HAVERÁ AINDA GRANDE TRIBULAÇÃO?
Os religiosos, em regra, nunca percebem quando suas
previsões falham. Chegam até a admitir que algo
não se cumpriu, mas dizem que isso se cumprirá mais
adiante. É esse o caso da tão falada "grande
tribulação", termo que surgiu quando os judeus foram
duramente castigados por Antíoco IV, foi usado
pelos cristãos primitivos para se referir à perseguição
romana aos judeus, e agora é citado pelos cristãos
hodiernos referindo-se a uma grande tribulação que dizem
que ainda irá ocorrer. Não entendem que, a
seguir seu livro sagrado, não poderiam admitir um novo
tempo de tribulação além daquele dos dias da destruição
de Jerusalém. O evangelho diz que aquele
seria um tempo qual nunca houve nem haverá jamais, não
podendo, portanto os seguidores desses evangelhos
esperarem novo tempo de tribulação. Mas eles
continuam pregando essa tribulação, porque, se
admitissem o que está escrito, teriam que concordar que
a previsão falhou.
"O PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Já vimos que a segunda vinda de Cristo consiste de duas
fases e que estas duas fases devem ser separadas por um
período de tempo. O autor apresentou sua crença em que
este período de tempo será o tempo da futura grande
tribulação. Suas razões para esta crença aparecerão no
curso deste capítulo. Deveremos estudar este período sob
as seguintes epígrafes:
I. AS PASSAGENS QUE DESCREVEM ESTE PERÍODO
A primeira passagem que desejamos observar é Mat.
24:21,22 e reza como segue: "E haverá então grande
tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo
até agora, nem tão pouco há de haver; e, se aqueles dias
não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas
por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias".
Que estas palavras não podem ser totalmente referidas
aos sofrimentos dos judeus ao tempo do sítio e
destruição de Jerusalém por Tito, A. D. 70, está
mostrado nos versos 29 a 31. Estes versos nos contam que
imediatamente após a tribulação desses dias Cristo virá
em poder e grande glória. Isto claramente se refere à
segunda fase da vinda de Cristo. Nada do que atendeu ou
resultou da destruição de Jerusalém pode satisfazer
completamente a estes versos. Verdade é que, segundo o
v. 34, a destruição de Jerusalém causou ou um
cumprimento espiritual ou típico de tudo que está
predito nesta parte do discurso. A destruição de
Jerusalém vibrou o golpe mortal no judaísmo e marcou a
vinda do reino de Deus com poder, como Jesus predissera
(Mar.9:1; Mat. 16:28; Luc. 9:27). Foi isto um
cumprimento espiritual de tudo quanto Cristo disse sobre
Sua vinda neste capítulo. E o sítio de Jerusalém (A. D.
70) trouxe um cumprimento típico de tudo quanto Ele
disse sobre Jerusalém neste capítulo.
Mas o cumprimento
literal daquilo que Cristo disse sobre Sua segunda vinda
e o antítipo do cerco de Jerusalém ainda estão para vir.
Nenhum crente na inspiração verbal pode achar na
destruição de Jerusalém uma satisfação perfeita e
completa da profecia deste capítulo. Sua referência
final deve ser ao cerco final de Jerusalém na batalha de Armagedão (Apoc. 16:13-21; 19:11-21; Zac. 12:2-9;
14:1-7, 21-25 ), e a vinda pessoal e corporal do Senhor,
como prometida em Atos 1:11.
Mas em Apoc. 6 a 19 cremos ter uma descrição muito mais
extensa e pormenorizada deste período. Tomamos estes
capítulos como descritivos deste período pelas duas
razões seguintes:
1. COMO VIMOS NO ÚLTIMO CAPÍTULO, TEMOS NO CAPÍTULO
SÉTIMO A SELAGEM DOS SERVOS DE DEUS NA TESTA E SOMENTE
OS JUDEUS SÃO SELADOS
Isto mostra que todos os crentes gentios (e prévios
crentes judaicos) foram arrebatados da terra e,
portanto, que o rapto dos santos (que ocorrerá na
primeira fase da vinda de Cristo ? 1 Tess. 4:15-17) já
teve logar. Então a segunda fase da vinda de Cristo está
claramente retratada em Apoc. 19:11-12. Portanto,
tomamos a seção mediante do livro como descrevendo o
ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo e
relacionamos o capítulo seis com este período porque
consideramos os cavaleiros dos quatro cavalos (6:2-8) os
mesmos como os quatro anjos (7:13) cuja obra está
restringida até depois da selagem dos servos de Deus.
