Autoridades iranianas ordenaram a suspensão da montagem do clássico europeu "Hedda
Gabler" num teatro do país, disse a agência semioficial de notícias Fars, que
qualifica a obra como "vulgar" e "hedonista".
A Fars
publicou na quarta-feira cenas da montagem em que um casal parece prestes a se
beijar, cena ultrajante na República Islâmica, onde
contatos físicos entre homens e mulheres sem parentesco são proibidos.
"Considerando o furor criado por alguns representantes da mídia e por
autoridades culturais, a fim de evitar perturbações à opinião pública e devido
às preocupações das autoridades, a apresentação de 'Hedda Gabler' foi paralisada
por enquanto", disse o Ministério da Cultura e Orientação Islâmica em nota
divulgada pela agência Isna.
A nota
diz que a censura, imposta antes de uma sessão na noite de terça-feira no Teatro
Municipal de Teerã, ainda será revista pelo ministério. A peça estava em cartaz
desde 5 de janeiro.
O drama,
escrito em 1890 pelo norueguês Henrik Ibsen, narra as conturbadas relações da
recém-casada Hedda com seu marido e outro homem, levando a um final trágico. A
peça é considerada um clássico, e o desafiador papel-título costuma ser cobiçado
por atrizes no mundo todo.
A
censura é mais um exemplo do conflito entre as rígidas normas morais do regime
islâmico e o desejo de muitos iranianos com formação elevada de terem acesso a
manifestações artísticas do mundo todo.
(http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/ira+proibe+hedda+gabler+por+considerar+a+peca+hedonista/n1237944332093.html)
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