EXISTÊNCIA DE DEUS - ARGUMENTOS
09/01/2010
A Wikipédia apresenta diversos argumentos em favor da existência e da inexistência de um deus. Mas a inexistência de deus não se baseia nesses argumentos e sim das provas bíblicas de que o deus judaico cristão não existe.
"Existência de Deus
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Este artigo pretende resumir argumentos favoráveis e contrários a existência de
Deus que têm sido recorrentes ao longo da história da teologia cristã e da
filosofia ocidental.
* 1 A idéia de "Deus"
* 2 Argumentos pela existência de Deus
o 2.1 Argumento ontológico
o 2.2 As Cinco Vias de São Tomás de Aquino
o 2.3 O Mal no Mundo
o 2.4 Imagem e semelhança de Deus
o 2.5 Argumento da existência do Mundo
o 2.6 Argumento da Lei Moral
o 2.7 Argumento Psicológico
o 2.8 Argumento Histórico
o 2.9 Argumento da impossibilidade científica da negação
o 2.10 Conhecimento de Deus por analogia
o 2.11 Conhecimento divino e liberdade humana
* 3 Argumentos pela inexistência de Deus
o 3.1 Argumento da inexistência de Deus segundo a contrariedade da existência
o 3.2 Argumento da incoerência ou das propriedades incompatíveis
o 3.3 Argumento da imaterialidade
o 3.4 Argumento da Evolução Darwiniana
o 3.5 Argumento da improbabilidade
o 3.6 Segundo Argumento da Incoerência
o 3.7 Outros argumentos
* 4 Posição da Ciência
* 5 Ver também
* 6 Ligações externas
* 7 Notas
* 8 Bibliografia
A idéia de "Deus"
Existem diferentes definições para Deus, o qual tanto pode ser um ser com
poderes sobrenaturais, amado ou temido, quanto representar o princípio criador e
mantenedor de todas as coisas do universo.
A definição de Deus abraâmico é de um Ser Supremo, um espírito dotado de
entendimento e de vontade, infinitamente perfeito que existe por si mesmo -
porque de ninguém recebeu a existência, ninguém O fez - e de quem todos os
outros seres recebem a existência. É o único Ser necessário que existe desde
toda a eternidade, sempre existiu e sempre existirá. Deus é Aquele que é.
O assim denominado argumento ontológico da existência de Deus foi
desenvolvido por Santo Anselmo de Canterbury na obra "Proslogion". Os passos do
raciocínio anselmiano são os seguintes:[1]
* Existe na mente de todo homem a idéia de um ser que não se pode pensar outro
maior;
* Existir só na mente é menos perfeito do que existir na mente e também na
realidade;
* Se o ser maior do que o qual não se pode pensar outro só existisse na mente
seria menor do que qualquer outro que também existisse na realidade;
* Logo, o ser do qual não se pode pensar outro maior deve existir também na
realidade (existência real necessária), logo conclui-se que existe Deus e esse
ser é perfeitíssimo.
Em poucas palavras: "algo existe em meu pensamento, logo, existe também no mundo material!".
[É... Papai Noel existe; Saci Pererê existe;
Mula-Sem-Cabeça existe; Gnomos, duendes, etc. também; pois eles existem na mente
do homem]
Defenderam esta tese com argumentos distintos São Boaventura, Duns Scoto,
Descartes, Leibniz, Hegel, Karl Bath, N. Malcom [carece de fontes?].
As Cinco Vias de São Tomás de
Aquino
Santo Tomás de Aquino, na sua obra Suma Teológica ensina que Deus é o princípio
e o fim de todas as coisas e que, fazendo apenas o uso da luz natural da razão a
partir das coisas criadas, é possível demonstrar a Sua existência, sem ter de
recorrer a nenhum outro argumento de natureza religiosa ou dogmática, para isto
propõe cinco vias de demonstração de natureza exclusivamente
filosófico-metafísica.