2. ENTÃO EM APOC. 7:14 TEMOS UMA REFERÊNCIA AO PERÍODO
DA GRANDE TRIBULAÇÃO COMO ESTANDO EM PROGRESSO.
Apoc. 7:14 reza: "Estes são os que saem da grande
tribulação e lavaram os seus vestidos e os fizeram
brancos no sangue do Cordeiro". Estas palavras foram
faladas da multidão inumerável do v. 9. O original aqui
é muito enfático. Diz literalmente: "Estes são os que
estão saindo de tribulação, a grande". Não é só de
tribulação em geral que se fala aqui: é
uma tribulação definita e particular, a saber, a grande. O particípio
presente neste verso, "estão saindo" mostra que a grande
tribulação está em progresso. Assim assinamos esta seção
do livro ao período da grande tribulação.
II. A DURAÇÃO DESTE PERÍODO
Nossa convicção é que este período será de sete anos em
duração. Sustentamos esta convicção porque o tempo
combinado de profetizar das duas testemunhas (Apoc.
11:3) e a carreira da besta (Apoc. 13:5) é,
aproximadamente, de sete anos. Notai que as testemunhas
devem profetizar por "mil duzentos e sessenta dias"
(aproximadamente três anos e meio); então é para a besta
levantar-se e matá-los (Apoc. 11:7) e continuar
"quarenta e dois meses" (Apoc. 13:5). Nossa opinião é
que as testemunhas principiarão a testificar logo depois
do rapto e, desde que a besta deve ser destruída quando
Cristo vier para julgar e guerrear (Apoc. 19:11-21; 2
Tess. 2:8), concluímos que a duração do período mediante
é para se achar pelo método supra. Notar-se-á que tomará
os mil, duzentos, e sessenta dias, com os quarenta e
dois meses, literalmente. Fazemos isto em harmonia com a
regra mencionada no nosso último capítulo. Não achamos
razão para tomá-lo diferente quer nas passagens mesmas,
ou no seu contexto, ou em qualquer outra passagem.
Também sustentamos ser a grande tribulação de sete anos
de duração porque a consideramos como sendo a semana de
setenta semanas de Daniel (Dan. 9:27).
III. OS HORRORES DESTE PERÍODO
Este período é para ser o "dia" da ira de Deus. Durante
este período o Deus, a quem pertence à vingança,
vingar-se-á do tratamento que este mundo dispensou ao
Seu Filho e aos Seus santos. Ele vingará completamente
Seus eleitos (Luc. 18:7; Apoc. 6:9,10). Ele derramará os
vasos de Sua ira até as últimas fezes amargas sobre esta
terra amaldiçoada de pecado e entenebrecida pelo diabo.
A terra será arrancada do diabo e o seu povo dado ao
povo de Deus (Mat. 5:5).
IV. SALVAR-SE-Á ALGUÉM DURANTE ESTE PERÍODO?
É isto questão muito controvertida, mas nós
inhesitantemente damos uma resposta afirmativa como
opinião nossa. No capítulo onze, como já vimos, temos a
menção das duas testemunhas de Deus. Como já afirmamos
que cremos que estas duas testemunhas profetizarão
durante o ínterim entre as duas fases da vinda de
Cristo, cremos que elas pregarão o Evangelho e
anunciarão o reino milenial, tanto como Cristo e os
apóstolos pregaram o Evangelho e anunciaram o reino
espiritual (o reino de Deus) e a fase temporal do reino
do céu. Não podemos pensar em nenhuma outra mensagem que
Deus teria para o mundo durante este período.
E sustentamos que o cento e quarenta e quatro mil judeus
de Apoc. 7 serão salvos imediatamente depois do
princípio da grande tribulação.
Então, por causa do tempo presente no v. 14,
consideramos a multidão em Apoc. 7:9-17 como contendo
alguns que são salvos durante este período, e que, tendo
sido martirizados ou doutra maneira falecidos, são
imediatamente arrebatados ao céu, um tanto segundo a
mesma maneira como as duas testemunhas em Apoc. 11:7-12.
Também tomamos as ovelhas no julgamento das nações (Mat.
24:31-46) como o povo que creu e foi salvo durante este
período.
Pode ser perguntado como o povo será salvo durante este
período. Respondemos que serão salvos exatamente do
mesmo modo como todos os outros o foram. Deus nunca teve
e jamais terá senão um modo de salvação. Esse um modo é
pela graça através da fé. "Mas", pode alguém dizer,
"como pode alguém salvar-se depois que o Espírito Santo
foi tirado do mundo?" A resposta é que serão salvos
justamente como foram antes do dia de Pentecostes.
