PROVA DA INEXISTÊNCIA DE DEUS
- 17/12/2005 -

 

 

Yavé, o deus judaico-cristão, ao qual os cristianismo convencionou chamar simplesmente Deus, é, segundo o livro sagrado dos cristãos, um ser onisciente, onipotente, perfeito, justo e bom e que sabe desde o princípio o que haverá no futuro. Se na palavra dita dele encontrarmos essas qualidades, podemos admitir sua existência; se, ao contrário, encontrarmos a negação de tudo isso, provado está que ele não existe.

 

Os cientistas, com todos os avanços tecnológicos atuais, não provaram ainda a existência nem a inexistência de deus. Isso se dá, porque tecnicamente não existe prova de inexistência, além do que muitos não consideram prova o que é prova para outros. Todavia, os dados que possuímos deixam muito clara a impossibilidade da existência do deus dos cristãos, o deus predominante nas cabeças da humanidade hodierna. Desnecessário falar de outros deuses, porque têm os mesmos fundamentos, ou melhor, são tão sem fundamento quanto Yavé.

Nunca encontramos uma prova técnica da inexistência do Saci Pererê, nem de lobisomens. Isso, porém, não nos faz crer que eles existam; pelo menos nós dos meios mais civilizados.  Por que com determinado deus teria que ser diferente?

 

BUSCA DAS PROVAS

 

Poderíamos procurar provas da inexistência desse ser, analisando seus atributos.  Dizem que ele é onipotente, onisciente, bom, justo e verdadeiro. Como existe um livro que dizem ser a palavra desse deus, grande parte escrita por homens inspirados por ele, e algumas partes tendo sido escritas pelo próprio dedo dele, não será difícil verificar se ali há palavras de um ser onisciente, onipotente, verdadeiro, justo e bom.  Vejamos então se essa palavra divina mostram essas qualidades.  A conclusão é contrária.
 


NÃO EXISTE A ONIPOTÊNCIA

Um deus onipotente e justo seria capaz de castigar os maus sem atingir os bons. Na hipótese de um deus mau, não misericordioso como dizem, ele poderia destruir os desobedientes sem atingir os que não o desagradassem; porque até o homem mau preserva aqueles que o agradam pelo menos enquanto o satisfazem.

Mas o deus dos hebreus teria dependido de uma arca construída por um homem para não eliminar toda a vida existente (Gênesis, 6). Se fosse onipotente, ele acabaria com todos os maus prontamente sem atingir os que quisesse manter com vida. Assim, se vê que seu poder tinha bastante limite. Ele não pode ser classificado com onipotente.


NÃO EXISTE A BONDADE NEM JUSTIÇA

Se ele apenas destruísse os maus ou os castigasse muito, não poderíamos dizer que fosse ele injusto; porque os maus merecem ser castigados. Mas o fato de destruir os irracionais também já não é nada justo, a não ser que eles também sejam capazes de escolher entre pecar e não pecar.

Entretanto, quem vinga a iniqüidade do pai no filho (Êxodo, 20: 5) não é reconhecido como justo nem pela assembleia constituinte brasileira, que não se constituía de homens boníssimos e impecáveis, mas pelo menos de homens que repudiam aquilo que é absurdo (
Art. 5º, inciso XLV).

Mas o mais grave é que, segundo os homens inspirados desse deus, ele conduzia o sentimento das pessoas no sentido de praticarem o mal, para depois puni-las (Êxodo, 4: 21; Êxodo, 9: 12; Deuteronômio: 2: 30; Josué, 11: 20). Isso é um tremendo sadismo. Ele seria mau e injusto se realmente existisse.


O DEUS DA BÍBLIA NÃO É VERDADEIRO

E quem se vangloria de ser o que não é? É verdadeiro?

