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UNS PROMETEM,
OUTROS FAZEM
- 15/03/2003 -
O cão que ladra não é o que morde. Assim é também em nossos
governos. Quem promete muito faz pouco, e quem não promete faz. Mas o
preocupante é que isso ocorre sempre em relação às coisas ruins.
Nas campanhas políticas para a primeira eleição após a
redemocratização, surgiu o chamado “CAÇADOR DE MARAJÁS”. Em cima da perseguição
ao funcionalismo público, teve um maciço apoio do populacho desinformado. Eu
disse a alguém que pretendia votar nele (e votou) que, da mesma forma que ele
perseguia os servidores públicos, iria fazê-lo com todos os trabalhadores quando
chegasse ao poder. Pouco tempo depois, o referido eleitor veio a concordar com o
que eu lhe dissera. Mas sua pretensões de arrasar o serviço público não chegaram
a ser satisfeita. Quase nada pôde fazer, assim como nem chegou a final do
mandato.
Nas eleições seguintes, veio aquele que não prometia tanta
coisa, como o cão que não ladra muito. Mas esse, sim,
sucateou quase tudo que era público e trouxe oito anos de rebaixamento e
desmoralização do serviço público (Veja
).
Terminado esse capítulo, chega aquele que parecia bonzinho,
combatia as injustiças sociais, o sucateamento dos serviços públicos, os
abomináveis congelamentos salariais, os altos juros que só favorecem aos expeculadores, etc. Dessa vez, a mordida parece grave. Além de manter baixos os
vencimentos dos servidores públicos, seu primeiro plano foi propor o fim do
direito da aposentadoria integral, que classificou como
privilégio, sem levar em
conta que o funcionário público paga o devido preço por esse direito (Veja
).
O pior da situação é que a metáfora do cão é válida para as
coisas ruins: um promete fazer o mal e outro o faz; mas o bem, um promete e o
outro não faz.
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