A brincadeira aí faz muito
sentido. Todos os personagens aí são tão reais quanto o Papai Noel.
Muitos povos antigos tinham as
lendas de seus deuses dando como data de nascimento os solstício setentrional,
quando o Sol era visto no ponto mais distante. Era para eles um começo e
recomeço. Ao que parece, um deduziu que seu deus nasceu no dia em que o
Sol começava a voltar para próximo da Terra, e outros foram copiando a ideia
para seus deuses, e os romanos não perderam a oportunidade de sintetizar todos
eles no personagem mais famoso, que tomou conta do mundo.
Nenhum dos escritores que viveram
naquela região nos dias em que se diz que Jesus viveu e morreu e ressuscitou,
nem sequer um, ninguém deles disse uma só palavra a respeito de um homem ímpar,
que fazia deficiente físico andar, mudo falar e cego enxergar, até morto
ressuscitar.
Além disso, nenhum deles disse
nem mesmo ter conhecido um grupo religioso que dissesse que seu líder executado
tivesse ressuscitado.
Por cima disso, nas discussões
sobre Jesus ocorridas nos séculos seguintes, quando se tem registro da
existência do Cristianismo, nenhum dos mestres cristãos fez menção a alguns
escritores de época mais próxima em cujas obras aparecem citações suspeitas que
vieram a ser usadas muitos séculos depois.
A citação cristã mais famosa, que
estudiosos sérios questionam, é a de Flávio Josefo, que veio a aparecer em cópia
de História dos judeus
muito posterior àquela época. Flávio Josefo foi um famoso fariseu
que comandou revolta contra os romanos e, depois de capturado por eles, teve o
privilégio de não ser executado e escreveu á famosa obra. Mas, embora
dominado pelos romanos, Josefo não renunciou a sua fé, sendo fariseu até a
morte, o que naturalmente é completamente incompatível com aquelas declarações
reconhecendo o Jesus do Cristianismo como salvador tão esperado pelos judeus.
Outra citação bastante usada
pelos cristãos até hoje, mas claramente fraudulenta, é de Tácito, um escritor
que viveu de 56 a 117 do nosso calendário. A obra de Tácito faz
referência a uns judeus revoltosos cujo mentor se chamava Chrestus, sendo
eles chamados "crestianos"; e copistas cristãos a
adulteraram para afirmar serem os "cristianos", os cristãos. Analista
apresentam "Detalhe do Manuscrito Mediciano, mostrando a palavra “christianos”.
A lacuna entre o “i” e o “s” aparece destacada; um “e” é visível sob luz
ultravioleta, mostrando que essa seria a letra original."