ÚLTIMO DEBATE DE DILMA E SERRA
29/10/2010

A TV Globo realiza nesta sexta-feira, após a novela "Passione", o último debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) neste segundo turno.

Os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) já chegaram aos estúdios da TV Globo para participar do debate. Os dois chegaram de helicóptero ao local - a petista chegou primeiro.

Vários políticos e personalidades já chegaram aos estúdios da TV Globo para assistir ao debate. Entre eles, a senadora eleita por São Paulo Marta Suplicy (PT); o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM); o ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves (PSDB), além do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e do presidente do PSDB, Sérgio Guerra.

Dilma e Serra já estão no estúdio. Ao chegarem ao local, os dois se cumprimentaram com um aperto de mão.

O debate da TV Globo terá três blocos. Os candidatos terão que responder perguntas de eleitores indecisos, que foram selecionados pelo Ibope. Dos questionamentos feitos, foram selecionados 12 sobre variados temas, como segurança, educação, meio ambiente, política social, transporte, saneamento, entre outras questões.

 

BLOCO 1

3 min - A eleitora Misterly Rego, de São Paulo, pergunta a José Serra sobre funcionalismo público: Quais suas propostas para atender ao mesmo tempo o cidadão e o funcionário público?

4 min - José Serra - É preciso ter um funcionalismo qualificado, um funcionalismo que atenda ao servidor público. Eu quero uma valorização de carreiras. No Brasil tem que haver muito avanço nesta área. O concurso valoriza o mérito. Isso vale para Educação, para Saúde. Eu creio que o serviço público valorizado, de boa qualidade, melhora a auto-estima das pessoas. Mas é preciso ter bom exemplo de cima. Eu defendo que o funcionário de tempo integral, depois de sua carreira, tenha uma aposentadoria integral.

7 min - Dilma Rousseff - Nós defendemos no governo uma política de valorização, por isso criamos um piso do magistério, temos uma politica de valorização também dos policiais. Eu vou ter um compromisso muito forte com a Educação. Todo mundo esquece que quem garante a qualidade é o professor. Eu sou contra que se mantenha serviços terceirizados e precários.

9 min  - José Serra -  Eu defendo um mérito e a valorização do mérito com bonificação, quando as metas forem atingidas. Isso estimula as pessoas, isso pode ser feito com muita clareza na Educação, nós chegamos a fazer a avaliação de todas as escolas, e naquelas que foram registradas melhoras, pagamos até três salários a mais. Dirigentes regionais de saúde, de ensino, tem uma série de cargos. O que eu passei a fazer, e em Minas também, certificação de qualidade. Não pode nomear qualquer um. Tem que ter um currículo, uma folha de serviços melhor. Com isso, diminuímos a política no funcionalismo. Quando eu era ministro, fiz isso na Funasa, não por coincidência, esse decreto foi revogado, e daí a Funasa passou a ser totalmente politizada.
 

10 min - O eleitor Robinson Luís Puhl, de Porto Alegre, pergunta a Dilma: qual é a proposta para manter o jovem no campo e a garantia de renda?

12 min - Dilma - No RS, nós tivemos uma das melhores experiências nestes últimos anos, e vou levá-la para todo o Brasil que é a Agricultura Familiar, que foi beneficiada pelo Luz para Todos. Hoje tem energia elétrica que permite o uso de irrigação. Além disso, o PAA, eu queria destacar que a cada dez tratores vendidos, oito foram vendidos para a agricultura familiar, com financiamento do governo Lula. Tem que ser dado ao filho do agricultor as mesmas condições da cidade. No Minha Casa Minha Vida 2 separamos casas para a zona rural, para garantir uma qualidade de moradia a estes moradores.

15 min - Serra - O produtor precisa de renda. Para ter renda, ele tem que ter crédito. O fato é que a agricultura familiar tem um endividamento muito elevado. Precisa ter preço, para ter renda. Com os juros altos e a moeda valorizada, o agricultor do RS, por exemplo, perde para a Argentina e o Uruguai. Falta muita infraestrutura, falta estrada para trazer os insumos. Nós temos também agora uma inflação de alimentos. Não são alimentos apenas sazonais, são aumentos muito altos. A inflação de alimentos está o dobro da que está para o consumidor médio.

16 min - Dilma - Nós comentamos o crédito, que era de R$ 4,2 bilhões, subiu para R$ 6 bilhões, e acredito que o crédito agrícola é feito com juros subsidiados, não é o mesmo tipo de juros cobrados em outros créditos. Criamos o seguro agrícola, que reduz a pobreza do campo. A melhor coisa é a compra direto do alimento do agricultor, com o PAA, vou ampliar este programa para mais 500 mil agricultores. Considero a agricultura familiar fundamental.