As cinco vias são provas a posteriori, que têm como ponto de partida as
criaturas enquanto entes causados para se atingir como termo de chegada a
necessidade da existência de Deus; são demonstrações metafísicas (causalidade do
ser) e não científico-positivas (causalidade apenas dos fenômenos), mesmo
partindo da experiência sensível e, aplicando o princípio da causalidade,
mostram ser impossível se proceder ao infinito na cadeia de causas.[1]
1a. via - Primeiro Motor Imóvel Nossos sentidos atestam, com toda a certeza, que
neste mundo algumas coisas se movem. Tudo o que se move é movido por alguém,
é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos,
pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um
primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi
movido, e um tal ser todos entendem: é Deus.
O movimento aqui é considerado no sentido metafísico, isto é passagem da
potência - como sendo aquilo que uma coisa pode vir a ser, para o ato - aquilo
que a coisa é no momento. Deus é ato puro e não sofre mudança o seu Ser
confunde-se com o Agir.
2a. via - Causa Primeira ou Causa Eficiente Decorre da relação "causa-e-efeito"
que se observa nas coisas criadas. Não se encontra, nem é possível, algo que
seja a causa eficiente de si próprio, porque desse modo seria anterior a si
próprio: o que é impossível. É necessário que haja uma causa primeira que por
ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do
contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa
sequência infinita e não se chegaria ao efeito atual. Logo é necessário afirmar
uma Causa eficiente Primeira que não tenha sido causada por ninguém. Esta Causa
todos chamam Deus. Assim se explica a causa da existência do Universo.
3a. via - Ser Necessário e Ser Contingente Existem seres que podem ser ou não
ser, chamados de contingentes, isto é cuja existência não é indispensável e que
podem existir e depois deixar de existir. Todos os seres que existem no mundo
são contingentes, isto é, aparecem, duram um tempo e depois desaparecem. Mas,
nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, alguma
vez nada teria existido, logo é preciso que haja um Ser Necessário e que
fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência
fundada em nenhum outro ser.
Igualmente, tudo o que é necessário tem, ou não, a causa da sua necessidade de
um outro. Aqui também não é possível continuar até o infinito na série das
coisas necessárias que têm uma causa da própria necessidade. Portanto, é
necessário afirmar a existência de algo necessário por si mesmo, que não
encontra em outro a causa de sua necesidade, mas que é causa da necessidade para
os outros: o que todos chamam Deus.
Do Nada não surge e nem advém o Ser. Como se observa que as coisas existem, não
pode ter havido um momento de Nada Absoluto, pois daí não se brotaria a
existência de algo ou coisa alguma. [Ver
TENTANDO PROVAR
QUE DEUS EXISTE]
4a. via - Ser Perfeito e Causa da Perfeição dos demais Verifica-se que há graus
de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, o universo está
ontologicamente hierarquizado - seres racionais corpóreos, animais, vegetais e
inanimados) qualquer graduação pressupõe uma parâmetro máximo, logo deve existir
um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a Causa da Perfeição
dos demais seres.
5a. via - Inteligência Ordenadora Existe uma ordem admirável no Universo que é
facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência ordenadora,
não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que
dispôs o universo na forma ordenada. Com efeito aquilo que não tem conhecimento
não tende a um fim, a não ser dirigido por algo que conhece e que é inteligente,
como a flecha pelo arqueiro. Logo existe algo inteligente pelo qual todas as
coisas naturais são ordenadas ao fim, e a isso nós chamamos Deus.
Há uma ordem em todos os seres, o menor vegetal, p. ex. tem órgãos para cada
função ordenados para a preservação da espécie. Esta ordem pressupõe uma
Inteligência ordenadora, pois a ordem não vem do caos e nem do acaso. Da mesma
forma as letras de um livro não são colocadas ao acaso. Logo a ordem existente
no mundo prova a existência de uma Inteligência que ordenou todas as coisas nos
mínimos detalhes. É necessário que exista uma Inteligência Suprema que tenha
ordenado o Universo criado.
