Pessoas desinformadas acreditam quando alguns políticos dizem que é prejuízo para o país um fundo eleitoral em
lugar de financiamento com doações privadas. Darei aqui dois exemplos para
ajudá-los a entender como o financiamento privado fica bem mais dispendioso.
1 - Imaginem aquele candidato que sugere diminuir os impostos sobre o fumo.
Com um financiamento por um fundo público distribuído equitativamente, ele
estaria em igualdade de condições econômicas com os demais e teria que se
esforçar para convencer a população de que a intenção dele seja benéfica, o que
não seria fácil.
Com um financiamento privado, ele receberia milhões da indústria fumageira e
poderia ser o mais visto em todos os cantos do país e nem precisaria falar de
sua intenção de diminuir os impostos sobre o tabaco.
Sendo ele eleito, o país perderia, não milhões, mas bilhões, até mais do que
todo um fundo eleitoral, de impostos que poderiam ser usados na saúde para
cobrir parte dos custos com tratamento das consequências do tabagismo. Eu
disse "cobrir parte", porque o gasto em tratamento de enfermidades provocadas
pelo fumo sempre é maior do que a soma dos tributos arrecadados sobre essa
droga.
2 - Pensem naquele que sempre procura diminuir a proteção ao meio-ambiente.
Como parte de um fundo eleitoral público, estaria em condições de igualdade com
os outros candidatos, e precisaria convencer a população de que suas ações
contra o meio ambiente têm resultados econômicos compensatórios do estrago
feito.
Todavia, com milhões, ou bilhões doados por empresas interessadas do
afrouxamento das regras de proteção ambiental, estaria com grande vantagem
econômica sobre os outros, podendo alcançar melhor o eleitorado e o que o país
perderia depois em benesse dadas aos seus financiadores e os estragos ao meio
ambiente, o país estaria perdendo muito mais do que uns poucos bilhões de
financiamento público.
Além dos dois exemplos acima, as
doações de mortos e
desempregados tão recorrentes atualmente são um bom indício do tanto que o
financiamento privado corrompe a democracia e dos inimagináveis prejuízos
públicos que podem advir dessa forma de financiar as campanhas políticas.
É essa razão por que tanto preconizamos um financiamento público de campanhas
eleitorais. Evita uma grandíssima fonte de corrupção e um grande prejuízo
a toda a nação.
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POLÍTICA E ECONOMIA