17 min - O eleitor Lucas Andrade, do Distrito Federal, pergunta ao presidenciável tucano: o que fazer para mudar a corrupção?

19 min - Serra - A corrupção chegou a níveis insuportáveis, tanto no desvio do dinheiro público, até no amor próprio da sociedade, que se vê comprometida com estes péssimos exemplos. O trabalho começa em fortalecer os órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas, Ministério Público e imprensa, que no Brasil a imprensa descobre a grande parte das irregularidades. A imprensa não pode ser coibida, pressionada por conta disso. E a Justiça e Legislação, porque o grau de impunidade espanta no Brasil. Nós temos que pensar em primeiro lugar nestes aspectos. Em segundo, o exemplo tem que vir de cima. O presidente tem que escolher bem as suas equipes e punir os erros.
 

22 min - Dilma - Eu considero que nos últimos anos, quando nós profissionalizamos a PF, nós vimos uma porção de escândalos serem apurados. Isso resultou num combate à corrupção bastante forte. Mal feito vai ocorrer, é importante investigar e punir, doa a quem doer, atinja a quem atingir. Há outro elemento, que é a CGU, que foi responsável pela investigação no caso dos sanguessugas.

23 min - Serra - Na questão da corrupção o exemplo tem que vir de cima, tem que ser implacável para quem cometer irregularidade. Não pode passar a mão na cabeça. Evidente, todo mundo pode pecar, mas uma boa escolha minimiza os erros. A controladoria Geral da República é importante, mas acho que é um cargo de confiança do presidente, por isso, não tem independência, e até política eleitoral, e atrapalha os ataques aos órgãos de fiscalização. O dinheiro do governo é de todos nós, e tem casos que até hoje não aconteceu nada, como dossiê dos aloprados, e ninguém foi condenado, não tem processo. Isso é um mau exemplo, até para os outros partidos. mas quero te cumprimentar pela importância da pergunta.
 

24 min - A eleitora Vera Lúcia Bezerra, de Fortaleza (CE), questiona Dilma sobre Segurança Pública: o que a senhora poderia fazer para acabar com os problemas de insegurança?

25 min - Dilma - Acontece no Brasil inteiro, uma das coisas graves no Brasil é a segurança. Sempre houve um problema: o governo federal falava que era responsabilidade dos estados. Eu acho tão grave este problema que acho que o governo federal tem que trabalhar com os estados e municípios. Precisamos melhorar as polícias dos estados. Considero também que temos que dar condições dos estados montarem centros de referência, tanto na investigação quanto na perícia. Com certeza não pode ter a impunidade. Eu proponho a política de polícias comunitárias. Teria monitoramento.
 

28 min - Serra - A questão de Segurança Pública, pela Constituição, cabe aos estados, mas o governo federal deve se jogar nessa luta, no combate às drogas. Por isso, eu quero fazer o Ministério da Segurança, porque o crime organizado é cada vez mais nacional. Enquanto a droga estiver entrando e a arma estiver entrando, por mais que se adote medidas, não serão suficientes. Tem estados que têm um sistema sobre informações sobre o crime. Tem que fazer um fichário nacional criminal, tem que ter essa integração. Por isso, eu quero o ministério para baixar mesmo a criminalidade.

29 min - Dilma - O cadastro de criminosos já existe no Brasil. Há um cadastro chamado InfoSeg, e o Infopen, e o que estamos fazendo agora é juntar os dois cadastros. Fizemos acordo com a Justiça para juntar o cadastro das pessoas julgadas para aumentar a capacidade de ação. Eu considero muito importante a parceria do governo federal com os estados. Criamos a Força Nacional de Segurança Pública, não tem necessidade de chamar o Exército. A segurança das fronteiras é feito pela Polícia Federal, e estamos usando os aviões não tripulados, para localizar a entrada de armas e drogas.

 

BLOCO 2
 

1 min - A eleitora Melissa Bonavita, Rio de Janeiro, disse que mora perto de um valão. Gostaria de saber o que poderá ser feito para melhorar o saneamento no país?

