Muitos prometem acabar com as desigualdades sociais, mas
sabemos que são promessas impossíveis de se cumprir. Diminuir as desigualdades,
até é bom, mas acabar com elas, quem promete deve saber que não vai cumprir.
Aos 24 de agosto de 2006, no horário eleitoral, alguns candidatos prometiam acabar com as
desigualdades sociais, e pessoas questionavam por que o pobre tem remuneração
menor do que a do rico, e estive comentando com meu colega sobre a inviabilidade
de criar uma sociedade sem desigualdades.
Logo às 10:00 horas, José Lino começou seu programa na Rádio Itatiaia com uma
historia sobre desigualdades:
"Um sábio viajava com seus discípulos quando soube
que, numa aldeia, vivia um menino muito inteligente. Foi até lá conversar com
ele e, brincando, perguntou: "Que tal se você me ajudasse a acabar com as
desigualdades?"
"Por que acabar com as desigualdades?", disse o menino. "Se achatarmos as
montanhas, os pássaros não terão mais abrigo. Se acabarmos com a profundidade
dos rios e dos mares, todos os peixes morrerão. Se o chefe da aldeia tiver a
mesma autoridade que o louco, ninguém se entenderá direito. O mundo é muito
vasto, é melhor deixá-lo com suas diferenças".
Você, leitor, já ouviu falar em um lugar onde o pedreiro e o médico ganham o
mesmo salário? Um sistema onde o juiz ganha tanto quanto um auxiliar judiciário?
Onde diretor do banco ganha o mesmo que o operador de caixa? Não deve ter ouvido
falar, mas pode ter imaginado esse lugar. Esse lugar seria bom e viável? Você
estudaria mais dez ou quinze anos intensivamente para ao final ganhar o mesmo
que poderia ganhar com apenas o primeiro grau? Eu mesmo, embora goste de
conhecer, e sempre tenha lido bastante quando pouco havia freqüentado escola, só
decidi fazer o segundo grau e depois a faculdade, quando, ao fazer o primeiro
concurso público, constatei que só poderia ter uma remuneração muito melhor do
que aquela que tinha, quando fizesse um curso superior.
Por que os países socialistas têm que impedir a saída de seus cidadãos?
Por que alguns deles tentam fugir para os países capitalistas? A possibilidade,
por mais remota que seja, de você poder adquirir bens, ser proprietário de
imóveis, ser empresário, etc. é uma liberdade que quem não tem gostaria de ter,
e só alguns dos que têm não se preocupam em perder.
É certo que grandes disparidades sociais
constituem um problema muito sério, que deve ser combatido. É verdade que o
descaso com a educação pública e o alto custo das escolas privadas têm agravado
a distância entre os mais ricos e os mais pobres no nosso país. Não resta dúvida
que se a educação no nosso país não tivesse sido transformada em uma das mais
caras mercadorias, as diferenças sociais diminuiriam; mas não acabariam, e nem
seria bom acabarem. Todavia, uma equiparação salarial entre todas as pessoas da
sociedade impediria todo progresso, desestimularia a sociedade à busca do
conhecimento e criaria um caos. Só onde há competição há desenvolvimento. Um
candidato que prometa acabar com as desigualdades sociais não me parece estar
falando sério, ou não têm muita noção do que está dizendo.
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