O deus judaico cristão punia os descendentes pelas maldades dos
ascendentes, ou é uma interpretação errada? É disso que o
presbítero tenta convencer os leitores. Mas, teria ele razão?
"O que significa visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira
e quarta geração?
Não sei se você é uma dessas pessoas que tem dificuldades de
entender a Bíblia. Eu já fui e sofri muito!
Mas não me dei por vencido, não me deixei ser derrotado pelos
inimigos!
E você, como anda sua leitura da Bíblia? Seu entendimento?
Que tal melhorar nessa área da sua vida espiritual, aprendendo a
entender assuntos da Bíblia de forma simples e rápida, ajudado
por quem já superou as mesmas dificuldades que você enfrenta?
Acredite em mim, você não vai se arrepender!
Você Pergunta: Estou estudando Êxodo e fiquei
paralisada em um texto que, na minha visão humana, é injusto ou eu
não entendi bem o que Deus ensina ali. Deus diz que visita a
iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração! Isso
não é injusto? Ou seja, os filhos receberem punição por conta dos
pecados dos pais? Ajude-me a entender isso?
Caro leitora, esse realmente é um pensamento que tem se disseminado
através de muitos grupos na atualidade. Porém,
a maldição hereditária é uma falsa doutrina e irei explicar
porquê.
Explicarei esse texto de Êxodo que você citou da forma correta para
que você tenha clareza no que ele realmente significa.
Visitas a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração?
(1) No texto bíblico está descrito assim:
“Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o
SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração
daqueles que me aborrecem” (Êxodo 20:5).
Em uma leitura superficial talvez se tenha essa ideia de que Deus
traria punições aos filhos por causa das iniquidades dos pais, que é
o conceito da maldição hereditária (passada de pais para filhos).
Mas seria essa a ideia que o texto quer
ensinar? Evidentemente que não.
Iremos verificar isso no próprio texto e depois em outros exemplos
na Bíblia.
(2) O grande segredo para compreender esse texto é
verificar o final dele “daqueles que me aborrecem”. Observe
que Deus coloca o peso de sua punição sobre os que o aborrecem
(existe um condicional aqui).[1]
É evidente que se um pai que aborrece ao Senhor tem um filho que ama
o Senhor e guarda os Seus mandamentos, este filho não será
amaldiçoado por Deus, mas entrará na segunda parte do texto, onde
Deus declara:
“e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam
os meus mandamentos” (Êxodo 20:6).
Pensemos agora o contrário: um pai que ama a Deus e guarda os Seus
mandamentos, mas tem um filho que aborrece ao Senhor.
Esse filho não recebe a “bênção hereditária”, mas passa para a
primeira condição (Êxodo 20:5), ou seja passa a receber a visitação
punitiva de Deus por conta de suas más escolhas.
(3) Houve um tempo em Israel que o povo compreendeu que
existia essa coisa de filhos pagarem pelos pecados dos pais. Existia
até um provérbio sobre isso:
“Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este
provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos
filhos é que se embotaram?” (Ezequiel 18:2).
A ideia aqui é que os pais fazem algo (comem uvas verdes), mas quem
sente aquele gosto estranho na boca (embotaram) são os filhos. Ou
seja, os filhos recebem punição pelos pecados dos pais.
O profeta Ezequiel, inspirado pelo Senhor, lança ao povo dois
exemplos para demonstrar como esse pensamento era errado:
a) Um homem justo que segue a lei de Deus (Ezequiel
18:5-9), mas tem um filho criminoso (Ezequiel 18:10-13). A questão
é: sendo o pai dele uma bênção diante de Deus, então, o filho, mesmo
sendo criminoso, receberia bênçãos hereditárias?
O texto responde: “…emprestar com usura e receber juros,
porventura, viverá? Não viverá. Todas estas abominações ele fez e
será morto; o seu sangue será sobre ele” (Ezequiel 18:13).
Deus mostra que esse filho mau receberia sua punição.
b) Agora, esse mesmo filho citado acima, que era injusto
diante de Deus, gerou um filho justo e correto diante do Senhor.