É esta palavra dita ser do deus dos hebreus: “eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade” (Isaías, 46: 9, 10). Na verdade, ele estaria agindo como um indivíduo que se gaba de ser o que não é, porque até se arrependeu de ter feito o homem (Gênesis, 6: 6), o que prova que ele não saberia o fim desde o princípio, como teria dito.


Mas quando há contradição em suas palavras, aí que o ser não pode ser considerado verdadeiro mesmo. Os homens inspirados a dizer a palavra de conhecimento do deus onisciente se contradisseram tanto ou mais do que qualquer outro escritor comum (Ver AS CONTRADIÇÕES BÍBLICAS). Onde há contradição pelo menos uma parte do que é dito tem que ser inevitavelmente mentira. E se uma parte é mentira, não podemos confiar que a outra seja verdade. Ademais, ainda que uma parte seja verdadeira, a outra é prova inconteste de não ser verdadeiro o seu autor.


Se, não só os homens santos, mas o próprio deus e seu filho disseram coisas falsas, tudo isso nos dá a certeza de que esse deus não é mais digno de fé do que quaisquer outros que os outros povos imaginavam serem reais; ele não é mais real do que saci-pererê, lobisomem, mula-sem-cabeça e outros entes imaginários que povoam as cabeças de muitas pessoas.
 

 

ENGANO QUANTO À REALIDADE E O FUTURO


Se está escrito que o próprio deus é que escreveu afirmando que a terra está por cima d’água (Deuteronômio, 5: 8), e isso não é verdade, isso não é outra coisa que não mentira, ou um equívoco de quem escreveu.

Se está escrito que do primeiro homem existente até Jesus houve bem menos de cem gerações, e a análise genética mostra mutações ocorridas a milhares de gerações, isso nos dá uma forte prova de que tal palavra sagrada não é verdadeira.

Se ele disse pelos seus profetas que enviaria um rei de Judá para libertar o povo do poder da Assíria (Miquéias, 5: 2-15), mas o rei de Judá morreu em batalha, sem libertar os israelitas, e o povo de Israel e de Judá continuou dominado por sucessivos imperadores, e só no tempo dos romanos apareceu um Jesus, que não libertou o povo, apenas prometendo um reino divino futuro, que já deveria ter ocorrido há séculos se sua palavra se cumprisse realmente, não tenho dúvida de que tudo isso não passa de fantasia do povo, ficando desmentida essa crença de que esse deus sabe e anuncia "desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam".

 

 

NÃO EXISTE A ONISCIÊNCIA

Eu não tenho nenhuma dúvida de que os dinossauros existiram; porque os grandes ossos encontrados pelos arqueólogos são provas incontestáveis da existência de animais gigantescos.

Eu tenho certeza de que o universo não tem apenas seis ou dez mil anos; porque os telescópios atuais permitem avistar a uma distância donde a luz só chega a nós com bilhões de anos. Os religiosos rejeitam a eficiência dos métodos radiativos de datação; mas a velocidade da luz ninguém tem coragem de negar.

As viagens aéreas e espaciais, também os satélites artificiais, não permitem que uma pessoa de raciocínio normal hoje possa pensar que nosso mundo seja um corpo plano composto de rochas, terra e vegetais flutuando sobre águas (Êxodo, 20: 4). Qualquer estudante de segundo grau sabe que as águas é que estão sobre a terra, acumulando-se em suas depressões e nos pólos, atingindo uma pequena profundidade abaixo da sua superfície.

Não tenho nenhuma dúvida de que o Sol não caminha pelo céu de uma a outra extremidade (Salmos, 19: 6) - nem extremidades do céu existem -; porque todas as análises científicas e as imagens de satélites nos mostram sem sombra de dúvida que a Terra é que gira em torno de si mesma e do Sol.

