2. Por que os milagres só acontecem
muito distante de nós ou ocorreram em época muito remota?
3. Por que um deus bom (Salmos,
34:8), perfeito (Mateus, 5: 48) e justo (Salmos, 145: 17) “vinga a iniqüidade
dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração” (Deuteronômio, 5: 9)?
4. Por que Yavé, Deus criador de
todas as coisas, não informou a Davi que o sol não “principia numa extremidade
dos céus, e até a outra vai o seu percurso” (Salmos, 19: 4-6)?
5. Por que Cristo disse que “as
estrelas cairão do firmamento” (Mateus, 24:29)? Seria possível as estrelas do
céu caírem “pela terra como a figueira, quando abalada por vento forte, lança
seus figos verdes” (Apocalipse, 6:13)?
6. Por que os escritores bíblicos
falam de “quatro cantos da terra” (Apocalipse, 7:1; 20:8), embora seja ela é
redonda?
7. Por que as profecias se cumpriam
no passado até determinada época, perdendo posteriormente os rumos da história?
8. Por que a Bíblia informa que
todas
as coisas vieram a existir há mais ou menos seis mil anos, sendo criadas em um
período literal de sete dias (tardes e manhãs - Gênesis, 1: 1-31; 2:1)?
1- Deus falando aos homens. Inicialmente, imaginei que o
mundo atual estivesse abandonado, não sofrendo qualquer interferência de Deus ou
do Demônio, pois nada via de sobrenatural. Analisei algumas coisas que pessoas
chamavam de assombrações, diziam ser espíritos desencarnados, nada encontrei que
não fosse resultante de impressões fantasiosas vindas aos olhos e mentes de
pessoas que imaginavam tais coisas espirituais. Não encontrei qualquer
manifestação divina. É de se notar também que cada prodígio divino escrito na
Bíblia foi relatado muito tempo depois do tempo em que dizem ter acontecido. Ver
.
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2- Os milagres. Fala-se muito em milagres. Todavia, as vezes
que tive oportunidade de averiguar tais prodígios, não encontrei nada que não
fosse produto de desconhecimento do mecanismo dos acontecimentos. Eu próprio,
quando criança, acreditei que estava sendo curado, ante uma brincadeira de minha
irmã, e tive um resultado surpreendente. Não discordo, pois, da hiperbólica
frase “a fé remove montanhas”, que é o poder do pensamento positivo, a grande
força da nossa mente. Mas os grandes prodígios, que vão além da força do
pensamento positivo e das leis da física, nunca foram comprovados. Ver
COMO SE FORMAM OS PRODÍGIOS DIVINOS.
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3- Vingar dos pais nos filhos. Ellen Gould White, com sua
grande habilidade de adaptação das afirmações bíblicas, escreveu:
"É inevitável que os filhos sofram as conseqüências das más ações dos pais, mas
não são castigados pela culpa deles, a não ser que participem de seus pecados.
Dá-se, entretanto, em geral o caso de os filhos andarem nas pegadas de seus
pais. Por herança e exemplo, os filhos se tornam participantes do pecado do pai.
Más tendências, apetites pervertidos e moral vil, assim como enfermidades
físicas e degeneração, são transmitidos como um legado de pai a filho, até a
terceira e quarta geração. Esta terrível verdade deveria ter uma força solene
para restringir os homens de seguirem uma conduta de pecado". (Patriarcas e
Profetas, p. 312).
Todavia, o registro de I Reis 11:34, 35 confirma a literalidade do segundo
mandamento e refuta o argumento de E. G. White: "Todavia não tomarei da sua mão
o reino todo; mas deixá-lo-ei governar por todos os dias da sua vida, por amor
de Davi, meu servo, a quem escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus
estatutos. Mas da mão de seu filho tomarei o reino e to darei a ti, isto é, as
dez tribos" Jeová estaria vingando a idolatria de Salomão no seu filho, nos
termos do segundo preceito. E mais irrefutável se mostra a lenda da
maldição de Noé. Canaã, que nada tinha feito de
errado, bem como a sua descendência, teria sofrida a perpétua punição divina
pelo erro de Cão, o qual não teria tido nenhuma punição.
Resquício dessa 'justiça' primitiva chegou até quase os nossos dias, atingindo os
filhos e netos de Tiradentes. Seu julgador sentenciou: "declaram o réu infame, e
seus filhos e netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara
Real". Foi mais clemente do que o deus de Israel, injustiçando apenas os filhos
e netos. Felizmente nossa atual Constituição, de modo diverso, afirma: "Nenhuma
pena passará da pessoa do condenado".