A existência do "mal" tem sido usada como argumento para a inexistência,
ou pelo menos, da incongruência da existência de Deus. Hume (1711-1776) adianta:
"Quererá [Deus] impedir o mal, mas não é capaz? então é impotente. Será que é
capaz, mas não o deseja? então é malévolo. Terá tanto o desejo como a
capacidade? então porque é que existe o mal?".
Em relação a estes argumentos, Santo Tomás explica que "Deve-se dizer com Santo
Agostinho: 'Deus soberanamente bom, não permitiria de modo algum a existência de
qualquer mal em suas obras, se não fosse poderoso e bom a tal ponto de poder
fazer o bem a partir do próprio mal'. Assim, à infinita bondade de Deus
pertence permitir males para deles tirar o bem".
"O mal é ideia do homem, não de Deus. [Deus
cria o mal] Ele, que deu ao homem o livre-arbítrio e pôs em marcha o
Seu plano para a humanidade, não interfere continuamente para tirar ao homem o
dom da liberdade. Se o inocente e o justo têm de sofrer a maldade dos maus, a
sua recompensa no final será maior, os seus sofrimentos serão superados com
sobra pela felicidade futura".[2]
O mal, ou infortúnio, decorre do fato da criatura ser limitada e imperfeita,
porque dele pode tirar um bem maior: aprendizados que geram novas virtudes e
méritos pela superação das condições adversas. Assim, o mal teria a função de
ensinar aos homens os seus próprios limites, corrigindo e reordenando a criatura
pela aplicação de provas e expiações.[1]
A existência de deficiências
fisicas nos humanos, ou a presença de órgão vestigiais têm sido usados como
argumentos contra a existência de Deus, no entanto, segundo Santo Tomás de
Aquino deve-se dizer que o homem é a imagem de Deus, não segundo seu corpo, mas
segundo aquilo pelo que o homem supera os outros animais. O homem é superior aos
outros animais pela razão e pelo intelecto. Portanto, é segundo o
intelecto e a razão, que são incorpóreos, que o homem seria a imagem de Deus.
O mundo exige uma causa de si, que se chama Deus. Não há efeito sem causa. Todo o ser que começa a existir tem uma causa. O universo tem um grau de complexidade superior a qualquer obra humana conhecida. Logo não se pode admitir que tenha aparecido sem que um Ser lhe tenha dado a existência. Assim como um edifício pressupõe um engenheiro ou um quadro o pintor. Esse Ser chama-se
Argumento da Lei Moral
Dá-se o nome de Lei Moral ao conjunto de preceitos que o homem descobre na sua
consciência e que o fazem distinguir o bem do mal, o certo do errado, o justo do
injusto e o impelem a praticar o bem e a evitar o mal. A lei moral,
segundo os teólogos Ricardo Sada e Pablo Arce, teria três condições:[4]
1. Obriga a todos os homens, por exemplo prescreve-lhes o respeito à vida e à
propriedade alheia, proíbe o assassinato e o roubo.
2. É superior ao homem, ninguém pode mudá-la ou revogá-la, por exemplo, ninguém
poderá fazer com que o estupro de uma criança seja algo bom.
3. Obriga em consciência,[5] isto é quando a cumprimos, sentimos a satisfação do
dever cumprido; quando a transgredimos, mesmo que às ocultas, sentimos
remorsos.[6] A lei moral supõe um legislador que atenda a estas três condições,
que seja superior ao homem, que possa obrigar a todos e que lhes possa ler na
consciência, a este legislador chamamos Deus.
Argumento Psicológico
Conhecido também como argumento eudenomológico, funda-se na afirmação de
Agostinho de Hipona: «Criaste-nos para vós, Senhor, e o nosso coração anda
inquieto enquanto não descansar em Vós» (Confissões). Funda-se na constatação de
que todo homem busca a felicidade e que esta felicidade plena e eterna não dura
se se alcança, e mesmo quando se alcança não dura pois um dia chega a morte.
