Os trabalhadores que elegeram e reelegeram um governo
neoliberal estão recebendo em troca aumento de tributação sobre seus parcos
rendimentos, enquanto são beneficiadas as grandes empresas, e os estrangeiros.
“O Governo federal tem esperneado contra a correção da tabela
do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF), congelada desde janeiro de 1996,
com a alegação de que perderá cerca de R$ 2,6 bilhões anuais em arrecadação,
caso vingue a proposta de correção parcial de 17,5%, já aprovada na Câmara dos
Deputados e que deverá ser votada nesta semana pelo senado. Entretanto, conforme
levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco),
desde 1996, a União deixou de arrecadar R$ 12,68 bilhões anuais com renúncias
fiscais graduais na ponta da tributação sobre empresas, o que inclui isenções
sobre remessas de lucros ao exterior e distribuição de lucros e dividendos.
...
De acordo com Maria Lúcia [presidente da Unafisco em Minas Gerais], ao mesmo
tempo em que não corrigiu a tabela do IR, sempre com o argumento de que a
indexação da economia acabou, o Governo concedeu várias benesses às grandes
empresas. Ela cita como exemplo a isenção de tributação sobre a distribuição de
lucros e dividendos, que teria resultado em uma perda anual de R$ 4,86 bilhões
na arrecadação federal. Com a isenção, os acionistas dos bancos, por exemplo,
que têm registrado lucros recordes, não pagam IR quando recebem sua participação
nos resultados.
Do mesmo modo, Maria Lúcia revela que o Unafisco calcula em
R$ 2 bilhões a perda de arrecadação gerada pela redução das alíquotas e extinção
da progressividade do IR de pessoas jurídicas. Ainda de acordo com cálculos da
entidade, ao isentar também a remessa de lucros para o exterior, o Governo abriu
mão de recolher R$ 1,5 bilhão anualmente.
Outra cifra bilionária que não teria entrado nos cofres
públicos seria R$ 1,12 bilhão anuais referentes à isenção concedida aos lucros
de filiais no exterior de empresas brasileiras, computa o Unafisco, que comemora
a recente revogação desta medida. Para completar o rombo, o Unafisco estima que
R$3,2 bilhões anuais não foram recolhidos ao Tesouro Nacional por conta da
possibilidade de dedução da parcela referente aos juros sobre o capital próprio
do lucro tributável das empresas. Os juros sobre o capital próprio são usados no
balanço das empresas como uma compensação por investimentos feitos com recursos
próprios das companhias, e têm o efeito contábil dos encargos de um empréstimo
bancário.” (Hoje em Dia, 15/12/2001).
O outro caos vem com as privatizações, com o governo entrega
os bens públicos aos gananciosos grupos privados, muitas vezes estrangeiros, que
visam aos grandes lucros, só onerando ainda mais o povo.
“Segundo o boletim de notícias que recebi em 09/04/2001,
desde a implantação do Plano Real, um período em que a inflação oficial não
chegou a 100%, as nossas contas telefônicas subiram 344,82%, proporcionando-nos
mais esse recorde: a telefonia mais cara do mundo.”
Algumas pessoas, sem perceberam isso, ainda acham que houve melhora, porque
agora qualquer pobre pode ter telefone. Todavia, não percebem que em pouco tempo
pagam pelo consumo muito mais que pagariam por uma linha. No passado, pagávamos
pela linha, mas podíamos vendê-la quando quiséssemos. Agora, pagamos muito caro
pelo uso de uma linha que não nos pertence. Isso é alguma vantagem? Todas as
privatizações levam a esse mesmo caminho. Veja com mais detalhes em
‘PRIVATIZAÇÃO PRIVAÇÃO”.
Uma vez eleito, esse governo neoliberal arrochou os
trabalhadores, mas eles o reelegeram. Digo os trabalhadores, porque os donos das
grandes empresas dão um número insignificante de votos. Mas agora, ainda
continuarão dormindo? Será que o candidato lançado por esse social-democlasta
terá aquele grande apoio popular? É lamentável que ainda corramos o risco de
isso acontecer. A grande maioria parece nem perceber o quanto foi reduzido seu
poder aquisitivo. E você, que tem o privilégio de conhecer essa informação, o
que acha?
Sobre o governo lula, veja
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