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GUAGUEZ OU GAGUEIRA
A gagueira tem muitas faces
Para a pessoa que gagueja, falar não é uma atividade
natural, mas algo trabalhoso. O escritor Machado de
Assis e o “pai” da medicina, Hipócrates, dois gagos
famosos, que o digam.
Hoje em dia, aproximadamente 1% da população apresenta o
mesmo problema, em uma proporção de quatro homens para
cada mulher. Só no Brasil, 1,8 milhões de pessoas, de
acordo com o Centro de Especialização em Fonoaudiologia
Clínica (CEFAC).
O normal em uma conversa é ligar palavras e frases com
suavidade, facilidade e sem esforço, além disso,
utilizar um tempo considerado usual para a execução das
sílabas, palavras ou frases. Mas quando o gago se
comunica não é assim, pois ele apresenta um distúrbio na
fluência ou na temporalização da fala.
Desta forma, pode prolongar os sons “Olá, tuuuudo bem?”,
interromper uma frase enquanto busca a palavra correta
“atenda (silêncio por alguns segundos) a porta, por
favor”, ou ainda a repetir sons e sílabas: “A-a-tenda a
porta, por favor”.
Com o objetivo de mascarar a gagueira, muitas pessoas
utilizam sinônimos. Quando percebem a dificuldade em
pronunciar uma palavra, trocam-na por outra. Outras
atitudes como encurtar a frase e recorrer às
interjeições também é comum.
Assim: “atenda ao telefone, por favor” pode virar apenas
“atenda” ou “atenda é, é, é ao telefone, por favor”. Um
último comportamento é a utilização de movimentos
físicos compensatórios. Por exemplo, no esforço de
liberar uma sílaba que não está saindo a pessoa fecha os
olhos e daí consegue pronunciá-la.
Os mitos
Algumas pessoas acreditam que a gagueira é fruto de um
susto muito grande ou então acompanha a fala de pessoas
nervosas ou ansiosas. Mas é um mito. A ansiedade pode
contribuir para o aparecimento da gagueira, mas ela
sozinha não pode ser considerada a causa.
A tese mais aceita no meio científico é de que o
problema tenha causa multifatorial, ou seja, um conjunto
de vários fatores (genéticos, orgânicos, sociais e
psicológicos) que podem influenciar em maior ou menor
grau.
Possíveis causas
. Genéticas: mais de um membro da família apresente a
gagueira;
. Orgânicas: Partos muito demorados podem causar a falta
de oxigenação momentânea do feto, fator que pode
desencadear a gagueira no futuro;
. Sociais: crianças que crescem em ambientes muito
agitados, onde se fala alto demais e a linguagem
utilizada é complexa para a idade da criança;
. Psicológicas: pessoa que se sente insegura ou tem medo
na hora de falar (os fatores psicológicos podem ser
causa ou conseqüência da gagueira).
Fonte: Unimed do Brasil
30/03/2006
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