Esse filho vê as maldades do pai e resolve não ser como ele, antes,
ser um homem correto diante do Senhor (Ezequiel 18:14-16). Pelo
pensamento do povo esse filho deveria receber a maldição
hereditária, já que o seu pai foi maligno. No entanto, Deus mostra a
verdade de como Ele faz as coisas:
“…desviar do pobre a mão, não receber usura e juros, fizer os meus
juízos e andar nos meus estatutos, o tal não morrerá pela iniquidade
de seu pai; certamente, viverá” (Ezequiel 18:17).
Observe que esse filho bom não recebe maldições por causa do
comportamento do pai, mas recebe bênçãos por causa de seu próprio
temor a Deus.
(4) Mas o profeta ainda levanta uma dúvida do povo: Por que
o filho não levou a iniquidade do pai, se esse é o pensamento geral
de como as coisas acontecem? (Ezequiel 18:19).
Essa dúvida certamente vem da interpretação errada de Êxodo 20:5.
Mas Deus, através do profeta, demonstra qual a intenção real da lei,
qual a correta interpretação dela:
“Mas dizeis: Por que não leva o filho a iniquidade do pai? Porque o
filho fez o que era reto e justo, e guardou todos os meus estatutos,
e os praticou, por isso, certamente, viverá. A alma que pecar, essa
morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a
iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a
perversidade do perverso cairá sobre este” (Ezequiel 18:19-20)
(5) Por fim, no Novo Testamento também foi exposto com
clareza esse conceito de que maldição nem bênção hereditária existe:
“Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus”
(Romanos 14:12).
Isso demonstra que, com relação ao pecado, Deus não atribui culpa de
uma pessoa para outra pessoa. O pecado é pessoal, cada um o cultiva
em seu próprio coração e colhe os resultados do desagrado de Deus em
si.
Porém, é verdade que consequências de um pecado de uma pessoa podem
respingar em outra. Mas aqui não temos uma maldição de Deus, mas uma
maldição que nós mesmos provocamos quando agimos sem pensar no
outro.
Por exemplo, uma mulher grávida pode usar drogas na gestação. Isso
trará consequências para a criança. Mas essa criança não está sendo
amaldiçoada por Deus, não existe pecado nela.
Mas ela está recebendo consequências físicas pela malignidade do
coração da mãe, coisa que Deus cobrará da mãe.
Talvez você seja como eu! Eu lia e relia a Bíblia e nada de
compreender a Palavra de Deus com profundidade! Sofri muito com
isso, mas dei num basta! Decidi não ser mais um derrotado meus
pelos inimigos!
Isso já aconteceu com você também? Que tal transformar sua vida
espiritual, aprendendo a entender a Bíblia inteira, de capa a
capa, ajudado por alguém que já passou as mesmas dificuldades
que você passa, mas venceu?
<https://www.esbocandoideias.com/2019/09/visito-a-iniquidade-dos-pais-nos-filhos-ate-a-terceira-e-quarta-geracao.html>
E você ficou convencido de que
esse deus não prescreveu punição aos filhos pelos erros dos pais?
É bem provável que muitos fiquem. Mas vejamos:
[1] "daqueles que me aborrecem", não fala dos filhos que
aborrecem, mas da "terceira e quarta geração daqueles que me
aborrecem". Aqueles aí não são os filhos, mas os pais que
aborrecem Yavé.
Para começo, o
mais grave de punição dos descendentes pelos erros dos ascendentes seria
toda a humanidade e até outros seres vivos serem punidos indefinidamente
pelo erro de Adão e Eva.
Depois disso, podemos dar
exemplos práticos de casos em que Yavé teria punido o filho pelo erro do
pai:
Como punição ao adultério de
Davi, Yavé não teria feito nada com ele, mas teria matado o filho
concebido dessa relação, filho esse que não teria tido nenhuma
oportunidade de aborrecer ou agradar a esse deus.
Como punição à idolatria de Salomão, Yavé não teria feito nada contra
ele, mas teria dito "de seu filho tomarei o reino".
Vê-se, aí, que a explicação do presbítero não tem amparo no texto
bíblico. Não há nenhuma dúvida, a mentalidade daquele povo
bárbaro idealizou mesmo um deus que dizia fazer justiça condenando os
descendentes pelos erros dos ascendentes.
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ARGUMENTAÇÕES RELIGIOSA INFUNDAS