O QUE É O ESTRESSE
O estresse é a alteração global de nosso organismo para adaptar-se à uma
situação nova ou às mudanças de um modo geral. O estresse é um mecanismo normal,
necessário e benéfico ao organismo, pois faz com que o ser humano fique mais
atento e sensível diante de situações de perigo ou de dificuldade. Mesmo
situações consideradas positivas e benéficas, como é o caso por exemplo das
promoções profissionais, casamentos desejados, nascimento de filhos, etc., podem
produzir estresse.
Do ponto de vista pessoal, mudanças ocorrem em nossas vidas continuamente e
temos sempre de estar nos adaptando à elas. Nesses casos o estresse funciona
como um mecanismo de sobrevivência e adaptação, necessário para estimular o
organismo e melhorar sua atuação diante de circunstâncias novas.
Do ponto de vista social e cultural as mudanças cotidianas, em si, não são
novidade na civilização humana, elas são, na realidade, a base da evolução de
nossa espécie. O que, talvez, seja novo ao ser humano e perigoso à sua saúde, é
a velocidade sem precedentes com a qual essas mudanças e as exigências que elas
propiciam acontecem na vida moderna. Essas mudança estão em toda a parte;
mudanças importantes na tecnologia, na ciência, medicina, ambiente de trabalho,
nas estruturas organizacionais, nos valores e costumes sociais, na filosofia e
mesmo na religião. Há continuamente uma enorme solicitação de adaptação às
pessoas em geral, tanto para os jovens como para os mais velhos.
Como é o Estresse
Em tese, estresse é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de
um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e/ou
externas. Essas pressões, capazes de levar ao estresse, são chamadas de Fatores
Estressantes ou Agentes Estressores. Assim sendo, Fator Estressor é um
acontecimento, uma situação, uma pessoa ou um objeto capaz de proporcionar
suficiente tensão emocional, portanto, capaz de induzir à reação de estresse.
Os fatores estressantes podem variar amplamente quanto à sua natureza,
abrangendo desde componentes emocionais, como por exemplo a frustração,
ansiedade, até componentes de origem ambiental, biológica e física, como é o
caso do ruído excessivo, da poluição, variações extremas de temperatura,
problemas de nutrição, sobrecarga de trabalho, etc.
Quando nosso cérebro, independentemente de nossa vontade, interpreta alguma
situação como ameaçadora (Fator Estressante), nosso organismo passa a
desenvolver uma série de alterações denominadas, em seu conjunto, de Síndrome
Geral da Adaptação ao Estresse. Na primeira etapa dessa situação ocorre uma
Reação de Alarme, onde todas as respostas corporais entram em estado de
prontidão geral ou seja, todo organismo é mobilizado sem envolvimento específico
ou exclusivo de algum órgão em particular. É um estado de alerta geral, tal como
se fosse um susto.
Se esse estresse continua por um período mais longo sobrevém a Segunda fase,
chamada de Fase de Resistência, a qual acontece quando a tensão se acumula.
Nesta fase o corpo começa a acostumar-se aos estímulos causadores do estresse e
entra num estado de Resistência ou de Adaptação. Durante este estágio, o
organismo adapta suas reações e seu metabolismo para suportar o estresse por um
período de tempo. Neste estado a reação de estresse pode ser canalizada para um
órgão específico ou para um determinado sistema, seja o sistema cardiológico,
por exemplo, ou a pele, sistema muscular, aparelho digestivo, etc.
Entretanto, a energia dirigida para adaptação da pessoa à solicitação
estressante não é ilimitada e se o estresse ainda continuar, o corpo todo pode
entrar na terceira fase, o Estado de Esgotamento, onde haverá queda acentuada de
nossa capacidade adaptativa
FISIOLOGIA DA SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO
A Síndrome Geral de Adaptação descrita por Selye consiste, como vimos, em três
fases sucessivas: Reação de Alarme, Fase de Resistência e Fase de Exaustão.
Sendo que a última, Fase de Exaustão, é atingida apenas nas situações mais
graves e, normalmente, persistentes. Vejamos uma a uma.
Reação de Alarme
A Reação de Alarme subdivide-se em dois estados, a fase de choque e a fase de
contra-choque. As alterações fisiológicas na fase de choque, momento onde o
indivíduo experimenta a ameaça ou estímulo adverso (estressor), são muito
exuberantes (Quadro 1).
Durante a Reação de Alarme, participa ativamente do conjunto das alterações
fisiológicas o chamado Sistema Nervos Autônomo (SNA). Trata-se, este SNA, de um
complexo conjunto neurológico que controla, autonomamente, todo o meio interno
do organismo, através da ativação e inibição dos diversos sistemas, vísceras e
glândulas.