4 min - Dilma - Essa é uma das mais importantes questões: resolver uma das mais graves questões que é das enchentes. No meu governo, vamos investir na prevenção de enchentes. Ao longo da história, o que aconteceu? Os governos não investiram em habitação e as pessoas foram para lugares de risco. Primeiro, nós fizemos um programa de habitação, o Minha Casa e Minha Vida. Nós vamos fazer mais dois milhões de habitações. O governo federal já começou a fazer, mas vamos fazer mais, na questão de drenagem. Vou triplicar os valores investidos em saneamento e tratamento de esgoto.
 

5 min - Serra - Eu acho que você fez uma pergunta importante, inclusive pro Rio de Janeiro. O saneamento tem dois lados, o da enchente e o da doença e meio ambiente, porque aumenta a mortalidade infantil. Saneamento também é saúde. Quando eu fui ministro, nós investimos R$ 2,5 bilhões nos municípios mais carentes para diminuir a mortalidade infantil. Nas grandes cidades também tem que investir. Hoje, com mudanças climáticas, as tragédias da natureza vão se multiplicando. Precisa ter uma força nacional que chegue rápido às tragédias. Tems que ser capazes de duas, três horas estarmos em todos os lugares . Temos um problema: O governo federal duplicou os impostos sobre o saneamento.
 

7 min - Eu vou aumentar o saneamento porque eu tive uma experiência muito difícil nessa questão, O Brasil parou de investir muito tempo nessa questão. Por que eu disse que vou triplicar? Saneamento no Brasil exige montantes equivalentes a 145 bilhões de reais. Então, é um montante muito grande que é necessário. (...) Tem que ter a meta de zerar o déficit no saneamento.
 

8 min - A eleitora Coracy Vieira, da Bahia, disse que dois filhos são professores, e tem condições péssimas da educação. O que pode ser feito para mudar esta situação?

10 min -  Serra  - Temos que ter um entendimento que passe por partidos e sindicatos, de interesses mesquinhos, temos que ter um grande acordo para isso. Na questão do ensino fundamental, os alunos saem do ensino sem estar alfabetizado, não vão poder cursar os demais.

13 min - Dilma - Se não houver pagamento digno para professor, não há valorização por parte da sociedade. Nós elevamos o salário para R$ 1.024. É pouco? É pouco (...). Não se pode também estabelecer com o professor uma relação de atrito quando ele exige melhores salários. Não se pode meter o cassetete quando isso acontece. Para a gente falar em creche, educação básica, ensino fundamental, precisamos ter professores bem formados. Pagar bem o professor é o desafio que nós temos nos próximos anos.

14 min - Serra - Eu fiz uma experiência, eu sou professor. O problema está na sala de aula, passa pelo estímulo, pela reciclagem para ter qualidade na aula. O piso de professores, em São Paulo não foi necessário aplicar porque lá era mais alto, mas muitos estados e municípios não estão pagando nem o piso. Havia o compromisso do governo federal ajudar a pagar o piso, o que não ocorreu. Tem que fazer um Trabalho muito grande, e a minha preocupação não é questão eleitoral, e sim com o Brasil, com as nossas crianças.

 

15 min - O eleitor Miguel Hissa, de Fortaleza, pergunta: qual a sua proposta para desonerar o salário dos empregados?

17 min - Dilma - O Brasil tem que desonerar as folhas de salários. Por quê? Porque para nós, que somos um país de 190 milhões de habitantes, precisamos gerar postos de trabalho. O meu compromisso é com a reforma tributária que diminua a oneração sobre folha de salário. Sobre o pequeno negócio da sua mãe, com o SuperSimples, ela pode aumentar o número de trabalhadores contratados. Nessa área sua, das pequenas empresas, é a que se gera mais empregos no Brasil.

19 min - Serra - O Brasil é um dos países que tem mais imposto na folha do salário. Chega a ser o dobro para quem recebe o mínimo. Isso para ser modificado não é simples. Temos que ser muito responsáveis ao falarmos isso. Eu acho que dá para avançar nesta desoneração se você pensar em outro esquema tributário, mas isso tem que ser muito meditado, você não pode perder receita. Entre os mecanismos, existe o Banco do Povo. Em SP, fizemos um sistema com juros de 0,7% ao mês, juros de mãe para filho, e não de pai para filho. E o índice de cumprimento das pessoas era incrível. Tem que cercar a impossibilidade de desonerar a curto prazo.

22 min - Dilma - Eu concordo com a desoneração na folha de pagamento. Quando você diminui a tributação, você não diminui necessariamente a arrecadação. Quando veio a crise... no passado o que fazia? Aumentava imposto, reduziam os salários. É possível obter ganho com a contratação de funcionários, com o aumento do consumo e melhoria da arrecadação global.

