A bíblia diz sim, mas não é bem assim
como interpretam os religiosos. Primeiramente, Yavé teria destruído quase
toda a vida na Terra, depois teria prometido que nunca mais destruiria.
Depois, teria Yavé prometido que, sem qualquer ideia de acabar com o mundo,
daria aos judeus um domínio eterno sobre todas as nações. Só no novo
testamento, escrituras cristãs, surgiu a ideia de destruir o mundo com fogo, ou
destruir apenas uma grande maioria da humanidade e salvar só os cristãos e cento
e quarenta e quatro mil israelitas.
O texto seguinte é uma visão cristã:
“O mundo está passando, e também o seu
desejo”, diz 1 João 2:17. O que é esse “mundo”? Como e quando ele passará?
O que é o “mundo” que terá um fim?
O QUE A BÍBLIA DIZ
Visto que o mundo mencionado no texto bíblico tem ‘desejos’ que Deus desaprova,
é óbvio que não se trata do planeta Terra. Trata-se das pessoas que desrespeitam
ao Deus, agindo como inimigos dele. (Tiago 4:4) Os que fazem parte desse mundo
“sofrerão a punição judicial da destruição eterna”. (2 Tessalonicenses 1:7-9)
Por outro lado, aqueles que obedecem a Jesus Cristo e continuam a ‘não fazer
parte do mundo’ terão a perspectiva de viver para sempre. — João 15:19.
De fato, 1 João 2:17 conclui: “Quem faz a vontade de Deus permanece para
sempre.” Quem age assim tem a perspectiva de vida eterna aqui mesmo na Terra,
como diz o Salmo 37:29: “Os justos possuirão a terra e viverão nela para
sempre.”
“Não amem nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do
Pai não está nele.” — 1 João 2:15.
Como será o fim do mundo?
O QUE A BÍBLIA DIZ
O fim terá duas etapas principais. Primeiro, Deus
destruirá as religiões falsas, representadas como uma prostituta chamada
“Babilônia, a Grande”. (Apocalipse 17:1-5; 18:8) Ela professa ser leal a
Deus, mas ao mesmo tempo se envolve com os líderes políticos do mundo. No
entanto, esses mesmos governantes se voltarão contra ela. “[Eles] odiarão a
prostituta; eles a deixarão devastada e nua, comerão a sua carne [ou riquezas] e
a queimarão completamente no fogo.” — Apocalipse 17:16.
Depois, Deus voltará sua atenção para os governantes — os “reis de toda a terra
habitada”. Eles serão destruídos junto com todos os perversos na “guerra do
grande dia de Deus, o Todo-Poderoso”, também chamada “Armagedom”. — Apocalipse
16:14, 16.
“Busquem a Jeová, todos vocês, mansos da terra . . . Busquem a justiça, busquem
a mansidão. Provavelmente vocês serão escondidos no dia da ira de Jeová.” —
Sofonias 2:3.
Quando virá o fim do mundo?
O QUE A BÍBLIA DIZ
O fim virá quando a humanidade tiver recebido aviso suficiente por meio de uma
divulgação global sobre o Reino de Deus — um governo mundial que substituirá os
governos humanos. (Daniel 7:13, 14) Jesus disse: “Estas
boas novas do Reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a
todas as nações, e então virá o fim.” (Mateus 24:14) Essa pregação
reflete a justiça e a misericórdia de Deus e faz parte do “sinal” composto que
marca o tempo do fim. Esse sinal inclui também conflitos internacionais,
terremotos, fome e doenças. — Mateus 24:3; Lucas 21:10, 11.
Além de predizer acontecimentos mundiais, a Bíblia diz sobre as características
das pessoas dos “últimos dias”: “Haverá tempos críticos, difíceis de suportar.
Pois os homens só amarão a si mesmos, amarão o dinheiro, serão . . .
desobedientes aos pais, . . . sem autodomínio, ferozes, sem amor ao que é bom, .
. . amarão os prazeres em vez de a Deus.” * — 2 Timóteo 3:1-5.
Um grupo de pessoas furiosas
O atual mundo perverso em breve ‘passará’. — 1 João 2:17
Todas essas condições marcam o período que começou por volta da Primeira Guerra
Mundial, em 1914. Além disso, desde aquele ano, o Reino de Deus tem sido
divulgado em toda a Terra. Para as Testemunhas de Jeová é uma honra ser
reconhecidas como aqueles que realizam essa obra. Tanto que o nome de sua
principal revista é A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová.
Primeiramente,
arrependido de ter posto o homem sobre a Terra (Gênesis, 6: 6), o
'onisciente' acabou com a humanidade quase toda, juntamente com quase todos os
outros seres vivos, enviando uma inundação global, ficando só um homem com sua
família, além de casais de todas as espécies de animais, para repovoar a terra
(Gênesis, 7). Mas, novamente arrependido,
prometeu: "Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem;
porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei
mais a ferir todo o vivente, como fiz" (Gênesis 8:21).
