Para os terraplanistas, o Sol e a Lua são bolas do tamanho de cidades, o planeta é cercado por uma muralha de gelo e a gravidade… Bom, a gravidade não existe. Um pensamento infantil par aos dias de hoje.

Quando criança, filho de religioso, em um lugar onde 99% do povo era católico, certo dia, pensando como deveria ser o universo, eu imaginei as coisas exatamente assim.  Só que com uma diferença, o círculo percorrido pelo Sol era o contrário do que imaginam os terraplanistas.

Observando o caminho do Sol no céu, notei que fazia uma pequena curvatura para a esquerda ao longo do dia.  Eu ainda não sabia da existência do Polo Norte e do Polo Sul; mas imaginei o centro da Terra para o lado do Polo Sul, já que moro do hemisfério sul, razão de eu ver a curvatura para a esquerda.   Se alguém me levasse ao norte da Noruega ou do Canadá, eu iria me sentir perto do centro do mundo, mas teria um grande problema para resolver: por que eu estaria vendo ali o Sol girar no céu para a direita, e no meu estado eu o via girar para a esquerda?

Séculos atrás, até o gênio Isaac Newton devia pensar como eu pensei.  E, como ele não tinha imagens de satélite, nem tinha como viajar até próximo do Polo Sul e ver o caminho do Sol invertido, tudo que ele imaginava se encaixava perfeitamente como se fosse realidade.

Concluí, depois disso, que até gênios do passado poderiam se enganar com coisas que hoje são entendidas até pelas crianças.  Todavia, pensar na Terra plana e em um sol pequenino nos dias de hoje é um pensamento mais do que infantil, alimentado pelo mundo religioso.

MAIS DO QUE INFANTILIDADE