Logo deve existir um bem cuja posse seja capaz de dar ao homem a felicidade
infinita e eterna que tanto busca.[1]
Argumento Histórico
Cícero, senador romano, parte da constatação da universalidade do fenômeno
religioso. Não se tem notícia de sociedade humana que não tivesse culto à
divindade, este grande consenso histórico e quase universal tem grande
probabilidade de ser retrato da realidade existente.[1]
Argumento da impossibilidade científica da negação
Não se pode cientificamente provar que Deus não existe. Este argumento é usado
para mostrar que não se consegue provar a inexistência, mas não prova a
existência. Este argumento trata-se da falácia argumentum ad
ignorantium explicado no guia das falácias de Stephen Downes. É um caso de
falso dilema, pois a falta de prova não é prova.
Conhecimento de Deus por analogia
A partir do conhecimento das criaturas pode-se atribuir a Deus todas as
perfeições que nelas se encontram e as que se pode conceber, bem como n'Ele
negar tudo o que as criaturas têm de limitado e imperfeito.
Assim, são atributos de Deus, segundo Santo Tomás:
* Unidade - é indivisível (tanto em ato como em potência), não possui composição
alguma.
* Unicidade - é unico, não pode haver mais que um Deus, a onipotência de um
comprometeria a do outro.
* Suprema perfeição - "perfeito é aquilo que está totalmente feito". Todas as
perfeições das criaturas (efeitos) se encontram em Deus de modo indiviso e em
grau eminente (causa).
* Beleza suprema
- é a suprema harmonia de todas as perfeições criadas e o seu conhecimento é a
máxima felicidade possível
* Simplicidade - não é composto de partes, o que implica que não tem corpo e nem
partes de nenhuma espécie.
* Imensidade - não está sujeito a espaço, pode estar em todos os lugares sem
estar circunscrito a eles.
* Infinidade - é infinito, tem todas as perfeições em grau máximo e ilimitado.
Se pudesse ser aperfeiçoado não seria Deus e sim aquele que Lhas desse.
* Imutabilidade - não está sujeito a mudanças nem no seu Ser e nem nos seus
desígnios.
* Eternidade - não teve princípio e não terá fim, sempre existiu e não deixará
de existir.
* Onisciência - possui inteligência e entendimento ilimitados, tudo sabe e tudo
conhece.
* Onipotência - a vontade de Deus é onipotente, não tem limites, e é
perfeitamente boa e justa. Sendo infinitamente justo retribui a cada um segundo
as suas obras.
* Onipresença - tem a capacidade da ubiqüidade, pode estar em todos os lugares
e, mais do que estar num lugar, dá a existência ao próprio lugar.
* Suprema bondade - Deus é a bondade infinita. Quanto mais perfeito é um ser
tanto mais é desejável, Deus é o mais desejável dos seres é o Bem Supremo.
* Sabedoria - é mais que sábio, é a própria Sabedoria ilimitada.
* Santidade - é infinitamente santo e belo e fonte de toda a beleza e santidade.
* Misericordioso - Deus é todo misericórdia, perdoa tantas vezes quantas nos
arrependemos.
* Transcendência - não se confunde com o mundo, está fora do mundo e acima da
realidade material.
[Ver PROVA DA
INEXISTÊNCIA DE DEUS]
Conhecimento divino e liberdade humana
Que Deus saiba quais os atos o homem praticará não implica dizer que Ele seja a
causa destes atos; pelo contrário, é a decisão do homem de praticar o ato que
permite que Deus saiba que ele será praticado. Da mesma forma, quando o serviço
de meteorologia prevê a ocorrência de um tornado amanhã, esta previsão não o
torna a causa do tornado. Ao contrário, aquilo mesmo que fará com que haja a
tempestade amanhã é que proporciona ao meteorologista a base da sua previsão.