ALTERAÇÕES INICIADAS
NA FASE DE CHOQUE DA REAÇÃO DE ALARME |
ALTERAÇÕES |
OBJETIVOS |
a) aumento da
frequência cardíaca e pressão arterial |
o sangue circulando
mais rápido melhora a atividade muscular esquelética e cerebral,
facilitando a ação e o movimento |
b) contração do baço |
levar mais glóbulos
vermelhos à corrente sanguínea e melhora a oxigenação do organismo e
de áreas estratégicas |
c) o fígado libera
glicose |
para ser utilizado
como alimento e energia para os músculos e cérebro |
d) redistribuição
sanguínea |
diminui o sangue
dirigido à pele e vísceras, aumentando para músculos e cérebro |
e) aumento da
freqüência respiratória e dilatação dos brônquios |
favorece a captação de
mais oxigênio |
f) dilatação das
pupilas |
para aumentar a
eficiência visual |
g) aumento do número
de linfócitos na corrente sanguínea |
preparar os tecidos
para possíveis danos por agentes externos agressores |
Durante a Fase de Choque predomina a
atuação de uma parte deste SNA chamado de Sistema Simpático, o qual proporciona
descargas de adrenalina da medula da glândula supra-renal e de noradrenalina das
fibras pós-ganglionares para a corrente sanguínea. Alguns estudos mais recentes
sugerem que a emoção da raiva, quando dirigida para fora, estava associada mais
à secreção de noradrenalina. Entretanto, na depressão e a na ansiedade, onde os
sentimentos estão dirigidos mais para si próprio, a secreção de adrenalina
predomina.
Ainda durante o momento em que está havendo estimulação estressante aguda (Fase
de Choque da Reação de Alarme), uma parte do Sistema Nervoso Central denominado
Hipotálamo promove a liberação de um hormônio, o qual, por sua vez, estimula a
hipófise (glândula vizinha ao Hipotálamo) a liberar um outro hormônio, o ACTH,
este ganhando a corrente sanguínea e estimulando as glândulas Supra-renais para
a secreção de corticóides.
Como percebemos, toda a seqüência de acontecimentos tem origem no cérebro, e o
Hipotálamo é que acaba disparando a sucessão de eventos. Ao mesmo tempo em que
esse Hipotálamo está providenciando a estimulação da Hipófise para secreção do
ACTH, também proporciona a secreção outros neuro-hormônios (hormônios produzidos
no cérebro), tais como os chamados peptídeos cerebrais, como é o caso das
endorfinas (que modificam o limiar para dor), STH (que acelera o metabolismo),
prolactina e outros.
Desaparecendo os agentes estressores, todas essas alterações tendem a se
interromper e regredir. Se, no entanto, por alguma razão o organismo
continuadamente submetido à estimulação estressante, portanto, é obrigado a
manter seu esforço de adaptação, uma nova fase acontecerá. Trata-se da Fase de
Resistência.
Fase de Resistência
A Fase de Resistência se caracteriza, basicamente, pela hiperatividade da
glândula supra-renal sob influência do Diencéfalo, Hipotálamo e Hipófise. Nesta
fase, mais crônica, há um aumento no volume da supra-renal, concomitante a uma
atrofia do baço e das estruturas linfáticas e um continuado aumento dos glóbulos
brancos do sangue (leucocitose.
Se os estímulos estressores continuam, tornando-se crônicos e repetitivos, a
resposta começa a diminuir de intensidade e pode haver uma antecipação das
respostas. É como se a pessoa começasse a se acostumar com os estressores mas,
não obstante, pudesse também desenvolver a reação diante apenas da perspectiva
ou expectativa do estímulo.
Vamos imaginar, hipoteticamente, uma pessoa que se deparasse com uma cobra no
meio de sua sala, quase todas as vezes que entrasse em casa. Com o tempo sua
reação ao ver a (mesma) cobra tende a diminuir, embora ainda continue tomando
muito cuidado. Vai chegar um momento em que, mesmo não vendo a cobra, nessa vez
que chegou em casa, ficará estressado. Talvez tenha grande ansiedade ao imaginar
onde poderia estar hoje a tal cobra. Diz um ditado que a diferença entre medo e
ansiedade é exatamente essa; medo é encontrar uma cobra dentro do quarto, e
ansiedade é saber que tem uma cobra dentro do quarto.
Continuando ainda o agente estressor o organismo vai à terceira fase da SGA, a
Fase de Exaustão.
