Deus tem origem na interpretação humana primitiva dos
fenômenos da natureza. Para o homem primevo, tudo que se movimentasse deveria
fazê-lo pela mão de alguém. Assim, imaginou um ser invisível. Diante da grande força
dos fenômenos naturais, o homem imaginou um ser de força descomunal, ou vários
seres superpoderosos, aos quais chamou deuses. Através de um livro que apareceu
na reforma do templo nos dias de Josias rei de Judá, e depois uma montagem de
textos das escrituras pelos mestres cristãos, um deus sobressaiu aos outros,
tornando-se o único deus verdadeiro para a maior parte da humanidade.
Assim como os animais sentem a presença de algum monstro diante de uma
tempestade, o homem primitivo, vendo fenômenos da natureza, imaginava a
existência de um ser invisível que fizesse todas aquelas coisas. O trovão seria
a sua voz; o brilho do relâmpago, a demonstração do seu poder; o vento, o seu
poderoso sopro; e a queda de um raio destruindo uma árvore, ou até matando algum
animal, seria esse ser agindo de forma arrasadora; assim, tudo que ocorresse sem o impulso de um ser vivo deveria
ser ato de um ser invisível, sobrenatural.
Sem dúvida, os seres humanos viam em sonho os seres sobrenaturais que
imaginavam. Esses conteúdos oníricos, além de parecerem uma confirmação
definitiva da existência do ser, ou seres imaginários, serviram de base para
formar a crença de que o homem tem também um lado sobrenatural, que se separa do
corpo, viaja para os mais distantes lugares e vê os seres naturalmente
invisíveis, como até hoje muitos creem.
Os outros animais permaneceram temendo o monstro invisível. O homo sapiens,
por sua vez, procurou conquistar a amizade dessa entidade sobrenatural,
oferecendo-lhe sacrifícios, e se viu protegido por esse ser que antes só
provocava medo. É por isso que, em todos os cantos do planeta,
não só no âmbito dos egípcios e hebreus, mas até no continente americano, onde
outros povos estão separados deles por dezenas de milhares de anos, o sacrifício
de vidas pelos deuses é elemento comum de todas as religiões.
Como o homem, a não ser em sonho, nunca via esse ente
sobrenatural, a que chamou deus, chegou à conclusão de que não fosse um único,
mas muitos deuses. Crêem os hebreus e cristãos que Yavé, para eles o único "deus
verdadeiro", fez o homem à sua imagem. O mais provável é que os povos mais
antigos pensassem que cada animal existente no mundo fosse a imagem de um deus.
Dados arqueológicos mostram, e a própria Bíblia revela que os hebreus adoraram
muitos outros deuses além de Yavé. Todavia, um dia concluíram que Yavé fosse o
único deus verdadeiro, e todos os outros fosse produtos da imaginação dos
homens. Estavam quase cem por cento certos.
Nos dias em que Josias mandou fazer uma reforma do templo de Jerusalém, lá
apareceu um livro. Esse livro continha uma história do mundo desde a sua criação
até aqueles dias. Parece ter sido nessa época que os hebreus firmaram a crença
de que Yavé era o único deus e que os hebreus eram o povo escolhido de Yavé para
dominar o mundo. Tanto é, que Josias mandou matar todos os sacerdotes que
ofereciam sacrifícios aos outros deuses.
A arqueologia refuta boa parte da referida história contida no livro encontrado
no templo, que acreditam ter sido escrito por Moisés. Na grande quantidade de
registros encontrada em bibliotecas egípcias não se achou nada que confirmasse a
estada de Israel no Egito e a existência de um homem como Moisés. Se fosse uma
história real, deveria ter ficado pelo menos alguma menção a um homem do reino
que se rebelou e fugiu do país com um grupo estrangeiro. Nenhum vestígio
arqueológico foi encontrado de um povo navegando pelo deserto. Uma multidão de
aproximadamente dois milhões de pessoas, como está informado na Bíblia, não
viveria quarenta anos no deserto sem deixar nenhuma marca. Mesmo pequenos grupos
de pessoas seriam percebidos pelos avançados recursos arqueológicos atuais.
