Como gosto de ouvir a música "Ave Maria", gosto da melodia, às
vezes, se estou no trânsito, sintonizo às 18 horas uma emissora que toca a
música, mas antes é feita esta horripilante oração:
"Ó
São Lázaro, vós suportastes os sofrimentos da vida terrena com a certeza de
alcançar a felicidade no céu; abre o meu coração à palavra de Deus na Bíblia e
aos ensinamentos da palavra; dai-me um coração sensível às doenças e a miséria
dos meus irmãos; abre meus olhos para ver e compreender que aquilo que se diz por aí:
'O que aqui se faz, aqui se paga', é uma sentença falsa e enganosa, porque a
justiça perfeita e definitiva só acontece na outra vida. Ajuda-me a acreditar
com firmeza na realidade do céu e do inferno, para que eu não venha a me
arrepender quando já é tarde, como aconteceu com o rico da parábola. São Lázaro
rogai por mim e por meus irmãos. Amém."
.
"
justiça
perfeita e definitiva"?!!!
Leiam a
parábola (Lucas,
16: 19-31).
Estranha
justiça divina - Na hipótese de
isso ser uma realidade, esse deus seria justo? Se você viver cinco ou seis décadas, ou
até mesmo duas ricamente, você estará fadado a passar a
eternidade ardendo entre as inapagáveis chamas do
inferno. Ou seja, por poucos instantes de prazer,
você receberá uma tortura sem fim.
Tudo ou nada - Embora algum cristão tenha
escrito que deus retribui a cada um segundo as suas
obras, a crença expressa na parábola não mostra nada de
retribuição com justiça. Diferentemente do ser
humano, que estipula uma pena proporcional à gravidade
do crime, esse deus teria colocado a humanidade inteira em dois
grupos: um eternamente feliz e outro completamente
infeliz para sempre.
Reprovação da riqueza - O cristianismo primitivo
reprovava de todo a riqueza. O rico não fora
para o inferno por ser mau, mas simplesmente por ser
rico. A parábola mostra que ele era um indivíduo
bom, que não desejava mal aos outros. Ele,
na desesperadora e completamente irremediável situação,
se preocupou com os que estavam vivos, pedindo para que
avisassem a eles, para eles não terem o mesmo destino
que ele. Se fosse um homem mau, não se importaria
em prevenir seus irmãos para evitarem o sofrimento que
ele não poderia mais evitar para si mesmo.
Igualmente, o Lázaro não fora para o paraíso por ser
bom, mas simplesmente por ser um miserável, que nem
teria escolhido voluntariamente aquela vida. Isso
fica bem claro nas palavras também atribuídas a Jesus: "E
outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar
pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino
de Deus" (Mateus, 19: 24).
Fico pensando como um
psicopata criou essa monstruosidade, e ainda no século 21, uma coisa dessa
continua sendo apresentada à humanidade como "justiça perfeita e definitiva"!!!