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CAMELO PASSAR PELO FUNDO DE UMA AGULHA
Aí está o drama dos cristãos ricos.
Como entrar no reino dos céus?
O que Jesus queria dizer com a
expressão “passar um camelo pelo fundo de uma agulha”
(Mt 19:24)? – N.F, Santo
André, SP
Por Alberto R. Timm
“As palavras ‘passar um camelo pelo fundo de uma agulha’ são uma expressão
proverbial semelhante a várias outras usadas no mundo antigo para descrever
uma impossibilidade”.
Em Mateus 19:16-30 (ver também Mc 10:17-31; Lc 18:18-30) aparecem o relato do
jovem rico, que não conseguiu se desvencilhar de suas posses materiais, e as
declarações de Cristo sobre o perigo das riquezas. Depois que o jovem
“retirou-se triste”, Cristo afirmou: “ Em verdade vos digo que um rico
dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil
passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”
(Mt 19:22-24).
Alguns comentaristas bíblicos procuraram minimizar o
efeito paradoxal da expressão “passar um camelo pelo fundo de uma agulha”
reinterpretando o significado dos termos “camelo” e “fundo de uma agulha”. Por
exemplo, há quem diga que a palavra “camelo” se refira aqui não ao próprio
animal conhecido por esse nome, mas a um “cabo” ou “corda” de navio. Os
defensores dessa teoria se baseiam no fato de que alguns manuscritos bíblicos,
produzidos vários séculos depois de Cristo, trazem nesse verso a palavra “cabo”
em vez de “camelo”. Como no original grego os termos “camelo” (kámelos) e
“cabo” (kámilos) possuem certa semelhança entre si, é provável que alguns
copistas e tradutores do Novo Testamento tenham substituído intencionalmente o
termo “camelo” por “cabo”. Outra teoria popular pretende identificar o
“fundo de uma agulha” com uma suposta portinhola lateral
nos muros de Jerusalém, pela qual passavam os pedestres quando os grandes
portões daquela cidade já estavam fechados. Embora as portinholas de algumas
cidades mais recentes da Síria fossem denominadas de “olho da agulha”, não
existem evidências de que esse era o caso com Jerusalém nos dias de Cristo. Como
a teoria da portinhola surgiu séculos depois de Cristo, não cremos que
Ele a tivesse em mente no texto em consideração.
As palavras “passar um camelo pelo fundo de uma agulha” são, sem dúvida, uma
expressão proverbial semelhante a várias outras usadas no mundo antigo para
descrever uma completa impossibilidade. Mesmo na literatura judaica
posterior aparecem alusões ao “elefante” como incapaz de passar pelo fundo de
uma agulha. Sendo que os discípulos estavam bem mais familiarizados com o
camelo do que com o elefante, Cristo decidiu contrastar o maior dos animais da
Palestina (o camelo) com o menor dos orifícios conhecidos na época (o fundo de
uma agulha).
As tentativas de interpretar o “camelo” como um cabo e o “fundo de uma agulha”
como uma portinhola acabam enfraquecendo, portanto, a força do argumento de
Cristo. O texto de Mateus 19:16-30 deixa claro que o propósito de Jesus era
levar Seus discípulos a entender a completa impossibilidade de alguém,
semelhante ao jovem rico, ser salvo enquanto ainda apegado às suas riquezas. O
problema não está nas riquezas em si, mas no apego indevido a elas. Mas quando o
ser humano aceita o convite à renúncia de si mesmo (ver Mt 16:24-26), aquilo que
é “impossível aos homens” se torna possível ao poder transformador da graça
divina (Mt 19:26).
Fonte: Sinais dos Tempos, janeiro/fevereiro de 2003, p. 30 (usado com permissão)
<http://www.centrowhite.org.br/textos.pdf/01/24.pdf>
O que teria mesmo dito o personagem
Jesus? Um camelo passar por uma portinha de
passar ovelhas é uma coisa impossível. Uma
corda grossa passar pelo fundo de uma agulha,
mais impossível ainda. Passar uma corda grossa pela
portinha, isso é algo sem sentido, vez que não haveria nenhuma
dificuldade para fazê-lo isso para comparar com algo que seriam mais difícil.
Sem muito aprofundamento sobre ser
camelo ou cabo, passar pelo fundo de uma agulha ou uma portinhola, parece bem clara a
afirmação, quando se diz que Jesus teria dito ao rico: "vende tudo quanto
tens e reparte-o pelos pobres". Na visão do autor do evangelho,
para entrar no suposto reino dos céus, não haveria outra maneira que não se
despojar completamente dos bens materiais. E, corroborando o sentido da
expressão, Pedro teria dito nessa ocasião: "Eis que nós deixamos tudo,
e te seguimos". (Lucas, 18: 28).
Agora, considerem: Quais dos ministros
da palavra cristã estão cumprindo isso hoje? Será que algum deles se
desfaria das mansões construídas com o dinheiro tirado dos pobres?
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