[Ver O CARÁTER DIVINO]
(Aplicáveis principalmente para o Deus abraâmico, dotado de omnisciência, omnipotência e benevolência suprema e adotado pelo Judaísmo, Cristianismo e Islão)
Argumento da inexistência de Deus segundo a contrariedade da existência
Utilizando métodos da lógica e racionalidade humanas, pode-se dizer que ao
tentar provar a existência de Deus e esta tentativa resultar em uma, comprovada,
impossibilidade da prova, neste caso onde existem apenas duas possibilidades
(existência ou inexistência), tal impossibilidade de prova determina a prova
da possibilidade contrária, ou seja, a impossibilidade de provar a
existência de Deus conclui determinadamente a prova de sua inexistência.
Ex: Tentativa de prova da existência de uma hipotética quantidade de água em um
hipotético copo: Supondo que ao virar o referido copo, percebe-se que não cai
nenhuma quantidade de água e que o fato de a água cair ao virar o copo provaria
a existência da mesma, prova-se então o contrário, ou seja, não existe nenhuma
quantidade de água no copo neste caso hipotético.
Ex2: Tentativa de prova da existência de Deus: Se Deus existe, pode-se supor
duas possibilidades em relação ao fato de existir:
1ª. Deus foi criado: Se Deus foi criado, quem teria o criado? O fato de ter sido
criado requisita uma ação criadora, ação esta que requisita uma entidade
criadora, sendo assim existiria uma entidade criadora que teria criado Deus, o
que é impossível, já que as propriedades de Deus o caracterizam como atemporal,
onipresente, onisciente e onipotente, ou seja, não poderia haver outra entidade
mais poderosa que Deus, impossibilitando a sua criação por uma entidade
superior, logo prova-se que Deus não teria sido criado.
2ª. Deus não foi criado: Mesmo utilizando o pressuposto de que algo pode existir
sem ser criado, pode-se supor que, se Deus sempre existiu, então para ser
considerado como uma entidade concreta, ele deveria ter: I- Alguma forma:
mutável ou não. II- Alguma matéria: sólida, líquida, gasosa, ou qualquer outra
desconhecida. III- Ocupar algum lugar no "espaço" ou qualquer outro "lugar"
desconhecido não abstrato.
Se Deus possui alguma matéria e ocupa algum lugar em algum "espaço" não
abstrato, então significa que a "matéria" que o compõe e o "lugar" que ocupa,
também sempre existiram, ou seja a "matéria" e o "lugar" também são Deus.
Supondo que Deus seja onipresente, significa que o "lugar" que ele ocupa é o
conjunto do todo, logo conclui-se que Deus, que também é o "lugar" que ocupa, é
TUDO.
Porém o "TUDO" é a abstração do conjunto concreto do todo, logo Deus não poderia
ser o "TUDO", pois não seria concreto, sendo assim Deus não poderia ser
onipresente.
Se Deus não poderia ser onipresente, então não poderia ser onipotente, pois não
PODERIA estar em qualquer lugar. Se Deus não poderia ser onipotente, então não
poderia ser onisciente, pois não PODERIA saber de tudo; logo, é impossível a
existência de uma entidade concreta que tenha as características divinas, sendo
assim Deus não poderia ser concreto e não sendo concreto ele não poderia sempre
existir.
Conclui-se que se Deus não pode ter sido criado e que não poderia existir desde
sempre como um ser concreto, então comprova-se que a tentativa de provar que
Deus existe é impossível, logo prova-se o contrário.
Argumento da incoerência ou das propriedades incompatíveis
Uma versão popular do argumento das propriedades incompatíveis questiona a
possibilidade de um Deus ser ao mesmo tempo onisciente e onipotente. Um Deus
onisciente, que tem todo o conhecimento acerca dos acontecimentos futuros, é
impotente para mudá-lo visto que este futuro (que já é conhecido de antemão) já
está determinado, embora o cristianismo aponta que o ser humano possui livre
arbítrio então o futuro já não precisa ter sido alterado.