Fase de Exaustão
É quando começam a falhar os mecanismos de adaptação e déficit das reservas
de energia. Essa fase é grave, levando à morte de alguns organismos. A maioria
dos sintomas somáticos e psicossomáticos ficam mais exuberantes nessa fase.
Como se supõe, a resistência do organismo não é ilimitada. O estado de
Resistência é a soma das reações gerais não específicas que se desenvolvem como
resultado da exposição prolongada aos agentes estressores, frente aos quais
desenvolveu-se adaptação e que, posteriormente, o organismo não pode mantê-la.
As modificações biológicas que aparecem nessa fase se assemelham aquelas da
Reação de Alarme, mais precisamente às da fase de choque. Mas, nesta fase o
organismo já não é capaz de equilibrar-se por si só e sobrevém a falência
adaptativa.
DESADAPTAÇÃO E ESGOTAMENTO
Através das alterações fisiológicas observadas durante a Reação de Alarme
(Choque e Contra-Choque), o ser humano e os animais superiores foram dotados de
um complexo mecanismo fisiológico à disposição da adaptação, mecanismo esse
capaz de promover transformações diante de circunstâncias ameaçadoras, e não
apenas alterando o desempenho físico e visceral do organismo mas, sobretudo,
fornecendo uma quantidade suficiente de ansiedade como requisito psicológico
para a manutenção desse estado de alerta, para viabilizar melhores
possibilidades de ataque ou de fuga.
Enfim, esta Síndrome Geral de Adaptação viabiliza no ser humano as atitudes
adaptativas necessárias para a manutenção da vida diante de um mundo dinâmico e
altamente solicitante. Curiosamente, diante desta maravilhosa característica
adaptativa que proporciona a Síndrome Geral de Adaptação, intriga-nos o fato de
tão brilhante mecanismo defensivo se relacionar com o desenvolvimento de
transtornos emocionais, físicos e psicossomáticos?
Talvez o ser humano, dito civilizado, tenha começado a padecer com a Síndrome
Geral de Adaptação quando seus objetivos, inicialmente colocados à disposição de
sua sobrevivência física, foram deslocados para a sua sobrevivência social e
afetiva. Os agentes estressores que continuamente estão a estimular a pessoa não
são mais apenas ameaças ao seu bem estar físico e imediato, são, antes disso,
também estressores que estimulam uma tomada de atitude diante de ameaças
subjetivas e abstratas.
Talvez, em algum momento de nossa pré-história, o ser humano não necessitava
mais apenas sobreviver, como talvez tenha sido a preocupação absoluta de nossos
ancestrais da caverna, mas necessitava sobreviver socialmente,
profissionalmente, familiarmente e economicamente. Não era mmais necessário
adaptar-se apenas ao aqui e agora, como exigência momentânea de sua trajetória
existencial mas, sobretudo, devia adaptar-se ao seu passado, ao seu presente e
ao seu futuro.
O aqui e agora é apenas uma parte do esforço adaptativo do ser humano e, mesmo
assim, não se trata de uma atitude voltada exclusivamente para a manutenção
prática de sua existência. Psicologicamente a adaptação é convocada para que o
indivíduo exista desta ou daquela forma e não simplesmente para que exista. Além
disso, o ser humano tem que adaptar-se emocionalmente às suas cicatrizes do
passado e às suas perspectivas do futuro.
O ser humano tem que adaptar-se aos problemas da infância, às perdas e abandonos
sofridos, às agressões, ao medo e frustrações. Tem que adaptar-se às
expectativas que seu grupo social lhe dirige, à uma identidade conveniente mas
nem sempre sincera, adaptar-se à competição e à manutenção de seu espaço social,
às angústias do amor, à conquista da segurança para seus entes queridos, enfim,
tem que adaptar-se às ameaças impalpáveis e abstratas, ameaças essas encontradas
mais em seu próprio interior, como um inimigo sempre presente, do que fora dele.
Tudo isso, ou seja, todos estes estímulos estressores, são capazes de convocar a
Síndrome Geral de Adaptação por tempo indeterminado.
As reações de estresse resultam do esforço adaptativo. As doenças, bem como o
leigamente conhecido "esgotamento", surgem quando o estímulo estressor for muito
intenso ou muito persistente. É o custo (mental e biológico) do esforço
adaptativo. Os efeitos da Síndrome Geral de Adaptação sobre o indivíduo
cronicamente ao longo do tempo compõem o substrato fisiopatológico das doenças
psicossomáticas. Cada órgão ou sistema é envolvido e apenado pelas alterações
fisiológicas continuadas do estresse, de início apenas funcionalmente e depois,
anatomicamente.