Eu não tenho dúvida de que a simples aproximação de uma estrela a uns poucos milhões de quilômetros do nosso planeta seria suficiente para fritar tudo que há de seres vivos aqui, e que as dimensões das estrelas (milhares e milhões de vezes o tamanho da Terra) tornam impossível elas caírem pela terra (Mateus, 24: 29; Apocalipse, 6: 13) . E ainda que caísse apenas um punhado de asteróides, como alguns religiosos dizem para tentar uma saída, isso seria suficiente para eliminar todas as vidas.

Todo criador conhece bem a própria obra. Se o deus onisciente criador de todas as coisas não sabia nada disso de que hoje temos toda certeza, seria justificável acreditar que ele realmente exista? Ou é mais lógico deduzir que homens escreveram o que imaginavam ser a realidade e atribuíram essas ideias a um ser sobrenatural, um deus?

Como a própria Bíblia nos afirma ser ela palavras escritas pelo próprio deus e por homens inspirados pelo espírito santo desse deus (Deuteronômio, 9: 10; II Pedro, 3: 5-7 e 1: 21), não poderia ele ser o criador de tudo e desconhecer a própria obra. Isso nos dá uma noção nítida de que Yavé é nada mais que o pensamento dos hebreus.  A chamada palavra divina é prova de que ele não existe.
 


DEUS SE REVELOU AO HOMEM?

Os religiosos insistem em que Deus se revelou aos homens dos tempos bíblicos, porque assim está escrito.

Esse deus, Yavé ou Jeová, revelou-se aos hebreus tanto quanto Júpiter e Mercúrio se revelaram aos gregos e romanos, como Diana se revelou aos efésios, como Marduque se revelou aos babilônios.

 

Estudos arqueológicos não encontraram nenhum indício da ocorrência do êxodo, nem de que hebreus tenham vivido no Egito. Ademais, algumas cidades mencionadas na história dos patriarcas não existiam à época apontada (Ver A ORIGEM DA BÍBLIA).

Um ser onisciente e verdadeiro que se revela não pode dizer coisas inverídicas. Se o que está escrito fosse revelação de um ser onisciente, a Bíblia não conteria afirmações equivocadas. Se as afirmações ditas divinas são erradas, isso nos dá certeza de que elas partiram de cérebros humanos, não de ente sobrenatural conhecedor de todas as coisas.
 

Pensar que a complexidade da natureza teria que ter obrigatoriamente um criador é uma ideia bem ingênua; pois muito menos possível é existir um ser capaz de criar tudo isso sem alguém tê-lo criado. E, se possível esse ser onisciente e onipotente vir a existir sem ninguém para formá-lo, é muito mais simples surgir aleatoriamente aminoácidos, desses aminoácidos um dia surgir uma proteína, essa proteína evoluir para uma célula, essa célula crescer e dar origem a outras mais complexas, aumentando a complexidade até chegar a organismos como os nossos, os das aves, dos peixes, etc. E a microbiologia prova que isso é um fato na evolução dos micróbios. Digo isso para quem ainda duvida dos dados arqueológicos que mostram a evolução dos animais multicelulares.

 


CONCLUSÃO
 

Não há uma prova técnica de que esse deus não exista, porque tecnicamente não há prova de inexistência. Mas, se grande parte do que está escrito sobre esse deus já foi provado ser falso, e nenhum outro dado existe a indicar que ele seja real, não precisamos ter dúvida, mas certeza da sua inexistência. E se ele não existe, nada indica que exista outro. Para um deus ser real, ele não poderia ser tão falho como se mostra o deus dos hebreus e dos cristãos. Se a chamada palavra de Deus o mostra tão falho quanto os homens que acreditam nele, desconhecendo a realidade que estava fora do alcance dos olhos dos homens daquele tempo, e prevendo eventos futuros que não aconteceram, não podemos ter dúvida, mas sim certeza de que ele não existe de fato, sendo apenas um produto do pensamento desses homens.

 

Veja também A ORIGEM DA VIDA NA TERRA

 

Ver  MAIS RAZÕES PARA O ATEÍSMO

 

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