POR QUE PREVIDÊNCIA SÓ A OPOSIÇÃO SABE QUE A PREVIDÊNCIA NÃO TEM DÉFICIT?
Quem está na oposição faz as contas,
sobra dinheiro na Previdência, quem está no governo contabiliza déficit.
Já imaginou por quê? Qual o segredo desse mercado trilionário?
Desde o século passado,
vimos ouvindo falar de "déficit da previdência" por quem está no poder e de
"superávit da previdência" por quem está fora do governo. Isso é muito
estranho, porque até quem fala de superávit quando está na oposição, se chega ao
poder, vê déficit. Os banqueiros estão sempre de olho nessa montanha de
dinheiro, e o estado sempre falando de prejuízo. Como se explica isso?
Vários estudos de
economista de fora do governo provam que sempre está sobrando dinheiro da
previdência. Então, deve haver algo escondido por trás do chamado déficit
da previdência.
Fernando Henrique
Cardoso, após vender quase de graça tudo que foi possível, vivia tentando
desmontar a previdência também, porque, segundo sua área econômica, era um peso
para o país. Mas o PT, como uma oposição forte, conseguiu impedir muita
coisa. Nem mesmo o campo mais vulnerável, o funcionalismo público, que foi
tão prejudicado com perdas remuneratórias, ele conseguiu atingir em relação à
previdência.
Todavia, um dia, Lula
chegou lá. Aí, o partido dos trabalhadores começou a ver as coisas por um
outro ângulo, e, embora melhorando a vida dos pobres, lançou a mão sobre os que
trabalham para o Estado. A Rede Globo, que sempre foi poderosa nesse
campo, passou uma semana ocupando o Jornal Nacional com o tal "déficit da
Previdência", mas jogando a conta para os funcionários
públicos.
O sistema previdenciário
dos funcionários públicos era diferente do sistema previdenciário dos
trabalhadores privados. Em vez de contribuir com um teto, como no serviço
privado, os funcionários públicos faziam uma contribuição sem esse limite,
alcançando toda sua remuneração; o que, com justiça, dava o direito a uma
aposentadoria compatível, alcançando toda a remuneração. Qualquer criança
entende que quem contribui pouco tem direito a pouco e quem contribui muito deve
ter direito a muito. Mas, para a rede Globo, isso não vale, era uma
injustiça os funcionários públicos receberem uma aposentadoria condizendo a a
contribuição, sendo esses funcionários responsáveis pelo tal "deficit", que
doravante até o PT já estava vendo.
O que FHC não conseguiu,
Lula fez, acabou com a aposentadoria integral, eliminando também a contribuição
integral; ou seja, parte da aposentadoria, como também parte da contribuição,
passou a engordar os expeculadores financeiros. Só que, enquanto alguns
passaram a ganhar com isso, ficou uma conta um pouco pesada para o Estado por um
bom tempo. Pois quem entrou no serviço público antes da nova lei continuou
contribuindo muito, mas os novos funcionários passaram a contribuir pouco,
enquanto por bom tempo continua havendo a aposentadoria integral. Mas quem
está no poder não liga para isso, pois deve ter suas compensações de imediato
quando favorece os donos do capital.
No governo de Dilma, já
se começou a falar novamente em reforma da previdência, o que culminou na
ressurreição do "rombo" com Temer. Provando um caos econômico,
consegue-se justificar toda espécie de sacrifício do trabalhador em benefício
dos donos do capital. Forçando as pessoas a trabalharem até os oitenta
anos, o gasto com aposentadoria será pouco, pois poucos trabalhadores passam
dessa idade, e o Estado terá bastante dinheiro para outras coisas, e os
administradores de previdência privada terão muito lucro. Rebaixando
continuamente o teto da previdência pública, como se pode ver pela comparação do
atual como o de uns sessenta anos atrás, o Estado vai, aos poucos, se livrando
dos idosos, enquanto os lucros dos bancos vão às alturas.
Idade Mínima de sessenta
e cinco anos nem é o grande problema. O que levará a grande maioria dos
trabalhadores a trabalharem até a morte é aquele restinho da pequena
aposentadoria, pingando ao longo de mais vinte e cinco anos. Ou você
começa a trabalhar na adolescência, ou trabalha até uma idade bem avançada, ou
arrisca suas economias em um fundo de pensão que pode um dia evaporar de alguma
forma suspeita. Mas os criadores desse novo sistema devem ter grandes
compensações.
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