Por causa disso, podemos dizer que as Doenças Psicossomáticas são aquelas
determinadas ou agravadas por motivos emocionais, já que é sempre a emoção quem
detecta a ameaça e o perigo, sejam eles reais, imaginários ou fantasiosos..
TIPOS DE ESTRESSORES
Conforme já comentamos, a ansiedade e o estresse não são monopólios do ser
humano. Se colocarmos um gato junto de um cão feroz num espaço fechado, depois
de algum tempo o gato estará esgotado; primeiro ele terá muita ansiedade,
entrará em estresse e, pela continuidade do estímulo agressivo (presença do
cão), acabará se esgotando.
Tendo em vista o fato do gato representar uma ameaça menos agressiva para o cão
do que o cão representa para ele, o cão ficará esgotado depois do gato. Nesse
caso o cão representa para o gato um estímulo agressivo externo, por estar fora
do gato e, inato, por fazer parte da natureza biológica de todos os gatos.
Assim sendo, nos animais os estímulos para o desenlace da ansiedade podem ter
duas naturezas e uma só origem: quanto à natureza eles podem ser inatos, como
vimos, do tipo gato tem medo de cachorro ou, por outro lado, podem ser
condicionados por treinamento e experiência. Quanto à origem serão sempre
externos, partindo do pressuposto que os animais não têm condições para
alimentar um conflitos intra-psíquicos.
No ser humano dito civilizado esses estímulos costumam ter, ao contrário dos
animais, duas origens; podem ser externos e, principalmente, internos. Os
estímulos internos são oriundos dos conflitos pessoais os quais, em última
instância, refletem sempre a sensibilidade afetiva de cada um. Os estímulos
externos, por sua vez, representam as ameaças concretas do cotidiano de cada um.
Como se suspeita, no ser humano modernos os estímulos adquiridos e internos são
aqueles que maior papel desempenham no desencadeamento e manutenção do estresse.
As ameaças normalmente são interiores, abstratas, continuamente presentes e
freqüentemente invencíveis.
Podemos dizer também, que a possibilidade de ficar doente seja uma ameaça séria,
um estímulo ameaçador importante. É claro que é. Entretanto, podemos
experimentar uma grande ansiedade devido ao fato de pensarmos que podemos ficar
doentes ou, ao contrário, se essa idéia não vier sempre à nossa consciência, não
experimentaremos ansiedade com isso. Esse estímulo estressor é interno e não
externo. Seria um estímulo externo caso houvesse, de fato, sinais de que nossa
saúde está abalada. Enquanto houver apenas o medo de passar mal, de poder ficar
doente, isso será uma ameaça interna.
Ora, enquanto nos animais os estímulos agressivos externos aparecem
periodicamente, no ser humano a presença dos estímulos internos pode ser
continuada. Havendo pois, uma afetividade problemática, insegurança e/ou
pessimismo, vamos sentir ameaças internas continuamente. Nessas circunstâncias
podemos ter o esgotamento por persistência do agente estressor.
É por causa desses estímulos internos contínuos que a ansiedade humana tem sido
constante, exagerada e às vezes patológica. As ameaças externas, pelo contrário,
não costumam ser constantes. Vejamos o caso das ameaças concretas acerca de
nossa segurança pessoal, por exemplo: a ameaça de sermos assaltados, agredidos,
mortos, etc. A possibilidade até existe, nos grandes centros, mas não é
contínua. Há situações onde podemos nos sentir seguros, racionalmente falando.
Entretanto, o estímulo interno não é tão racional quanto o é emocional. Isso
quer dizer que podemos estar ansiosos devido ao medo de sermos assaltados e
agredidos, embora essa possibilidade seja mínima na prática. Além disso, podemos
nos deparar com o medo do desemprego, da derrota competitiva, da falta de
segurança social e econômica, ou qualquer outra coisa que não se encontra
palpável no tempo ou no espaço (como é o assaltante). Nós vamos dormir e
acordamos com as ameaças internas.
Finalizando, devemos entender que os estímulos necessários para determinar a
ansiedade são proveniente de duas origens: são externos quando se devem à
sucessão de acontecimentos de nossa vida aos quais temos que nos adaptar e serão
internos quando se originam dentro de nós mesmos, de nossos medos, nossos
pensamentos negativos, nossas inseguranças.
A FORÇA DOS ESTRESSORES
Vários autores tentaram estabelecer alguma espécie de graduação de
importância para os vários estímulos estressores possíveis no cotidiano. Embora
algumas listas possam dar a idéia de grau ou da força variável dos estressores,
como por exemplo, separação conjugal seria mais estressante que mudança de
emprego e menos do que a morte do filho, essas tabelas perdem o valor quando
consideramos que as pessoas são muito diferentes quanto à sua forma de reagir
aos desafios impostos pela vida.