Argumento da imaterialidade
Existem aqueles que crêem que se não conseguimos ver, medir ou testar Deus de
nenhuma forma rigorosa com métodos físicos e experimentais, possivelmente ele
não existiria. Qualquer coisa para existir necessitaria ter existência no
espaço-tempo. Até o momento Deus não foi medido através de qualquer
equipamento científico desenvolvido pelo homem, da mesma forma que a consciência
humana não foi devidamente localizada no corpo.[7][8]
Argumento da Evolução Darwiniana
A evolução Darwiniana fornece explicação para a complexidade dos seres vivos,
que ocorreria sem nenhuma necessidade de intervenção divina.
O Darwinismo, todavia, não se propõe a "provar" a não existência de Deus, mas
tenta apenas explicar a grande diversidade das espécies pelo mundo com base
meramente no que é observado na natureza. Tanto é assim que, segundo Francis S.
Collins, Darwin concluiu a obra A Origem das Espécies com o seguinte texto: "Há
uma grandeza nessa visão da vida, com seus vários poderes, tendo ela sido
lançada como o sopro da vida originalmente pelo Criador em poucas formas ou em
uma; e que, enquanto este planeta vinha orbitando de acordo com a lei da
gravidade estabelecida, a partir de um início tão simples, inúmeras formas, cada
vez mais belas e maravilhosas foram, e continuam, evoluindo."[9] Esse discurso,
ao admitir a possibilidade de existir um "Criador", é totalmente incompatível
com a intenção de provar a não existência de Deus.
Darwin expressou acreditar na origem divina da existência quando, em outra
oportunidade, escreveu: "pela extrema dificuldade, ou quase impossibilidade, de
conceber este universo imenso e maravilhoso, incluindo o homem com sua
capacidade de examinar o passado tão distante e o futuro tão longínquo, como
resultado de uma oportunidade ou necessidade cegas. Quando medito dessa maneira,
sinto-me atraído a observar a Primeira Causa como tendo uma mente inteligente em
algum grau análoga a essa dos homens; e mereço ser chamado de Teísta."[10]
Argumento da improbabilidade
Não se tem como provar cientificamente a existência de um ser que, caso exista,
extrapolaria o espaço-tempo perceptível ao homem e aos equipamentos por este
criado. O único meio de pesquisa e estudo das demais dimensões que constituem o
universo só pode se dar através de conceitos de física, de filosofia e de
fórmulas matemáticas, que são todas imateriais. Devido a isto, pela
impossibilidade de medir Deus através de instrumentos científicos, muitos
declaram a inexistência de Deus.
Segundo Argumento da Incoerência
Este argumento prende-se no facto da existência de certas incoerências nas
propriedades de Deus. Por exemplo, se Deus é omnipotente, ele poderia criar uma
pedra tão pesada que nem mesmo ele poderia erguer. Se não a conseguisse erguer,
deixaria de ser omnipotente. Mas se ele é omnipotente, então ele deveria ter
força suficiente para erguer qualquer peso. No entanto, se não conseguisse criar
tal pedra, deixaria de ser omnipotente. Se Deus é omnisciente, então ele sabe
tudo sobre o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. Sabe o que já
fizemos e o que vamos fazer (apesar de nos conceder livre-arbítrio). Se sabe,
então o livre-arbítrio não faz qualquer sentido, e não há razão para não
nascermos logo no paraíso ou no inferno. Se não conhece as nossas acções
futuras, então Deus não é nem omnisciente nem omnipotente.
Outros argumentos
* Teodicéia ou o Problema da Existência do Mal
* Argumento do Livre-Arbítrio
* Crítica do Argumento Cosmológico
* Crítica do Argumento Teleológico (ou Argumento do Desígnio)
* Crítica do Argumento Ontológico
* Argumento da Dor e Prazer
* Navalha de Occam
* Argumento das Revelações Inconsistentes
* Problema da Erraticidade Bíblica
* Variante da Aposta de Pascal
É notável também a questão do ônus da prova.
