Traficante evangélico cria “Complexo de Israel” em
favelas do Rio e ataca católicos e umbandistas
Aos 34 anos, Álvaro Malaquias, que se autointitula Arão - em
referência ao irmão do personagem bíblico Moisés -, aproveitou a pandemia para
unificar cinco comunidades da zona norte do Rio sob seu domínio
Álvaro Malaquias, o Peixão, e o símbolo no Complexo de Israel (Reprodução/TV
Globo)
Por Redação
Aos 34 anos e autointitulado Arão, em referência ao irmão do personagem
bíblico Moisés, o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido
também como Peixão – uma relação ao símbolo que identifica os primeiros
cristãos -, aproveitou a pandemia do coronavírus para impor o terror e unificar
cinco favelas na zona norte do Rio de Janeiro criando o “Complexo de Israel”.
Com a “Tropa do Arão”, Álvaro Malaquias
agora comanda o tráfico de drogas no complexo que se
estende entre as comunidades de Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas,
Cinco Bocas e Pica-pau, onde moram cerca de 134 mil pessoas.
Segundo reportagem do portal G1, ao expandir seu domínio, Peixão
tenta impor a religião, deixa rastro de
pessoas desaparecidas e coloca barricadas em meio à avenidas, além de
símbolos religiosos e a
bandeira de Israel em pontos estratégicos do complexo para demarcar
território.
“O que se tem percebido é que eles estão se aproveitando desse período para
ampliar a dominação territorial pra áreas que antes não tinham a presença do
tráfico de drogas. Então, ruas que eram comumente acessíveis pela sociedade e
pelas forças de segurança”, afirmou o delegado Maurício Mendonça.
Amor e Paz
Os traficantes costumam marcar o território com
símbolos religiosos e as palavras “amor e
paz”. No entanto, a atuação da quadrilha é marcada por violência,
armas e desaparecimentos de moradores, que têm até mesmo as conversas em
celulares monitoradas.
Uma das vítimas dos criminosos que agem na Estrada do Porto Velho foi um
policial militar do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Ele passava de carro
na noite de 23 de junho quando foi abordado por homens armados.
Para não ser identificado, o policial acelerou e levou vários tiros. O PM se
protegeu numa casa e conseguiu escapar.
Guerra religiosa
Outra característica da quadrilha é a imposição da
religião evangélica, que é seguida por Álvaro Malaquias, que
manda reprimir qualquer outra manifestação religiosa na área.
A tropa chegou a destruir uma imagem que representa a Vila Santa Edwiges e
destruiu um templo de Umbanda. No muro, os
criminosos deixaram uma mensagem: “Jesus é o dono do
lugar”.
<https://revistaforum.com.br/noticias/traficante-evangelico-cria-complexo-de-israel-em-favelas-do-rio-e-ataca-catolicos-e-umbandistas/>
Violência intitulada de paz é a característica religiosa mais conhecida
por meio da Bíblia e do Alcorão. Mas crime organizado em defesa de
religião cristã em um país dito laico atualmente parece ser coisa exclusiva do
Rio de Janeiro. Que, em regra, todo bandido acredita em deus, sabemos; mas
bandidos tentarem impor uma religião em sua área de atuação, isso é só ocorre lá
mesmo. Em outros lugares, isso não é tão escancarado. Entretanto, com o
nosso parlamento sendo dominado por evangélicos, o risco
que corremos é essas formas de organização serem um dia legalizadas, como
já foi legal assassinar hereges na Idade Média.
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