CARMA, TENTATIVA DE JUSTIFICAR
OS MALES
O espiritismo, copiando antiga crença
indiana, explica a existência dos sofrimentos afirmando que a
vida de cada pessoa está irremediavelmente ligada a de uma outra pessoa do
passado, o que pode até trazer um consolo para os sofredores, mas não é boa para
o mundo.
"Na
visão espírita cada ser humano é um espírito imortal encarnado que herda as
consequências boas ou más de suas encarnações anteriores." (Wikipédia)
"Carma
é uma palavrinha muito reverenciada (por uns poucos especialistas) e
razoavelmente mal interpretada pelos leigos em geral - inclusive eu, que sempre
a utilizei como sinônimo de "destino". Quando eu encontrava alguém pegajoso, que
não largava do meu pé e passava o dia inteiro me azucrinando, eu dizia: "Fulano
é o meu carma". Quer dizer, em minha percepção, um poder superior e sobrenatural
havia decidido que eu deveria pagar por algo que não fiz.
E a
sutil diferença está nessa última frase 'pagar por algo que não fiz'. Carma
significa exatamente o contrário: 'pagar por algo que se fez'. Em sua distante
origem - no sânscrito, uma língua ancestral já extinta -, carma queria dizer
"ação: Ou, por extenso, "tudo o que nos acontece é o resultado de algo que
fizemos". O nosso carma, então, não é um aleatório jogo de sorte e azar: é uma
simples questão de causa e efeito. Tudo o que está acontecendo agora é o
resultado direto de decisões que tomamos no passado, mesmo que não nos lembremos
delas, ou que, na época, as tenhamos considerado irrelevantes."
(http://www.humaniversidade.com.br/boletins/carma.htm)
"É preciso aceitar o carma e não
tentar dominá-lo, diz vidente
Algumas vezes para nosso deleite e, outras, para nossa exasperação, a
Inteligência Cósmica costuma abandonar a estrada mais trilhada, sair do caminho
reto e objetivo para pegar atalhos tortuosos, aparentemente incongruentes,
gerando situações inesperadas. Certos desenhos feitos por ela acabam marcados
por fina ironia, como diz o ditado: "escrito certo por linhas tortas".
Meu cliente vem preocupado com um emprego para o filho, nossa vibração astral -
mais forte que qualquer tentativa de controle racional - interfere na questão da
saúde da esposa. Minha cliente me procura para tratar dos romantismos com o
namorado, nosso trabalho - para surpresa de ambas - reposiciona todo o quadro
das relações familiares. Pontaria positiva, certeira, crava, como se percebe no
fim da dinâmica, na mosca de alvos paralelos àqueles visados na intenção
inicial.
A explicação para tal ocorrência deve destacar o fato de os nossos carmas não
serem como linhas esticadas e homogêneas, fios de Ariadne que podem com
facilidade nos guiar pelo labirinto da existência como cordas de esperança. Não!
Nossos carmas se parecem com nós. Nó górdio, daquele bem atado, volumoso. Rede
emaranhada de antecedentes e desdobramentos. Carma nunca é raso ou simples, sua
característica é, sempre, intrincada e, daí, opaca, de difícil entendimento e
impossível controle. Aliás, nessa questão, mais proveitoso é esforçar para
aceitar tranquilamente as derivações e resultados do que tentar - em vão! -
mantê-lo sob estrito domínio.
A expressão do carma no cotidiano das atribulações a acontecimentos humanos
carrega, como o leitor já deve ter percebido, um componente de absurdo e
irracionalidade. Por que o inocente é injustamente punido? Por que nem sempre o
correto é coroado pelo êxito? Por que é mais comum do que gostaríamos de ver o
erro e a falta passarem ilesos?
Inútil e desgastante perder energia buscando explicar isso que, justamente, está
na ponta das coisas inexplicáveis. Melhor controlar as reações e não esmurrar a
ponta da faca. Nossa opção correta é erguer a cabeça e, com altiva coragem,
mentalizar no sentido de nos equilibrarmos, enfrentar as consequências. Eis o
caminho para uma vida afastada de um bocado de sofrimento inútil.