Os judeus dominariam o mundo
"Achei Davi, meu servo; com o meu
santo óleo o ungi. A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá.
O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá. Eu
esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei. A minha
fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será
exaltado o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios.
Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação.
Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da
terra. Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele
ficará firme. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu
trono como os dias dos céus. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não
andarem nas minhas ordenanças, se profanarem os meus preceitos, e não guardarem
os meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites
a sua iniqüidade. Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem
faltarei com a minha fidelidade. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que
saiu dos meus lábios. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não
mentirei a Davi. A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono
será como o sol diante de mim; será estabelecido para sempre como a lua, e
ficará firme enquanto o céu durar."
(Salmos, 89: 20-37). Essas palavras não deixam dúvida, os hebreus seriam o povo
mais poderoso do mundo; e não haveria fim do mundo.
Quando começaria o reino eterno?
“Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar
entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em
Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade. Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver
dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos
filhos de Israel. E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do
Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque
agora ele será grande até os fins da terra. E este será a nossa paz.
Quando a Assíria entrar em nossa terra, e quando pisar em nossos palácios, então
suscitaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. Esses
consumirão a terra da Assíria à espada, e a terra de Ninrode nas suas entradas.
Assim ele nos livrará da Assíria, quando entrar em nossa
terra, e quando calcar os nossos termos. E o resto de Jacó estará no meio
de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco sobre a erva,
que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de homens. Também o resto de Jacó
estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais
do bosque, como um leão novo entre os rebanhos de ovelhas, o qual, quando
passar, as pisará e despedaçará, sem que haja quem as livre. A tua mão será
exaltada sobre os teus adversários e serão exterminados todos os seus inimigos.
Naquele dia, diz o Senhor, exterminarei do meio de ti os teus cavalos, e
destruirei os teus carros; destruirei as cidade da tua terra, e derribarei todas
as tuas fortalezas. Tirarei as feitiçarias da tua mão, e não terás
adivinhadores; arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas e as tuas
colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos. Do meio de ti arrancarei os
teus aserins, e destruirei as tuas cidades. E com ira e com furor exercerei
vingança sobre as nações que não obedeceram.”
(Miquéias, 5: 2-15).
A época para os judeus repatriarem os
israelitas dominarem o mundo seria, conforme essas palavras de Miqueias,
quando a Assíria entrasse na terra de Judá.
Um rei nascido em Belém assumiria o domínio sobre todas as nações.
Contrariamente à previsão de Miquéias,
os fatos frustraram irreparavelmente essa promessa, quando Josias foi morto em
batalha pelo faraó Necau, e quem ditou as coisas em Judá desde então foi o Egito
(II Reis, 23: 29, 30, 33-36; 24: 7-14). Talvez a profecia tenha sido criada nos
dias em que o rei da Assíria destruiu várias cidades de Judá e impôs aos judeus
pesado tributo. Entretanto, em vez de um judeu nascido em “Belém” libertar Judá,
repatriar Israel e formar aquele reino inabalável, nem houve quem salvasse
Israel, e Judá caiu sob o jugo egípcio. A profecia não se cumpriu, mas o
povo ainda continuou pensando que um dia viria esse salvador.
A Assíria perdeu seu poder, mas não foi derrotada por um filho de Belém, e sim
pelo rei de Babilônia. A situação piorou para os dois reinos, que nem mais
tiveram reis, caindo a promessa de o trono de Davi permanecer "para sempre",
ainda que seu povo descumprisse o pacto de Yavé (Salmos, 89: 20-37).
Queda de Babilônia e o reino eterno
dos judeus
Nos dias de Babilônia, o profeta Isaías teria pronunciado novamente a palavra de
Yavé, anunciando a queda de Babilônia, a construção da nova Jerusalém
(Jerusalém havia sido destruída pelo império babilônico) e a paz perpétua do
povo:
"E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será
como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou" (saías, 13:19). "Pois
eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente
no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo
motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo;
e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de
clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que
não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o
pecador de cem anos será amaldiçoado. E eles edificarão casas, e as habitarão; e
plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros
habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão
como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras
das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque
serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com
eles. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles
ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão
comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano
algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor" (Isaías, 65: 17-25).
Novamente, a promessa não se cumpriu, e eles continuaram passando de um jugo
para outro: após Babilônia, veio Medo-Pérsia, depois Grécia,
depois Síria, depois Roma. A afirmação
"nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor" caiu no
vazio; Jerusalém foi novamente devastada. E o povo não percebeu que a palavra
divina não era confiável. Judeus continuaram crendo que iriam dominar o mundo.
