POR QUE OS CRISTÃOS NÃO VEEM AS DISTORÇÕES
Um leitor, ao examinar minhas explicações sobre as
distorções que os escritores
cristãos fizeram dos textos das escrituras hebraicas,
ficou impressionado com o fato de os cristãos não verem
o quanto essas distorções estão à mostra. Confesso
que eu também, fiquei pensando muito nisso até analisar
o contexto em que essa doutrina se desenvolveu
gradativamente. Mas, é impressionante mesmo como
isso permaneceu tanto tempo oculto.
"Eu acho que o sucesso que a bíblia faz com as pessoas,
principalmente, aquelas que não têm acesso a informações
que falem contra ela, se deve aos evangelhos, enfim, a
vida de Jesus e as palavras que dizem que ele falou. As
outras partes que compõem a bíblia não afetam tanto as
pessoas, a não ser o apocalipse, que muitas pessoas
evitam até ler, com medo.
A vida de Jesus, como se lê na bíblia é cheia de
passagens emocionantes e tem alguns ensinamentos que
mexem com quem lê. Se os evangelhos são obra dos antigos
cristãos, com a intenção de perpetuar o nome de Jesus,
eles foram bem espertos no que fizeram, pois até hoje
muitas pessoas acreditam, sem dúvida alguma no que está
escrito.
O fato dos antigos cristãos terem modificado o sentido
de alguns textos e passagens do antigo testamento, para
atribuir tudo a Jesus é impressionante, mas, ao mesmo
tempo, tão simples, que eu fico pensando como pessoas
cultas de antigamente e de agora, na atualidade, não
observaram isso.
Gostaria de saber sua opinião sobre este assunto."
A aceitação incondicional da Bíblia foi implantada
gradativamente, de forma que, hoje, quem nasce em uma
família cristã tem uma resistência imensa a qualquer
coisa que contrarie aquilo que consideram divino.
Os evangelhos, escritos já no final do
primeiro século ou início do segundo, falavam de uma pessoas miraculosa, que
teria feito cegos enxergarem, aleijados readquirirem a
perfeição física, surdos ouvirem, e, os mais incrível,
mortos ressuscitarem. Todavia, ninguém fora do
grupo cristão tomou conhecimento de que existisse essa
pessoa. Ademais, dizem os evangelhos que sua
fama percorreu toda a região. E por que alguém tão
famoso teria sido desconhecido para Filon e outros
escritores que viveram em seus dias no mesmo lugar?
Se nos dias apontado como a época de Jesus, ninguém
registrou nada sobre ele, isso indica que, ou ele
era pessoa muito insignificante, não fazendo nada do que
dizem ter ele feito, ou não existiu. Algumas
décadas depois do tempo apontado como da morte dele, já
existem alguns registros mencionando seu nome, os quais
os estudiosos chegaram à conclusão de serem inserções
posteriores, uma vez que as autoridades da Igreja só
vieram a citar tais passagens séculos depois. Se
fossem verdadeiras, teriam sido mencionadas antes.
E, ainda que que se admita que essas passagens tenham
sido escritas por aqueles escritores, ele já escreveram
o que ouviam dizer. E, num mundo onde não
havia as informações que temos hoje, não era fácil eles
verificarem sobre a veracidade do que ouviam ter
ocorrido muitos anos antes.
Mas, diferentemente das outras religiões,
o Cristianismo teve algo muito importante para torná-lo
a maior religião do mundo: a sua oficialização como
religião do império. Nada é mais
interessante para um povo pobre e sem esperança do que a
promessa de uma vida eterna e feliz depois da morte.
Isso conquistou os pobres, a grande maioria
da população. No século IV, vendo toda a
massa crendo nessa promessa de ressurreição, o imperador
romano percebeu que não havia melhor opção do que acatar
tal doutrina como a religião oficial do império.
Como não havia unanimidade, havendo centenas de grupos
com idéias extremamente divergentes, ao adquirir o poder
político, o grupo cristão romano cuidou de eliminar
todos os outros, uniformizando assim o pensamento
cristão. A prova mais clara disso
ainda existente hoje são as contradições doutrinárias
encontradas nos poucos livros que foram selecionados
para compor o chamado Novo Testamento. E,
com a descoberta de diversos livros que a Igreja não
conseguiu apagar por completo, isso ficou mais evidente
ainda.
Quando o império romano foi dissolvido,
todos os povos que formaram os novos estados já estavam
cristianizados, formando uma Europa essencialmente
cristã, onde os próprios governantes se submetiam á
vontade dos bispos de Roma como a vontade divina.
Assim, a Igreja se sobrepôs a todos os governantes e
esses, ao colonizarem mais a metade do mundo, destruíram
povos nativos, subjugaram outros e implantaram as suas crenças nas
cabeças dos sobreviventes.
Pedaço de texto fora do contexto
- Quando os cristãos primitivos utilizavam pedaços
de citações dando sentido diverso, uma população
analfabeta não tinha condições de analisar os livros e
ver que o contexto era outro. Com o tempo, dado
avanço do movimento, e com as falsificações
praticadas pelas autoridades eclesiásticas, pessoas mais
esclarecidas passaram a aceitar tudo como verdade.
Já parecia que aquilo não podia ser mentira.
Pecado duvidar -
Para
os que desconfiavam dos enganos, existia esta ameaça:
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”
(Marcos, 16: 16).
Tentação do diabo -
Muitos que leem os textos dos
quais os cristãos tiraram tais citações, mesmo vendo que se referem
a outra coisa, ao apresentarem aos mestres das igrejas
atuais, ouvem que é o diabo que leva as pessoas a pensar
de forma errada e achar que os textos dizem outra
coisa. Dizem os tais mestres que, embora o texto se
referisse a coisas do passado, aquelas coisas eram uma
figura de outras que estavam por acontecer. E,
assim, muitas pessoas hoje pegam um texto e,
inadvertidamente, acreditam no que dizem: que ele se
refere a dois ou três acontecimentos em épocas
diferentes, como podemos ver na citação em
A GRANDE TRIBULAÇÃO OU TEMPO DE ANGÚSTIA NÃO PODE
REPETIR-SE.
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