Durante o período da grande tribulação o Espírito Santo
terá acesso ao mundo tanto como Ele teve antes do dia de
Pentecostes.
Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos
Santos, 2004
Revisão: Luis Antonio dos Santos, 12/05
http://www.palavraprudente.com.br/estudos/tpaul_s/doutrinabiblica/cap41.html
Como se pode observar, o autor do texto admite
que a profecia não se cumpriu, embora seja incapaz de
admitir que ela falhou. Ele aventa uma
interpretação de que houve um cumprimento espiritual e
não o cumprimento literal, que, acredita ele, ocorrerá
no futuro. Não percebe que isso é algo inadmissível no
contexto do capítulo 24 de Mateus.
Embora, a grande tribulação dita no livro
do profeta Daniela se refira ao período em que os judeus
sofreram a grande opressão de Antíoco Epífanes, rei da
Síria, o autor de Mateus falou do "abominável da
desolação de que falou o profeta Daniel" referindo-se ao
cerco e destruição de Jerusalém. Ele disse:
"Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta
Daniel no lugar santo (que lê entenda)" (Mateus, 24: 15). O desolador
"no lugar santo" quer dizer em Jerusalém,a "cidade
santa". Para confirmar com mais clareza compare-se
com a versão de Lucas:
"Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua
devastação" (Lucas, 21: 20). Aí não fica dúvida.
E o
tempo da grande tribulação? O começo já está
fixado no cerco de Jerusalém. Resta agora saber
quanto duraria.
Ao ler o
texto de Daniel (capítulos 8 a 12), tempos "um tempo,
dois tempos e metade de um tempo"; período esse
(três tempos e meio, ou três anos e meio) que parece
muito claramente corresponder aos "quarenta e dois
meses" e "mil duzentos e sessenta dias" do Apocalipse.
Pois o texto de Lucas diz: "E até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada
por eles" (Lucas, 21: 20). E o Apocalipse diz: "...
gentios. Estes por quarenta e dois meses
calcarão aos pés a cidade santa. " (Apocalipse, 11: 2).
Como
três anos e meio, quarenta e dois meses, ou mil duzentos
e sessenta dias é um período extremamente curto em se
tratando de história, e Jesus não voltou naqueles dias,
foi necessário criarem uma interpretação de que cada dia
correspondesse a um ano. Assim, haveria ainda
muito tempo para esperarem o tão sonhado reino eterno de
Jesus. Mil e duzentos anos chegariam ao
século IV. Mas como os séculos passaram e hoje
essa época já ficou muito distante, a única maneira de
preservar a fé cristã seria criar as mais mirabolantes
interpretações que pudesse jogar tudo para um futuro.
E é isso que cada grupo cristão faz a seu jeito.
Para
quem não quer admitir a falha das profecias, essas
interpretações são satisfatórias. Todavia, para
quem lê com isenção, verificando se a coisa é mesmo
verdade ou não, a literalidade clara do texto não deixa
dúvida:
"Porque nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem
haverá jamais" (Mateus, 24: 21). Se o cerco e
destruição de Jerusalém, seguido da diáspora, seria uma
grande tribulação como nunca houve, nem haverá jamais,
não há lógica para esperar uma grande tribulação no
futuro. O evangelho não fala de dois tempos de
tribulação, mas um único, tal qual não haverá mais.
E "LOGO EM SEGUIDA", não em outro tempo
muito posterior, deveria ocorrer a volta de Jesus.
Se,
"Logo em seguida à tribulação daqueles dias", o sol
deveria escurecer, a lua não
dar a sua claridade, as estrelas caírem do firmamento e os poderes dos céus
serem abalados, devendo então aparecer no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos
da terra se lamentarem e verem o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com
poder e muita glória (Mateus, 24: 29 a 31); mas nada disso aconteceu,
não podemos dizer que
essas coisas irão acontecer no futuro, mas simplesmente
que essa predição falhou. Para os cristão,
entretanto, não é simples ver isso.
Eles tentam de todos os
modos encontrar uma explicação que satisfaça a sua
cegueira. Eles acham que, se Jesus predisse a
destruição de Jerusalém e ela aconteceu, o restante
também irá acontecer. Não percebem que aquilo foi
escrito anos depois do acontecimento.
Ver
A ORIGEM DA
GRANDE TRIBULAÇÃO