Outrossim, algumas cidades mencionadas na jornada de Abraão não existiam à época
em que Abraão teria vivido. E a cidade de Jericó não tinha muros para serem
derrubados como está escrito que foram milagrosamente pelo som das trombetas do
exército de Josué.
É de se observar que, segundo o livro encontrado no templo, o Deus Yavé falava
face a face com Abraão, Isaque, Jacó e também com Moisés; porém nos dias de
Josias só se revelava aos profetas em sonho.
* Se nos tempos patriarcais houve um deus que falava diretamente com eles, por
que esse deus depois só falava em sonho aos profetas e nunca diretamente?
** Se esse deus falou através de um profeta que um ungido judeu iria destronar a
Assíria e estabelecer um reino eterno englobando Judá e Israel, e isso não se
cumpriu, pode-se dizer que isso é palavra de um deus verdadeiro, um deus que
realmente exista?
Esse deus não foi em nada superior aos outros deuses que os
hebreus adoraram nem aos deuses dos assírios, dos egípcios, dos babilônios, dos
persas, etc. Tanto é, que, quando os hebreus se tornaram mais fiéis a Yavé, a
situação deles, aos invés de melhorar, foi só piorando, até desaparecer a sua
monarquia, que, segundo as promessas de Yavé, seria eterna.
Quem acredita cria argumento para justificar tudo. Eles devem ter explicações
para o deus deles não falar hoje com ninguém e ter falado no passado. Não
obstante a época exata de vir o tal libertador fosse nos dias em que a Assíria
entrasse na terra de Judá - e a Assíria deixou de existir -, os hebreus ainda
são capazes de acreditar que esse messias ainda irá aparecer. Porém, o mais fora
da realidade é os cristãos acreditarem que um dos heróis executados pelos
romanos seja esse messias. Mas tudo isso é aceito como verdade, porque muito
tempo
depois dos dias em que dizem que Jesus foi executado, apareceram os evangelhos dizendo que ele ressuscitava os
mortos e também fora ressuscitado, fatos de que nenhum escritor da época tomou
conhecimento.
O que podemos ver bem claramente no chamado Novo Testamento é que os mestres
cristãos utilizaram fragmentos de partes das escrituras hebraicas fora de seus
contextos para enquadrar Jesus ao ungido libertador prometido pelos profetas.
Assim foi mais fácil passar ao mundo a ideia de que Jesus seja o filho do deus
Yavé enviado para a salvação da humanidade e que Yavé seja o verdadeiro deus,
sendo todos os outros criações da mente humana.
Os fenômenos da natureza deram origem aos seres sobrenaturais em que todos os
povos do mundo creem. E, graças ao famoso livro que apareceu na reforma do
templo nos dias de Josias, e à obra de distorção de sentido de muitos textos das
escrituras hebraicas pelos mestres cristãos, Yavé se tornou o deus verdadeiro
para os romanos e depois para a maior parte do mundo de hoje. Aquele
grande animal imaginário invisível que assusta todos os animais foi transformado
gradativamente pelo homem, até se tornar o monstro que afogou os seres vivos do
mundo inteiro (Gênesis, 6 e 7), estimula as pessoas a fazer coisas erradas para
depois castigá-las (Êxodo, 4: 21; 8: 19; 9: 12; Deuteronômio: 2: 30; Josué, 11:
20) e, para demonstrar melhor sua barbaridade e seu sadismo, lança em um lago de
fogo, para sofrer uma tortura eterna (Marcos 9:44), uma pessoa que simplesmente
não acreditar que ele exista (Marcos 16:16). E, não obstante, é considerado, por
bilhões de humanos, perfeito justo e bom.
Para mais detalhes, veja
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