 

22 min - A eleitora Madalena de Fátima, de Belo Horizonte, pergunta: A nossa saúde vai mesmo melhorar?

25 min - Serra - A nossa Saúde andou para trás. Parou nos últimos anos. Temos que criar uma rede nacional de policlínicas, de Ambulatórios Médicos de Especialidade, que fiz como governador e deu certo. Temos que fazer hospitais regionais, que apoiar as santas casas e hospitais de filantropia, que estão numa situação muito difícil. Quando eu era ministro fiz um programa para aliviar essas dívidas (dos hospitais filantrópicos).

26 min - Dilma - Eu considero que a sua pergunta é muito importante por um motivo: de fato, temos um problema de qualidade da Saúde no Brasil. E se a gente não reconhecer que tem, a gente não melhora. Eu assumo o compromisso de melhorar a Saúde, fiscalização da qualidade da prestação do serviço, depois que aumentarmos o repasse para os estados e municípios, para completar a estrutura do SUS. Vou usar um iniciativa aqui do Rio, as UPAS, que atendem urgência e emergência, e policlínicas especializadas. A gestante e criança terão a Rede Criança. É importantíssimo o tratamento do câncer.

28 min - Serra - No caso dos hospitais filantrópicos e santas casas, elas recebem muito pouco. Dependem daquilo que o SUS dá. É muito pouco, isso precisa ser reajustado. Na questão da Saúde ainda queria lembrar essas UPAs que tem no RJ, nós fizemos em SP. Isso tem um poder de resultabilidade muito pequeno. As AMEs tem 25 especialidade e disso sim que o Brasil está precisando.
 

BLOCO 3

1 min - Pablo Alex, do Pará, pergunta para Dilma: que ações poderiam inibir a destruição do meio ambiente?

3 min - Dilma - Eu tenho compromisso com a questão do meio ambiente. Eu assinei a redução de emissão de 36% a 39% até 2020. Isso significa uma meta voluntária, significa redução no desmatamento da Amazônia em 80%, e no Serrado em 40%. Na Amazônia, começamos o processo de redução do desmatamento. Considero o desmatamento um crime contra o Brasil, porque as reservas são uma das maiores riquezas do nosso país. Também vou continuar criando áreas de conservação.

6 min - Serra - Vou me empenhar muito não só pela região Norte, mas por cada estado em particular. Em matéria de meio ambiente, o importante no caso da Amazônia, é dar alternativa econômica. O que a gente tem que fazer, no caso do Pará, é dar infraestrutura. A Transamazônica, por exemplo, não está asfaltada. Você também não tem pesquisa de biodiversidade. Nós temos que fortalecer a pesquisa nessa área.

7 min - Dilma - Essa questão da proteção do meio ambiente, uma questão de estado, e eu queria te contar uma coisa, quando decidimos diminuir o desmatamento, fizemos ação de repressão nos municípios. Na operação Arco Verde, regularizamos as terras, porque a pessoa não será proprietária se ela não tem responsabilidade, e não tem acesso ao crédito. Fizemos uma coisa muito importante - criar instrumentos para que as população locais tenham do que viver. Programas de população rurais, como castanha do Pará.

 

9 min - O eleitor Pedro Belem, de São Paulo, pergunta para Serra: O que fazer para que os benefícios concedidos pelo governo não sejam vitalícios e essas famílias possam alcançar independência financeira?

10 min - Serra - Eu creio que a gente deve ter política de assistência, mas criar mecanismos para que eles possam ter renda no futuro. O Bolsa Família dá mil reais por ano a cada família, é muito pouco, mas é legítimo, e vou fortalecer ainda mais. Mas pretendo criar incentivos, no caso dos jovens, por exemplo, para que ele possa fazer ensino profissionalizante. Precisa de qualificação. Eu quero no Brasil um milhão de vagas no ensino técnico.

13 min - Dilma - Quem cuida de pobre em São Paulo é o governo federal. São Paulo tem 1,4 milhão de famílias classificadas como tendo necessidade do Bolsa Família. É muito importante perceber que a questão social é central do meu governo. Para além dos números, o que importa é a vida das pessoas. Quando nós fizemos o Bolsa Família, fizemos por uma convicção: era algo forte para o Brasil melhorar. O Bolsa Família, ele não está sozinho, ele se articula com Luz para Todos, o programa de agricultura familiar...

15 min - Serra - A Saúde voltou pra trás, e em oito anos a situação piorou. Boa política social é importante. Outra questão também é Segurança. A situação é grave. A primeira condição é admitir que o problema é sério. O combate às drogas também infelicita os jovens e eu acho que tem que ter este enfrentamento neste cenário de 2002, e vou criar o ministério da Segurança.

