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CONGELAMENTO DE SALÁRIOS PÚBLICOS
13/05/2010
Governo quer congelar salário dos
servidores por 10 anos
12 de Fevereiro por Maria
Lucia Fattorelli
CONTRIBUIÇÃO DA AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA NA LUTA
CONTRA O PLP 549
PARA PERMITIR OS EXPLOSIVOS GASTOS COM A DÍVIDA PÚBLICA,
GOVERNO QUER CONGELAR SALÁRIO
DOS SERVIDORES PÚBLICOS POR 10 ANOS
O Senado Federal aprovou o PLS 611, numerado como PLP
549 na Câmara dos Deputados, com proposta de limitação
dos gastos com pessoal e outros gastos sociais da União,
mediante alteração de dispositivo da Lei de
Responsabilidade Fiscal – LRF.
Por outro lado, a mesma LRF, em seu artigo 30, incisos I
e II, indica que caberia ao Congresso Nacional e ao
Senado Federal estabelecer os limites para a dívida
mobiliária e consolidada da União, o que até hoje não
foi feito.
Os gastos com endividamento têm crescido de forma
exponencial, como demonstrado no gráfico a seguir,
superando excessivamente os gastos com Educação, Saúde,
Previdência, Assistência Social, e principalmente com
Pessoal. No ano de 2009, os gastos com endividamento da
União consumiram 36% dos recursos orçamentários, sem
considerar a parcela da dívida que foi “rolada”. Caso
considerada a rolagem, os gastos com a dívida
corresponderiam a 48% de todos os gastos da União.
Gráfico 1 - Orçamento Geral da União – Gastos
selecionados – R$ milhões
(COMPUTANDO O GASTO COM JUROS E AMORTIZAÇÕES DA DÍVIDA
PÚBLICA)
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional –
SIAFI – Balanço Orçamentário
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Não
inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da dívida.
Portanto, enquanto aos trabalhadores é aplicada política
de arrocho salarial, a dívida pública tem atualização
monetária garantida por lei, e os gastos efetivos com
juros não têm sido divulgados de forma transparente,
tendo em vista que o valor dos “Juros e Encargos da
Dívida” constante do Orçamento da União Executado
computa tão somente a parcela dos juros que supera a
inflação (denominados “juros reais”).
Ou seja, os dados são divulgados segundo metodologias
distintas: enquanto gastos com pessoal e demais áreas
sociais computam os valores nominais correntes
efetivamente pagos (embutidos os eventuais reajustes
salariais e de benefícios ao longo dos anos, decorrentes
da inflação), os gastos com juros da dívida pública são
descontados do IGP-M calculado sobre o estoque da
dívida.
Cabe esclarecer que para comparar os gastos, devem ser
consideradas sempre tanto os valores dos juros como das
amortizações informados no Orçamento da União Executado,
pois a rubrica “amortizações” engloba a parcela do
rendimento dos títulos da dívida (parte dos juros
nominais) correspondente à atualização monetária.
No Gráfico 2 a seguir transcrevemos o comparativo
normalmente divulgado pelo governo, que divulga os dados
do orçamento utilizando metodologias distintas para
demonstrar os gastos sociais e os gastos com a dívida
pública. Ou seja, compara apenas os “juros reais” (que
exclui a parcela da atualização monetária) com o
pagamento efetivo dos gastos com pessoal, educação,
saúde, previdência e assistência social, que são
considerados pelos valores nominais correntes
efetivamente pagos.
Gráfico 2 – Orçamento Geral da União - Gastos
selecionados – R$ milhões
(METODOLOGIA DO TESOURO NACIONAL QUE INFORMA SOMENTE OS
JUROS E EXCLUI PARCELA DOS JUROS CORRESPONDENTE AO IGP-M)
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional – SIAFI – Balanço
Orçamentário
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional – SIAFI – Balanço
Orçamentário
Conforme demonstrado, a distorção é enorme e subestima
os valores efetivamente gastos com o endividamento
público. Os dados demonstram a diferença de tratamento
dos trabalhadores e do capital. Demonstram também que os
gastos financeiros vêm crescendo velozmente, tomando
recursos de todas as demais áreas sociais.
Por essas razões, a luta dos trabalhadores públicos
contra o PLP 549 deve agregar a discussão sobre o
endividamento público.
Brasília 9 de fevereiro de 2010
Maria Lucia Fattorelli <http://www.cadtm.org/Governo-quer-congelar-salario-dos>
Você faz um curso superior. Você
concorre com milhares de pessoas a um cargo público e
fica entre os melhores concorrentes. Deve
fazer jus a uma boa remuneração.
Um tempo depois, alguém, que nunca deve
ter enfrentado um concurso, que chega ao poder pelo
papo, quer que você fique dez anos sem recomposição das
perdas salariais.
Sua conta de luz aumenta todos os anos,
assim como a de água; o que você compra no mercado
aumenta; a escola do seu filho aumenta também; o salário
da sua empregada doméstica, que sempre aumentou muito
mais do que o seu, continua aumentando; o IPTU,
que você paga do seu imóvel ou do que você locou,
aumenta; os medicamentos de que você precisa também têm
aumento; os impostos que você paga pegam uma
parcela cada vez maior do que você ganha; etc.
E a sua remuneração? Pode ficar sem
nenhum reajuste? Como será seu futuro? Só os
outros têm direito, e você não?
Ver também
CONGELAMENTO
SALARIAL
Ver mais POLÍTICA E
ECONOMIA
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