O estranho comportamento de Yavé, constante do segundo mandamento, claramente
reflete a concepção tacanha de justiça da civilização hebraica da idade
clássica. Ver
.
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4- Por que Yavé não informou a Davi? Como qualquer
outro escritor bíblico, Davi escreveu segundo o que imaginava o homem de então,
dando prova de que não havia nenhum ser onisciente norteando a sua consciência.
Se houvesse, ele não se teria enganado. Você consideraria confiante um cientista
que hoje descrevesse o sol girando em torno da terra? Só mesmo as civilizações
mais primitivas podem aceitar tal afirmação hoje. Ver
.
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5- Ele achava que as
estrelas fossem pequenas. Aí está a mais claudicante afirmação divina. O
Filho de Deus, o Deus Filho, aquele que é o “caminho, a verdade e a vida”
afirmar que regressará à Terra para buscar seus seguidores após
as estrelas do
firmamento caírem sobre a terra é um violento terremoto a abalar os fundamentos
da fé de quem pensa nos fatos segundo o conhecimento astronômico ao alcance o
homem do século XX. Uma única estrela, ainda que das mais diminutas, passando
alguns milhões de quilômetros do nosso planeta seria suficiente para eliminar
toda a vida terrena. Como podemos esperar as estrelas caírem do céu pela a terra
como a figueira, quando, abalada por vento forte, lança seus figos verdes, e
depois sermos arrebatados pelos anjos e transportados para o céu? Ver
,
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6- Eles achavam que o mundo fosse quadrado.
Nos dias do
começo do Cristianismo, ainda não se conhecia a esfericidade da Terra. A
imaginação humana da época era de um mundo quadrado, onde pudéssemos encontrar
quatro cantos. Ao fazer menção a quatro cantos da terra, os escritores bíblicos
justificam mais uma vez a dúvida sobre a veracidade das suas afirmações
insuscetíveis de análise científica. Ver
.
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7- As profecias coincidem até o tempo em que os evangelhos foram
escritos.
Inicialmente, comparando
interpretações, concluí que até o primeiro século da nossa era cristã, as previsões se
enquadram muito bem aos fatos. O surgimento e a morte de Cristo, seguidos do
cerco e destruição de Jerusalém, se acham em perfeita harmonia com uma das
interpretações da cronologia
apresentada nas profecias de Daniel. Contudo, duração do período de destruição
do povo santo, o tempo dos gentios, a grande tribulação, o domínio da besta, que
era a figura do Império Romano dispersando os judeus pelo mundo, não se
enquadrou aos rumos da história nos tempos posteriores, como mostrado em A
Arriscada Pretensão de Saber o Futuro. Aí surge a dúvida: será que o livro
de Daniel foi escrito seiscentos anos antes do início do cristianismo mesmo? Os
próprios evangelhos, que mencionam o cerco de Jerusalém como o início da grande
tribulação, já foram escritos após o cerco de Jerusalém: “Um grupo de
pesquisadores americanos reunidos sob o rótulo de Seminário de Jesus irrompeu
recentemente na cena dos estudos religiosos sustentando que o trabalho dos
quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, não tem valor como prova
material da existência de Cristo. O quarteto escreveu suas versões entre
quarenta e 100 anos depois da morte de Jesus, e são as fontes mais próximas do
mestre da Galiléia.” (Revista Veja, 15/12/1999, pág. 170).
Ver
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8- O deus de Israel dizia o que os israelitas imaginavam.
Alguns religiosos tentam adaptar a linguagem dos seis dias da criação, afirmando
que são seis grandes períodos geológicos. Todavia, a afirmação “foi a tarde e a
manhã o primeiro dia”, o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, ... mostra com
muita clareza a imaginação do homem antigo de que esse mundo teria apenas alguns
milhares de anos. Reforça essa idéia o preceito da observância do Sábado, onde
está escrito: “seis dias trabalharás... mas o sétimo dia é o sábado do Senhor
teu Deus... porque em seis dias fez o Senhor os céus, a terra, o mar e tudo que
neles há...” (Êxodo, 20: 9-11). Aí está a questão: aceita-se a Bíblia ou se
aceitam as comprovações arqueológicas.
Ao pensar na resposta para essas oito perguntas, não consegui encontrar a
inspiração divina que tanto buscava, mas me vi diante das limitações humanas,
que à época da Bíblia eram muito maiores do que as nossas atuais.
(Do livro "Ateu Graças a Deus"). Ver
.
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Bom tempo depois da edição do livro é que encontrei matérias mais
esclarecedoras e confirmadoras das minhas suspeitas, e até cheguei a descobrir
que a grande tribulação em Daniel teria sido o tempo em que Antíoco IV oprimiu
os judeus, não tendo nada a ver com os romanos.