 

16 min - Luis Carlos da Silva, de Curitiba, pergunta para Dilma: nós, da classe média, pagamos escola porque a Educação é ruim. Pagamos plano de Saúde, porque a Saúde é ruim. Isso um dia vai ter fim?

17 min - Dilma - Vai ter fim, e no que se refere à Educação, no Ensino Superior, médio e profissionalizante, está melhorando. No caso das universidades, o ProUni vai disponibilizar estudantes a terem acesso a uma universidade particular. Eu queria dizer o seguinte: eu considero a questão da Educação uma questão importante, porque quando se tem educação, se tem tudo. Seu país também melhora, estuda, e se dedica a isso, é um país diferenciado.

20 min - Serra - Nesta semana, o impostômetro deu um trilhão de reais em arrecadação, 50 dias antes do que foi no ano passado. O grande problema é aquilo que não se recebe de volta. Eu acho que se deve aliviar imposto de remédio. Eu fiz isso na época em que fui ministro, porque isso pega no bolso das pessoas mais modestas e da classe média. Precisa ter serviço público de maior qualidade. Quando eu estava no ministério, mandava de próprio punho perguntas a quem foi atendido no SUS para saber como foi no atendimento.

22 min - Dilma - Sabe por que aumentou a arrecadação? Porque a gente que crescia 2,5%, às vezes zero, este ano estamos crecendo 7%, 7,5% e 8%. Acredito que temos que reduzir imposto, e a reforma tributária é necessária. Não garantem serviços públicos de qualidade. Para fazer isso, temos que ter compromisso. Isso pode levar a maior capacidade de melhorar a economia.

 

23 min - Josivaldo Silva, de Recife, pergunta para Serra: o que pode ser feito pelos milhões de brasileiros que vivem na informalidade e não têm como pagar o carnê da Previdência?

25 min - Serra - Pra isso, tem inclusive um esquema aprovado como lei federal, que também foi iniciativa nossa, que era o empreendedor individual. Mas exige cooperação dos estados e do governo federal. Essa é uma opção do futuro, que vamos dar vida à ela. Precisamos ter a economia forte, e não voo de galinha. Ter mais investimento governamental. O Brasil é um dos países em que o governo federal menos investe.

27 min -  Dilma - O MEI é o microempreendedor individual. Com isso, você pode contribuir com a Previdência, pagando até R$ 50. Se a contribuição for elevada, pouca gente vai contribuir. Se for baixa, mais gente vai conseguir pagar. Nós reduzimos os impostos para os micros e médios empreendedores. Nós também demos crédito.

29 min - Nós ainda estamos com metade da população na informalidade. Precisamos fazer a lei, do MEI, tirar do papel, isso quando a questão é tirar do papel, fico mais otimista. Aí tem que entrar também a questão do Banco do Povo. Isso ajuda muito, porque é um crédito de R$ 500, mil, dois mil. O treinamento e qualificação são importantes.

 

34 min - Dilma -  Considerações finais: Eu agradeço à Rede Globo, aos 80 eleitores indecisos que enriqueceram esse debate. Eu represento um projeto que fez com o que o Brasil despertasse para essa riqueza. Eu represento um processo de valorização das pessoas, dos jovens, das crianças, dos trabalhadores, dos empresários. Apresentei meus projetos de qualidade, na Educação, na Saúde, na Segurança. Foi uma campanha dura. Em alguns momentos, fiquei triste com a campanha que fizeram contra mim na internet. Agradeço a todos os que tiveram nessa campanha comigo, aqueles que me apoiaram. Peço humildemente o voto de cada um. Prometo criar um país de oportunidade para todos.

35 min - Serra - Considerações finais: Obrigado Bonner, obrigado aos 80 brasileiros e brasileiras que vieram de vários cantos do país, obrigado a Dilma, e a todos vocês telespectadores. Espero ter contribuído com minhas respostas, para que você tome sua decisão no domingo. Vai decidir os próximos quatro anos, e terá implicação para o futuro. Queria pedir o seu voto. Se você vota em mim queria te pedir para conseguir um voto a mais. Vim de família honesta, cheguei onde cheguei através do ensino público, fui líder estudantil, exilado, fui deputado, prefeito e governador, e prometo avançar na saúde e educação. Dá pra avançar bastante nesta direção. Estou convencido disso. Aliança pelo Brasil.

<http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/temporeal/?idDebate=26>
 

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