Em 26 de novembro de 1764, um decreto
do rei Luís XV baniu a Companhia de Jesus em toda a França e seus
territórios. Alguns historiadores apontam o poder e a riqueza da instituição,
com seu influente sistema educacional, como fatores decisivos para essa decisão.
Da mesma forma, a supressão dos jesuítas atingiu outras partes da Europa, como
Portugal e Espanha, entre 1759 e 1782. A expulsão também é vista como uma das
primeiras manifestações das novas ideias secularistas do Iluminismo.
As monarquias, que tentavam centralizar e secularizar o poder político,
consideravam os jesuítas internacionais demais, fortemente aliados ao papado e
muito autônomos em relação aos monarcas em cujos territórios operavam. Na
França, a Companhia de Jesus tinha muitos adversários, como os intelectuais
e os jansenistas (membros de uma doutrina religiosa de caráter dogmático,
moral e disciplinar, que assumiu também contornos políticos).
Em 17 de abril de 1762 o simpatizante jansenista Abbé Chauvelin atacou na
imprensa a Companhia de Jesus, acusada de ensinar "todo
tipo de imoralidade e erro". Em 6 de agosto de 1762, o advogado-geral
Joly de Fleury propôs ao Parlamento a condenação final da instituição, indicando
sua extinção. Em 1º de abril de 1763, os colégios jesuítas foram fechados e, em
9 de março de 1764, os jesuítas foram obrigados a renunciar a seus votos sob
pena de banimento.
Finalmente, em novembro de 1764, o rei assinou um decreto dissolvendo a
Companhia em todos os seus domínios. Na época havia cerca de três mil jesuítas
na França.
A Igreja,
por séculos, havia monopolizado o ensino, como meio
de fortalecer o pensamento religioso, de forma que seu
domínio não dependesse exclusivamente da violência com
que levava seus pensamentos e impunha seu deus ao mundo.
Os intelectuais franceses sabiam muito bem as
consequências de a educação ficar a cargo de instituição
religiosa.