Algumas pessoas podem superar perfeitamente alguma perda importante, enquanto
outros podem desenvolver um transtorno emocional como resposta à acontecimentos
estressantes de menor importância. As variáveis pessoais desempenham um papel
decisivo na maneira de reagor aos eventos de vida.
De um modo geral, pelo menos é bom termos em mente que existem categorias de
estressores que nos impõem grandes esforços adaptativos, como por exemplo, a
morte de um ente querido, uma grande perda, severos revezes econômicos,
constatação de doença séria, etc., e, ao lado desses, existem os pequenos
acontecimentos estressantes do cotidiano que acontecem com maior frequência na
vida das pessoas e, finalmente, existem ainda a influência dos conflitos íntimos
pessoais.
Mas, além dos acontecimentos eventualmente considerados estressantes, para o
desencadeamento e manutenção do estresse há imperiosa necessidade de uma
vulnerabilidade pessoal à ansiedade. Vulnerabilidade pessoal é uma espécie de
tendência constitucional a reagir mais ansiosamente aos estímulos. Algumas
pessoas reagem com uma ativação fisiológica maior aos acontecimentos
estressantes.
Um exemplo médico que pode se prestar à analogia com o estresse seria,
novamente, o da reação alérgica. Se, dentro de um mesmo ambiente impregnado de
bolor, existirem 10 pessoas e 3 delas reagirem com espirros, coriza e
lacrimejamento como sinal de uma rinite alérgica ao mofo, não se pode,
medicamente falando, alegar a rinite diretamente ao fungo do bolor. Se assim
fosse todos os demais também teriam essa reação. Para ocorrer a reação alérgica
é indispensável existir o mofo mais a sensibilidade pessoal.
ASPECTO PESSOAL DOS ESTRESSORES
Nossa capacidade de conhecer o mundo decorre de nossa percepção pessoal da
realidade. Essa percepção pessoal da realidade, diferente em cada um de nós, é
chamada de procepção da realidade. O principal conhecimento que devemos ter
disso, é que a realidade será sempre representada intimamente e de acordo com os
filtros afetivos de cada um, ou seja, de acordo com a sensibilidade (afetiva) de
cada um.
A percepção pessoal da realidade engloba toda a realidade ou toda nossa maneira
de ver e sentir o mundo e só à essa realidade (única para nós) nos reportaremos.
Engloba não apenas a concepção que temos das coisas que estão fora da gente,
como também os conceitos que cultivamos dentro da gente. Isso inclui também a
imagem que nós temos de nós mesmos, ou seja, inclui nossa própria auto-estima.
Essa auto-estima, por exemplo, poderá ser representada mais negativamente ou
mais positivamente, de acordo com a tonalidade afetiva de cada um. Algumas
pessoas se vêem ótimos, outras se vêem péssimos. Assim sendo, a idéia que temos
de nós mesmos pode, por si só, ser um estímulo agressivo e causador de
ansiedade, caso seja uma idéia de nós seja uma idéia ruim e que nos perturba
constantemente.
Mesmo em se tratando de um eventual estímulo externo, proveniente do mundo
objetivo e concreto, sua natureza agressiva poderá ser mais traumática ou menos
traumática, ou seja, mais estressante ou menos estressante, dependendo da
conotação mais agressiva ou menos agressiva à ele atribuída por nossa
sensibilidade (afetiva). Ter que falar em público, por exemplo, pode representar
uma ameaça maior ou menor, dependendo das circunstâncias pessoais.
Ballone GJ - Curso sobre Estresse - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet,
1999 - disponível em http://www.psiqweb.med.br/cursos/stress1.html
DICAS PARA CONTROLAR O ESTRESSE
1- Aprenda a identificar as situações que provocam tensão.
2- Planeje melhor as atividades para
evitar acúmulo.
3- Diminua o nível de exigência consigo
mesmo(a) e com os outros. Isso pode facilitar o manejo de situações que trazem
ansiedade.
4- Procure ter momentos de lazer e
descanso; planeje férias.
5- Divida as atividades com familiares
e/ou amigos quando houver excesso ou sentir que precisa de ajuda.
6- Exercícios físicos e técnicas de
relaxamento podem ajudar no manejo do estresse.
7- Os momentos de maior desgaste podem ser
compensados com a realização de atividades que dão prazer. Dê prioridade ao que
realmente é importante para você.
(Fonte: CARTILHA DO HIPERTENSO Nº
7-2001, Secretaria de Estado da Saúde do Paraná).
10 TÁTICAS PARA COMBATER O ESTRESSE
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