La riqueza no trae la felicidad.
La pobreza, mucho menos. Pois é, chego ao espanhol.
(Un Dinosaurio en un Dedal. Daniel SAMPER Pizano)
Die Schweizer, weltweit grösste
Uhrenindustrielle, haben den Satz: "Zeit ist Geld" erfunden".
(E em alemão! De Hans Stefan Wertheimer: "Die witzigsten Bonmots
Sprüche und Aphorismen. Lexikon der heiteren Weisheiten").
Tremei, johann wolfgang von GOETHE!!!
I Reflexão de Lula: "O que
mais me espanta no Obama é que quando ele discursa não comete
nenhum erro de português".
II E já que agora, devido
ao Obama, se fala tanto de Lincoln, conto um episódio pouco
conhecido. Depois do imenso tumulto no teatro em que Lincoln foi
assassinado, o crítico teatral, não querendo perder a
oportunidade, perguntou à viúva: "Mas, tirando isso, o que a
senhora achou do espetáculo?".
III Tem
gente que sabe. Pela primeira vez vejo um jornalista, a
excelente Ana Cristina Reis, reclamar de todo mundo usar o
adjetivo independente em lugar do advérbio de modo,
independentemente. Exemplinho: "Independente disso", quando o
"certo" é: "Independentemente disso". O que, aqui entre nós, não
tem a menor importância. Ela e eu sabemos.
Mas também, Cristina, não é
querer demais exigir que os caras saibam a diferença entre
adjetivo e advérbio?
IV Agora, em matéria de
linguagem, o que me causa irritação, porque está mesmo errado, é
o uso indevido, em qualquer das dezessete línguas em que leio (tá
bem, deixo por três ou quatro!), de "na década de 1950", "na
década de 1770". Querem falar de década e usam milênio. Década é
década, se refere a 10, não a 1 000, ô meus!
V E,
nestes tempos de ortografismos adoidados, hifenização
portuguesmente correta, volto a ler a coleção da VERDE. VERDE,
uma publicação pioneira feita em Cataguases. Ainda hoje
moderníssima (*), com seus redactores, anno 1, apoiando
gymnasios, o director prafrentex (não, isso é de outra época!),
aparecendo para um público não preparado. Um triunpho!
E lendo VERDE volto a lembrar aos
leitores:
Ontem, hontem tinha agá e hoje
não tem. Hoje, ontem tinha agá e hoje também tem.
(*) Eu tinha, não sei onde botei,
o primeiro número da VERDE, um número especial, capa em
folha-de-flandres. Modernismo é isso aí, bicho. Em 1927!
VI Leio na extraordinária
biografia – involuntária – de Saul Steinberg: "Em 1950, aos
50 anos, Vladimir Nabokov não tinha um só dente, usava dentadura
superior e inferior, sofria de várias formas de doenças
urinárias, pulmonares, cardíacas. Sofria também de lumbago,
psoríase, tinha fraturas de ossos. Vivia em clínicas e
hospitais. Sem falarmos de problemas permanentes com editores,
advogados – e parentes".
Pergunto eu: como, cinco anos
depois, aos 55 anos, Nabokov ainda teve tesão pra escrever
Lolita?
VII E leio também, e
aconselho a ler, Lucio Costa:
ARQUITETURA
Arquitetura é coisa para ser exposta à intempérie.
Arquitetura é coisa para ser concebida como um todo orgânico
e estrutural.
Arquitetura é coisa para ser pensada, desde o início,
estruturalmente.
Arquitetura é coisa para ser encarada na medida das ideias
e do corpo do homem.
Arquitetura é coisa para ser sentida em termos de espaço
e volume.
Arquitetura é coisa para ser vivida.
Tudo isso me lembra, a mim, millôr, a moção final, aprovada no
Congresso de Arquitetura de Atenas, em 1952:
Os materiais da arquitetura são o Sol, o Espaço, as Árvores e o
Concreto Armado. Nessa ordem e nessa hierarquia.