias da cidade, seja sobre quatro ou duas rodas, seja a
pé. O mais grave deles, capaz de condenar ao fogo eterno o que poderia
ser considerado o mais pacato dos motoristas, é a embriaguez ao volante,
que contribuiu para que, somente no segundo semestre de 2008, 225
pessoas morressem nas pistas de BH. Colados na traseira, vêm os
apressados que ultrapassam o sinal vermelho ou desrespeitam os limites
de velocidade, e os preguiçosos, que reclamam da falta de espaço e
acabam invadindo calçadas ou parando sobre a faixa de pedestres. A
luxúria vem a reboque, com aqueles que, mesmo dirigindo, não perdem a
oportunidade de falar ao celular com a paixão distante. Não usar o
cinto, desprezando a própria segurança, e fechar os cruzamentos, em
autêntica gula por espaço, completam o rol de transgressões cometidas a
toda hora, muitas flagradas ontem pelo Estado de Minas nas ruas da
metrópole.
Marcos Michelin/ EM/ D.A PRESS
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Excesso de velocidade é causa de muitos acidentes nas ruas e
estradas
Pequenos deslizes, grande transtorno
Uma pequena distração ao volante pode ser o
tempo suficiente para atropelar uma pessoa,
bater o carro, assustar um pedestre com uma
freada brusca ou até levar multa. Mas
levantamento da BHTrans mostra que não são as
distrações as principais causadoras dos
acidentes ou congestionamentos no tráfego, mas
sim a falta de consciência e educação dos
motoristas. Excesso de velocidade, estacionar em
local proibido, deixar de usar o cinto de
segurança e avançar sobre a faixa de pedestres
são alguns dos sete pecados mais flagrados pelas
ruas da cidade. Transitar em velocidade superior
à máxima em até 20% responde por mais de 120 mil
multas aplicadas no primeiro semestre deste ano,
ou seja, 39% do total. No mesmo período, cerca
de 2,4 mil motoristas foram punidos por
estacionar em passeio ou calçada (veja quadro).
Para especialistas, no dia em que se celebra São
Cristóvão, padroeiro dos motoristas, os
condutores devem rever as ações no trânsito e
mudar as atitudes antes que o dirigir se torne
insuportável em BH. O gerente de Planejamento e
Controle de Operação da BHTrans, Fernando de
Oliveira Pessoa, explica que, ao desrespeitar as
regras, o motorista compromete principalmente a
segurança e a fluidez no tráfego. “Ele pode não
perceber o problema de imediato, mas sempre
haverá aqueles que serão prejudicados. As
pessoas precisam pensar que elas fazem o
trânsito. Se não cumprem o regulamento, elas que
vão sofrer as consequências. Um motorista que
ultrapassa a velocidade permitida tem menos
tempo de reagir e evitar um acidente. Com isso,
aumenta-se a gravidade da batida ou do
atropelamento”, diz Pessoa.
CRUZAMENTO Ele observa também
que, ao fechar um cruzamento, o condutor
compromete o tráfego não apenas da via em que
está, mas de outras ruas e avenidas nas
imediações do problema. “É como o jogo de
dominó, uma infração puxa a outra. Percebemos
que dirigir ao falar no celular é cada vez mais
comum e corresponde à terceira maior causa de
multas, com 22,5 mil infrações registradas. As
pessoas podem evitar, mas, infelizmente, os
números mostram que o desrespeito é constante”,
observa o gerente.
O especialista reconhece que investir na
educação de forma incisiva é fundamental para
que as ocorrências diminuam. Mas tudo indica que
a BHTrans vai manter o mesmo índice de
investimento de 2008, que foi de 17% do total da
arrecadação em multas. “Entre as várias
infrações, priorizamos aquelas que envolvem
estacionamento irregular, em calçadas , faixas
de pedestres, entre outros”, diz. Isso é
demostrado no volume de multas por infrações de
estacionamento, que responde por quase 132 mil
registros no primeiro semestre.
O chefe de cozinha Igor Mol Azzi, de 29 anos,
confessou-se envergonhado ao ser flagrado pelo
EM estacionado sobre uma calçada da Avenida
Barão Homem de Melo, no Buritis. “Minha irmã foi
ao banco e me disse para procurar um lugar
regulamentado. Mas achei mais fácil ficar no
passeio, pois vou parar aqui só um pouquinho.
Mas sei que estou errado e assumo. O problema é
que a gente sempre arruma um jeitinho, mas é
esse jeitinho que atrapalha os outros”,
reconhece.
FILA DUPLA Amarildo Protamartes
da Rocha, de 46, trabalha com entrega de
material e justificou o estacionamento em fila
dupla, na Rua Tomáz Gonzaga, em Lourdes, com o
fato de um outro veículo estar parado na área de
carga e descarga. “Acabei cometendo um erro por
causa de alguém que não respeitou as placas”,
diz. Na Avenida Amazonas, no Centro, os
pedestres disputavam espaço com os motoristas
nas faixas. Já em plena Rua São Paulo, carros
passavam a toda velocidade, bem acima do
permitido.
Por pouco, o vigilante José Vieira não avançou o
sinal vermelho, mas parou sobre a faixa de
pedestres, em plena Praça Sete. “Dei mancada, me
distraí”, afirma. No cruzamento de Amazonas e
Afonso Pena, o aposentado Lourival de Souza, de
66, nem se lembrou do cinto. “Vira e mexe eu me
esqueço de usar”, disse, para tentar justificar
o descuido com a própria segurança.
(Fonte: Estado de Minas, 25/07/2009).
Ontem, quando
estava tranquilamente dirigindo na faixa da
esquerda, e os veículos da faixa ao lado direito
estavam em velocidade bem mais baixa, vi um
motoqueiro sair e entrar a menos de cinco metros
na minha frente. Se não tivesse freado até
arrastar os pneus, eu o teria atropelado.
Os motoqueiros são os campeões da imprudência e
estamos sempre correndo o risco de os matar ou
no mínimo machucar.