CONCÍLIOS DE CONSTANTINOPLA
O Primeiro Concílio de
Constantinopla se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o
arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico realizado em Constantinopla,
foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio I em 381.[1][2] O concílio
aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros assuntos
teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a julho de
381. É reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela Igreja Católica,
Nestoriana, Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos.
Índice
1 Controvérsias e declarações
2 Cânones
3 Disputa relativa ao terceiro cânon
4 Consequências
4.1 Credo Niceno-Constantinopolitano
4.2 Cristologia
4.3 Mudança de influência de Roma para Constantinopla
5 Comemorações litúrgicas
7 Referências
Controvérsias e declarações
Até cerca de 360, debates teológicos tratavam principalmente da divindade de
Jesus, a segunda pessoa da Trindade. No entanto, o Concílio de Niceia não
esclareceu a divindade do Espírito Santo, e a terceira pessoa da
Santíssima Trindade (que se tornou um tema de debate), sendo que os
macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo.
O concílio foi presidido sucessivamente por Timóteo de Alexandria, Manuel da
Antioquia, Gregório Nazianzeno e Nectario, arcebispo de Constantinopla. O
concílio reconfirmou o Primeiro Concílio de Niceia, como uma verdadeira
exposição de fé ortodoxa, e desenvolveu uma declaração de fé que incluía a
linguagem de Niceia, mas ampliou a discussão sobre o Espírito Santo para
combater a heresia dos macedonianos. É o chamado Credo
niceno-constantinopolitano. Expandiu-se a menção do Espírito Santo no Credo
Niceno, declarando-se que "é o Senhor, o Doador da vida que procede do Pai, com
o Pai e o Filho é adorado e glorificado". Com isso ficou implicitamente
estabelecido que o Espírito Santo deve ser do mesmo ser (ousia) que Deus Pai.
Esta decisão do concílio sobre o Espírito Santo também deu apoio oficial para o
conceito da Trindade.
O Primeiro Concílio de Constantinopla não tinha originalmente a intenção de ser
um concílio ecumênico, mas apenas regional, motivo pelo qual os bispos
ocidentais e o Papa Dâmaso I foram ignorados. Somente em 451, o Concílio de
Calcedônia considerou o Primeiro Concílio de Constantinopla como ecumênico e só
foi reconhecido pelo Ocidente no século VI[3] pelo Papa Hormisda, e mesmo assim
a validade do terceiro cânone (que deu ao bispo de Constantinopla a precedência
sobres os bispos de Alexandria e Antioquia) não foi aceito pelos papas,[4]
argumentando-se que violava o cânon sexto do Concílio de Niceia, os direitos de
Alexandria e Antioquia, nos quais o Bispo de Roma baseava sua autoridade no fato
de ser o sucessor de São Pedro, e não o bispo da capital imperial.[5]
Cânones
Foram emitidos sete cânones, quatro eram de caráter doutrinário e três
disciplinares.
O primeiro cânone é uma importante condenação dogmática do arianismo, e também
de macedonianismo.[6]
O segundo cânone renova a legislação do Primeiro Concílio de Niceia impondo os
bispos diocesanos a observância dos limites das dioceses.[7]
O terceiro cânone decreta a criação de prerrogativas de honra para
Constantinopla: “O Bispo de Constantinopla, no entanto, deve ter a prerrogativa
de honra, após o Bispo de Roma porque Constantinopla é Nova Roma”.[8] Esse
decreto deve-se ao fato que em 330 a capital do Império Romano foi transferida
para Constantinopla, assim a cidade tornou-se um centro político e eclesiástico
de grande importância.
O quarto cânone declara a invalidade da consagração de Máximo I de
Constantinopla, filósofo e rival de Gregório de Nazianzo, como Bispo de
Constantinopla.[9]
O quinto cânone foi
aprovado no ano seguinte em 382, e é em relação aos bispos ocidentais, e ao Papa
Dâmaso I.[10]
O sexto cânone pode pertencer ao ano de 382, bem como, foi aprovado no Concílio
de Trulo e fala sobre os bispos acusados de irregularidades.[11]
O sétimo cânone refere-se aos procedimentos para receber certos hereges na
igreja.[12]
Referências
1- Sócrates Escolástico, História Eclesiástica, livro 5, capítulos 8 & 11, data
o concílio no mesmo ano da revolta de Magno Máximo, que levou à morte do
imperador Graciano.
2- Heather and Matthews, Goths in the Fourth Century, p. 136.
3- L'idea di pentarchia nella cristianità
4- «George C. Michalopulos, Canon 28 and Eastern Papalism: Cause or Effect?).».
Consultado em 11 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 1 de julho de
2009
5- «O Papa e os concílios». Site Montfort. Consultado em 23 de maio de 2010
6-NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils | Christian Classics Ethereal Library
7- NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils | Christian Classics Ethereal Library
8- NPNF2-14. Canon III, First Council of Constantinople, The Seven Ecumenical
Councils | Christian Classics Ethereal Library
9- NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils | Christian Classics Ethereal Library
10- NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils | Christian Classics Ethereal
Library
11- NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils | Christian Classics Ethereal
Library
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Constantinopla>
O personagem Espírito
Santo sempre foi objeto de discórdia entre os cristãos, alguns considerando-o
uma pessoa do deus trino, e outros considerando-o apenas o poder desse deus.
A figura trindade para os povos antigos era bem simples, já que eram
politeístas. A dificuldade dos cristãos foi adotar uma figura do
politeísmo e adaptá-la ao monoteísmo. Até hoje já ramos cristãos que
consideram esse elemento apenas o poder divino; todavia a igreja cristã mais
poderosa o considera uma pessoa das três que compõem seu deus. E o
concílio de Constatinopla teve como finalidade decidir essa crença.