"Com a Proclamação da República do Brasil em 15 de novembro de 1889, um Governo
Provisório liderado por Deodoro da Fonseca, o proclamador da República, assumiu
a Presidência.
Embora a Constituição de 1891, elaborada pelos parlamentares eleitos pelo
eleitorado brasileiro, determinasse que o Presidente da República fosse eleito
diretamente pelo povo, as suas disposições transitórias previam que, para o
primeiro período presidencial, o Presidente fosse eleito pelo Congresso
Constituinte, logo após promulgada a Constituição. Tal dispositivo já fora
previsto no artigo 62 do chamado "Regulamento alvim", o Decreto de 23 de junho
de 1890, que dispunha: "Aos cidadãos eleitos para o primeiro Congresso,
entendem-se conferidos poderes especiais para exprimir a vontade nacional acerca
da Constituição publicada pelo Decreto nº 510, de 22 de junho do corrente, bem
como para eleger o primeiro presidente e o vice-presidente da República".
Candidaturas
Na eleição, os candidatos disputavam a presidência e a vice-presidência de forma
separada. O mesmo candidato a presidente poderia disputar a vice-presidência.
Na primeira eleição presidencial do Brasil, apresentaram-se os seguintes
candidatos a presidente:
o marechal Manuel Deodoro da Fonseca, proclamador da República e chefe do
Governo Provisório desde 15 de novembro de 1889, apoiando o almirante Eduardo
Wandenkolk para vice-presidente;
o senador Prudente José de Morais e Barros, representando o Partido Republicano
Paulista, apoiando o marechal Floriano Peixoto para vice-presidente;
o marechal Floriano Vieira Peixoto, que disputou também a vice-presidência;
o republicano histórico Joaquim Saldanha Marinho; e
o político José Higino Duarte Pereira.
Havia dois principais candidatos que disputaram a vice-presidência: o almirante
Eduardo Wandenkolk, pela situação, e o marechal Floriano Peixoto, pela oposição.
Votação e resultados
As eleições efetuaram-se em 25 de fevereiro de 1891. A eleição foi de
determinada forma tensa, devido o encilhamento, política econômica do Governo
Provisório de Deodoro que resultou em crise. Prudente de Morais tinha a maioria
a seu favor, mas os militares ameaçaram os paralmentares, e os forçaram a
votarem em Deodoro. Terminada a apuração dos votos, o parlamentar Antônio
Eusébio anunciou: "Está eleito Presidente da República dos Estados Unidos do
Brasil o sr. Manuel Deodoro da Fonseca". Apesar de Deodoro ter vencido a
eleição, para vice foi eleito Floriano Peixoto, e assim, o governo ficou com um
representante da situação (Deodoro) e um da oposição (Floriano), mesmo sendo a
oposição maior, o que levou a renúncia de Deodoro oito meses depois."