Falo aqui de provas dos grandes
milagres, porque dos pequenos seria mais difícil encontrar a contraprova.
Trato de coisas grandiosas como ressurreições e um eclipse de três horas,
etc., coisas que não passariam sem comentários externos. Quem viu as
pessoas ressuscitadas? Onde no mundo se percebeu uma escuridão de três horas no
ano 33 ou qualquer outro?
Não iria tomar meu tempo falando em
contos como a Terra abrir-se e engolir três famílias de uma vez, porque isso é
tão fácil de confirmar quanto dizer que o Saci Pererê deu um chute na bunda do
Curupira. Não me ocuparei também com coisas como três homens jogados no
fogo sem se queimar ou coisas semelhantes. Há grandes prodígios que teriam que
deixar muitas testemunhas, e sobre esses é que vou discorrer.
DIVERSAS RESSURREIÇÕES
O primeiro grande prodígio divino a ser investigado é a ressurreição de uma
porção de pessoas em Jerusalém. Dizer que um homem-deus executado na cruz
ressuscitou, mas isso não chegou a conhecimento de historiadores da época é
bastante forçado, mas, se fosse só isso, poderia ainda persistir alguma dúvida.
Todavia, um grupo de pessoas sepultadas reviverem, saírem dos seus sepulcros e
entrarem na Cidade, sendo vistos por muita gente (Mateus, 27:52, 53), isso não
poderia ocorrer sem provocar um tumulto de proporções tais que ficasse
registrado e repercutisse até nas populações vizinhas. No entanto, nenhum
registro existiu sequer de que alguém tivesse dito sobre a ocorrência de pelo
menos uma ressurreição. Só lá pelo início do segundo século, ou depois disso, é
que alguns dos historiadores, que haviam nascido bem depois da época apontada
pelos cristãos, começaram a fazer referência a um grupo que adoravam um
homem-deus que teria ressuscitado após ser executado em um cruz. Um pouco de
raciocínio é suficiente para entender que isso não passa de um conto
transformado em verdade ao longo do tempo.
ECLIPSE EXTRAORDINÁRIO
O outro fenômeno é mais marcante.
É algo totalmente fora das leis astronômicas e impossível
de ocorrer sem ser visto por mais da metade do mundo: uma
escuridão envolvendo todo o planeta por um período de três horas. O "eclipse
total do Sol dura apenas alguns minutos, dado que a umbra da Lua move-se
leste a mais de 1700 km/h. Escuridão total não dura mais
que 7 minutos e 40 segundos. Mas os cristãos escreveram que,
no dia da crucifixão de Jesus, "
desde a hora sexta, houve
trevas sobre toda a terra, até a hora nona."
(Mateus, 27:45), isto é, do meio-dia às 15:00 horas.
Mais da metade do mundo teria percebido as três horas de
escuridão, e os estudiosos da época deveria ter registrado um eclipse
incomum no ano 33, ano em que dizem os cristãos ter ocorrido tal fenômeno.
Entretanto, nem "Plínio, o velho (23 d.C. – 79 d.C.)" que escreveu "37
livros sobre eventos como terremotos, eclipses e tratamentos médicos” registrou um fenômeno tão
estranho. Ele tinha dez anos de idade, quando isso deveria ter acontecido.
“Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.)" tinha trinta e sete anos, era um "cientista que
registrou eclipses e terremotos"
Sêneca nunca disse ter
presenciado três horas de escuridão do meio-dia às 15:00 horas. No resto
do lado iluminado da Terra, também ninguém viu tal escuridão.
Como se poderia alguém racional acreditar que tenha ocorrido um fenômeno dessas
dimensões sem ficar registro histórico?
Muitos são os grandes feitos divinos relatados na Bíblia que fogem às leis da
física, da química, etc. E a maior parte deles são coisas que não
deixariam vestígios. Todavia, pela análise dos dois fatos acima
(ressurreições e um eclipse fora da realidade astronômica), a que conclusão
poderia chegar uma pessoa inteligente não condicionada por mestres religiosos?
Se ninguém mais viu o que os cristãos dizem ter acontecido, podemos ter certeza de que
isso é um invento, não fatos.