RICO E LÁZARO
O que significa a parábola "Rico e Lázaro"? Que Lições
podemos tirar dela?
"Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura
e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava
esplendidamente. Ao seu portão fora deitado um
mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; o qual
desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa
do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as
úlceras.
Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o
seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.
No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu
ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando,
disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me
Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me
refresque a língua, porque estou atormentado nesta
chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em
tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo
os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu
atormentado. E além disso, entre nós e vós
está posto um grande abismo, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de
lá passar para nós.
Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à
casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que
lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também
para este lugar de tormento.
Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre
os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.
Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos
profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite
alguém dentre os mortos." (Lucas, 16: 19-31).
Olhando religiosamente, as pessoas não veem nada de
errado. Esse é o destino humano preparado pelo
deus criador, todo-poderoso, onipotente, onisciente,
cujos desígnios não cabe ao homem questionar.
Entretanto, pensando racionalmente, temos outras lições
mais assustadoras.
Parábola é uma "narração figurativa na qual, por meio de
comparação, o conjunto dos elementos evoca outras
realidades, tanto fantásticas, quando reais.
Parábolas: eram as histórias geralmente extraídas
da vida cotidiana utilizadas por Jesus Cristo para
ensinar aos seus discípulos." (Wikipédia).
Quase todos os intérpretes cristãos explicam que o rico
representava os judeus e Lázaro representavam os
gentios, que aceitaram o cristianismo. Mas a
figura utilizada, como acima explicado, sempre tinha que
ser algo real, ou que as pessoas considerassem real.
Isso nos informa que o autor da parábola tinha esta
crença: ao morrer, o homem segue diretamente para o
paraíso ou para o inferno. Doravante, seu destino
está eternamente selado. Não é essa a idéia
predominante na Bíblia, mas faz parte do pensamento de
um pouco de seus autores. Que lições
podemos tirar dessa crença?
Grande injustiça divina - Na hipótese de
isso ser uma realidade, esse deus seria extremamente
injusto. Se você viver cinco ou seis décadas, ou
até mesmo duas ricamente, você estará fadado a passar a
eternidade ardendo entre as inapagáveis chamas do
inferno. Ou seja, por poucos instantes de prazer,
você receberá uma tortura sem fim.
Tudo ou nada
- Embora algum cristão tenha
escrito que deus retribui a cada um segundo as suas
obras, a crença expressa na parábola não mostra nada de
retribuição com justiça. Diferentemente do ser
humano, que estipula uma pena proporcional à gravidade
do crime, esse deus coloca a humanidade inteira em dois
grupos: um eternamente feliz e outro completamente
infeliz para sempre.
Reprovação da riqueza
- O cristianismo primitivo
reprovava de todo a riqueza. O rico não fora
para o inferno por ser mau, mas simplesmente por ser
rico. A parábola mostra que ele era um indivíduo
bom, que não desejava mal aos outros. Ele,
na desesperadora e completamente irremediável situação,
se preocupou com os que estavam vivos, pedindo para que
avisassem a eles, para eles não terem o mesmo destino
que ele. Se fosse um homem mau, não se importaria
em prevenir seus irmãos para evitarem o sofrimento que
ele não poderia mais evitar para si mesmo.
Igualmente, o Lázaro não fora para o paraíso por ser
bom, mas simplesmente por ser um miserável, que nem
teria escolhido voluntariamente aquela vida. Isso
fica bem claro nas palavras também atribuídas a Jesus: "E
outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar
pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino
de Deus" (Mateus, 19: 24).
Alguns mestres religiosos dizem que a palavra camelo no
texto significa uma corda bem grossa. Por acaso,
há alguma possibilidade de passar uma corda pelo fundo
de uma agulha? Se a palavra de Jesus é a verdade,
não tenha dúvida, tenha toda a certeza, se você é rico,
está destinado a passar a eternidade no meio do fogo, a
menos que decida, enquanto é tempo, a dar tudo que tem
para os pobres e se tornar mais um entre os milhares de
mendigos.
Imaginem se todos os cristãos do mundo levasse bem
a sério essas palavras e resolvessem ser mendigos para
ganhar o reino do céu! Até parece bem tentador, em
vez de você viver lutando para preservar a sua riqueza
por algumas décadas, nem sempre tendo tempo para
aproveitar seus benefícios, preocupado com a
possibilidade de ser atacado pelos ladrões, e depois
passar uma eternidade de tormento; ao invés disso, você
deitar-se numa calçada, sem se preocupar com mais nada,
receber umas migalhas daqueles que estão destinado ao
inferno, suportar a falta das coisa por poucos anos (os
mendigos sempre vivem pouco) e, depois, ir viver
eternamente em um lugar maravilhoso, sem qualquer
sofrimento. Será por isso que vemos
tantos mendigos por todos os lados que andamos?
Agora pergunto: Esses pastores que vivem em mansões
custeadas na maior parte com o dinheiro dos miseráveis,
será que eles vivem conscientes de que brevemente
estarão no inferno a observar seus pobres fiéis no
paraíso? É isso que podemos deduzir da famosa parábola
do rico e Lázaro.
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