Reino eterno a partir dos dias dos
macabeus
Após a morte de Alexandre Magno, rei da Grécia, o seu império foi dividido entre
seu quatro generais. Após algumas gerações, um dos monarcas herdeiros, Antíoco
IV, Antíoco Epífanes, rei da Síria, destituiu o sumo-sacerdote judeu e o
substituiu por outro a seu gosto, profanou o templo de Jerusalém e estabeleceu
sobre ele sacrifícios aos seus deuses, submetendo os judeus a uma humilhação
qual nunca houve antes. Ao fim de alguns anos, Judas Macabeu conseguiu vencer a
guerra e restabelecer o santuário. “Em 141 a. C., eles destruíram a
fortaleza selêucida e instalaram um reino independente, o último Estado judeu
que existiria por lá até a recriação de Israel, em 1948”
(Superinteressante, fev/2008, pág. 47). Parece que nesses dias é que apareceu a
profecia de Daniel falando da abominação assoladora: os capítulos 8 a 12 de
Daniel (o livro de Daniel não é uma seqüência, mas os capítulos 7 e 8 foram até
escritos em línguas diferentes, o 7, que parece ter vindo por último, em
aramaico e o 8, em hebraico, conforme informam alguns estudiosos).
Se dessa vez o povo acreditou que iria ser estabelecido aquele reino inabalável
para sempre, isso também não ocorreu. A profecia dizia que,
após o tempo de angústia, os reinos do mundo seriam
entregues aos santos (o povo escolhido de Yavé, os hebreus). Mas, como
das outras vezes, eles não conseguiram esse domínio, porque vieram os romanos e
dominaram a todos.
O fracasso final e a mudança
O capítulo 7, que parece ter sido escrito depois do 8, já apresenta uma história
muito parecida com a dos capítulos 8 a 12, mas o período de tribulação, "um
tempo, dois tempos e metade de um tempo", tempo de assolamento e "destruição
do poder do povo santo", os intérpretes dizem que fala do império romano, o
"quarto animal", na visão de quatro animais que representavam os últimos reinos
do mundo antes do estabelecimento do eterno reino de Israel. Em ambos os
capítulos, era prevista a vitória final do povo de Yavé, para não ser molestado
nunca mais.
Afirmam alguns comentaristas de Daniel que o povo judeu reconhecia a vitória de
Judas Macabeu como o cumprimento da profecia sobre o fim das desolações de
sofrimentos dos hebreus. Mas, como o capítulo 7 apresenta a desolação procedente
do quarto animal, que seria um reino posterior ao da Grécia, os evangelistas
Mateus e Lucas apresentaram, após a destruição de Jerusalém do ano 70 AD,
palavras atribuídas a Jesus, afirmando que a "abominação da desolação de
que falou o profeta Daniel" se referia àquele período que eles já
estavam vivendo nos dias em que foram escritos os evangelhos:
"Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel
no lugar santo (que lê entenda)" (Mateus, 24: 15). "Quando, pois virdes
Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação"
(Lucas, 21: 20). "Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o
princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais" (Mateus,
24: 21 [Referência a Daniel, 12:01]). "E, até que os tempos dos gentios se
completem, Jerusalém será pisada por eles" (Lucas, 21: 20). "Estes por
quarenta e dois meses calcarão aos pés a cidade santa.", completou o autor
do Apocalipse (Apocalipse, 11: 2).
A última promessa de eternidade foi:
"Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará
a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão
abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da
terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com
poder e muita glória. E ele enviará seus anjos com grande clangor de trombeta,
os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra
extremidade dos céus." (Mateus, 24: 29 a 31).
Essa previsão atribuída a Jesus, mas escrita após a destruição de Jerusalém
pelos romanos, foi inspirado nas palavras do livro de Daniel: "Eu estava
olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como
filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E
foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e
línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu
reino tal, que não será destruído" (Daniel, 7: 13, 14).
Veja o leitor que, conforme todos os profetas anteriores, os dominadores de cada
época deveriam ser vencidos por exércitos judeus e os judeus estabeleceriam um
reino normal como qualquer outro, mas que jamais cairia. Entretanto, as
previsões de Daniel já apresentavam o que deu origem à idéia do reino
sobrenatural, alguém descendo do céu com as nuvens. Isso já é um produto da
assimilação das crenças em ressurreição dos mortos e um reino divino sem
sofrimento, morte, pecado, etc. Não havia ressurreição nas promessas anteriores
ao domínio babilônico, porque os hebreus não tinham essa crença antes de viver
em Babilônia.
QUANTO TEMPO DEVERIA DURAR A GRANDE TRIBULAÇÃO?