Posição da Ciência
A comunidade científica tende a distanciar-se de uma corroboração ou refutação
de Deus. Actualmente não existe nenhuma prova científica conclusiva de
existência ou inexistência de Deus, o que é perfeitamente coerente com a
declaração de que Deus não faz parte do escopo analítico da Ciência.
Por outro lado, individualmente, cientistas não deixam de expressar suas
convicções em relação ao tema. Richard Dawkins, no seu livro "The God Delusion",
discute e defende a improbabilidade de Deus existir, enquanto o diretor do
Projeto Genoma Humano, Francis Collins, em seu livro "A Linguagem de Deus",[11]
defende evidências da existência divina e afirma não haver incompatibilidades
entre Deus e a ciência.[12]
Aristóteles e Sócrates estavam convencidos da necessidade da existência de Deus,
juntamente com Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler, Lineu, Rene
Descartes, Isaac Newton, Michael Faraday, Gregor Mendel, Alexis Carrel, Max
Planck[13][14] von Braun,[15] Carlos Chagas Filho, que presidiu a Pontifícia
Academia das Ciências, e Jérôme Lejeune, dentre outros.
Estudos apontam que uma larga maioria,[16] dos cientistas de elite (entre a
NAS, Academia das Ciências dos EUA, por exemplo) de hoje, não acreditam em Deus.
No entanto, existem cientistas de elite da própria NAS que acreditam em Deus e
são pessoas religiosas como o próprio presidente da NAS, Bruce Alberts observa:
"Existem muitos destacados membros de nossa academia que são pessoas religiosas,
pessoas que acreditam na evolução, entre elas muitos biólogos".[16] Ao mesmo
tempo, a própria NAS publicou um documento manifestando a opinião de que A
existência ou não de Deus é uma questão para a qual a ciência é neutra [16] ("Whether
God exists or not is a question about which science is neutral"). A maior
parte dos cientistas da Pontifícia Academia das Ciências e da qual fazem parte,
por exemplo, dois prêmios Nobel: o físico alemão Klaus von Klitzing e o químico
taiwanês Yuan Tseh-Lee[17] acreditam na existência de Deus e consideram que fé e
ciência podem conviver harmoniosamente.
A religiosidade de Albert Einstein tem sido contestada. Einstein parecia ser
deísta e via Deus como a maravilha do universo complexo. A frase "Deus não joga
aos dados" tem sido vista como uma demonstração de religiosidade. Contudo, ele
mesmo proferiu: "Eu não acredito num Deus pessoal e nunca o neguei, mas
exprimi-o com clareza. Se há algo em mim a que se pode chamar religioso, então
esse algo é a infinita admiração pela estrutura do mundo tanto quanto a nossa
ciência o consegue revelar". Porém, é provável que ele acreditasse em um Deus
"impessoal" (seja lá o que isso signifique), caso contrário a especificação
"Deus pessoal" não faria sentido e seria redundante, bastaria apenas mencionar
"Deus".
Independentemente das convicções, os cientistas actuais nunca demonstraram a
existência ou inexistência de Deus." (Wikipédia).
Os argumentos citados acima são filosóficos, uns em favor e outros contra a existência do deus tão falado no mundo. E, os cientistas realmente nunca dão prova técnica da existência ou inexistência de deus, porque tecnicamente não existe prova da inexistência.
Todavia, nós rejeitamos o deus pregado pelos cristãos, simplesmente pelo fato de a chamada "palavra de deus", a Bíblia, apresentar um deus com características que ela própria desmente. É a própria Bíblia mostra que esse deus não é onipotente, nem onisciente, nem perfeito, nem justo, nem bom; do que podemos concluir ser ele um produto do pensamento do povo daquele tempo.
Ver em PROVA DA INEXISTÊNCIA DE DEUS.