A profecia de Daniel dizia: "os santos lhe serão entregues na mão por um
tempo, dois tempos, e metade de um tempo" (Daniel, 7: 25).
Aí ficou um problema sério para os cristãos, defensores das profecias:
Se esse assolamento de "um tempo, dois tempos e metade de um tempo", três anos e
meio se referia à profanação do templo por Antíoco Epífanes, a profecia não se
cumpriu fielmente, porque "os santos", o povo judeu, não estabeleceram aquele
reino eterno previsto. E as palavras de Jesus em Mateus e Lucas já seriam vazias
de sentido.
Se, por outro lado, o quarto animal da profecia se referisse mesmo a Roma, há
outro problema a resolver: o tempo indicado são mesmo três
anos e meio,
ou cada dia representa um ano? Se fossem
interpretar como três anos e meio, a profecia novamente não se teria cumprido,
porque a perseguição romana seguia pelas décadas e séculos seguintes. Aí é que
deve ter surgido a interpretação hoje defendida pelos adventistas do sétimo dia,
cada dia representando um ano.
Se cada dia representava um ano, ficou um pouco melhor para os crentes daqueles
dias. No entanto, nos dias atuais, já não é possível ajustar os fatos à
profecia, pela seguinte razão:
Mil duzentos e sessenta anos a partir da destruição de Jerusalém chegariam ao
século 14, pouco depois do ano 1300 da Era Cristã.
Se "logo em seguida à tribulação daqueles dias", teria que ser
estabelecido o reino, que, segundo os evangelhos teria Jesus como o rei (Mateus,
24: 29 a 31), isso também não deu certo; porque após o tempo determinado, já se
passaram mais seis séculos, o mundo já foi dominado pelos próprios cristãos por
meio da Igreja Católica, depois o Oriente Médio passou para o domínio turco
otomano, depois pela Inglaterra, após o que a palestina foi dividida entre
judeus e palestinos, o que originou esse conflito eterno.
Agora mestres religiosos tentam adaptar a besta do Apocalipse aos Estados
Unidos. Mas tudo é tentativa de desviar a realidade, uma vez que as promessas
divinas falharam sempre.
Alguns mestres evangélicos, desde o século passado, dizem que essa "grande
tribulação" é algo irá ocorrer muito brevemente, não obstante o evangelho dizer
claramente que isso se referia à destruição de Jerusalém do ano 70 e que seria "grande
tribulação tal qual nunca houve nem haverá jamais". Ademais,
tudo isso teria que ocorrer em tempo suficiente para encontrar vivas algumas das
pessoas quer teria estado com Jesus:
“Em verdade vos digo", teria dito Jesus, "que não passará esta geração sem
que todas essas coisas se cumpram” (v. 34). Isso é que já tinha dito
em outra ocasião, com outras palavras, que não deixam dúvida quanto à brevidade
dos acontecimentos preditos: "Em
verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte
até que vejam vir o Filho do homem no seu reino." (Mateus 16:28)
Quantas gerações já passaram? Não aconteceram todas essas coisas.
O Apocalipse, por sua vez, diz que, além da fera que representava o império
romano, ainda viria outro reino semelhante para outro período de tribulação,
contrariando as palavras de Jesus, que a ação romana
seria a última tribulação: “porque haverá então uma tribulação
tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais
haverá” (Mateus, 24: 21).
Tudo destruído numa explosão de fogo
Pedro teria dito que viria um dia "Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor,
no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se
dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas. Ora, uma vez
que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser
em santidade e piedade, aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de
Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se
fundirão? Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma
nova terra, nos quais habita a justiça" (II Pedro, 3: 10-13).
Diferentemente, o Apocalipse, que teria
guerra do Armagedom, envio dos crentes para uma cidade santa no céu por um
período de mil anos e retorno à Terra, com nova tentativa dos reinos do mundo,
só
desceria um fogo do céu para destruir os inimigos que estariam tentando tomar a
cidade santa após um milênio de estada dos fiéis no céu (Apocalipse, 16-20).
Em resumo, segundo as promessas de Yavé, não
haveria fim do mundo, apenas o domínio judeus sobre todas as nações; e as
promessas mudaram com o Cristianismo, havendo
um dilúvio de fogo queimando até os céus, na visão
de Pedro; mas, segundo o Apocalipse, haveria a destruição de todos os reinos do
mundo, acabando a ordem natural das coisas, não existindo mais morte nem
sofrimento para os seres humanos que sobrassem dessa destruição.
Assim vemos que, de uma promessa de não mais destruir o mundo e perpetuar o
trono de Davi para sempre, com o fim dos sofrimentos dos judeus, as coisas
mudaram para o fim do mundo por meio de fogo.
Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a
imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais
a ferir todo o vivente, como fiz.