A ORIGEM DO SACRIFÍCIO DE JESUS PELOS PECADOS DO
MUNDO
- 02/03/2006 -
O sacrifício de Jesus
pela salvação humana é o resultado de uma montagem de crenças persas e romanas
com profecias dos profetas hebreus. Nem a lei mosaica nem os profeta jamais
previram a substituição dos sacrifícios de animais por um sacrifício de um homem
deus. Segundo a chamada Lei Mosaica, os sacrifícios animais foram instituídos
para serem observados "para sempre" pelos hebreus. Os fundadores do cristianismo
é que criaram essa substituição, que ganhou a convicção da maior parte do mundo.
Pode ter sido após a execução de algum dos judeus que se revoltaram contra os
romanos, que alguém tenha tido a ideia de dizer que ele morreu em substituição
aos sacrifícios de animais.
Nos dias do apogeu do império assírio, um profeta de Judá
predisse o surgimento um rei, que derrotaria a Assíria e traria de volta o povo
de Israel que havia sido deportado, reunindo-o ao povo de Judá e estabelecendo
um reino eterno. Tudo isso haveria de ocorrer quando a Assíria entrasse
na terra de Judá.
Assim disse o profeta:
“Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de
Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas
saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto os
entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o
resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. E ele permanecerá, e
apascentará o povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus;
e eles permanecerão, porque agora ele será grande até os fins da terra. E
este será a nossa paz. Quando a Assíria entrar em nossa terra, e quando pisar
em nossos palácios, então suscitaremos contra ela sete pastores e oito príncipes
dentre os homens. Esses consumirão a terra da Assíria à espada, e a terra de
Ninrode nas suas entradas. Assim ele nos livrará da Assíria, quando entrar em
nossa terra, e quando calcar os nossos termos. E o resto de Jacó estará no meio
de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco sobre a erva,
que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de homens. Também o resto de
Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os
animais do bosque, como um leão novo entre os rebanhos de ovelhas, o qual,
quando passar, as pisará e despedaçará, sem que haja quem as livre. A tua mão
será exaltada sobre os teus adversários e serão exterminados todos os seus
inimigos. Naquele dia, diz o Senhor, exterminarei do meio de ti os teus
cavalos, e destruirei os teus carros; destruirei as cidade da tua terra, e
derribarei todas as tuas fortalezas. Tirarei as feitiçarias da tua mão, e não
terás adivinhadores; arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas e as
tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos. Do meio de ti arrancarei
os teus aserins, e destruirei as tuas cidades. E com ira e com furor
exercerei vingança sobre as nações que não obedeceram.” (Miquéias, 5: 2-15).
E, nos dias em que Judá estava obrigado a pagar pesado tributo à Assíria para
ser poupado da sorte de Israel, que vivia no exílio (II Reis, 17: 1-6),
o rei Josias pretendia cumprir a profecia, mas morreu em
uma batalha e não houve quem salvasse os israelitas (II Reis, 23).
Doravante, os hebreus continuaram esperando que um dia esse rei surgisse. Poucos
anos depois, tanto Judá quanto Israel caíram sob o poder de Babilônia (II Reis,
24: 7-14).
Até o cativeiro babilônico, o povo hebreu não conhecia a crença na ressurreição
do mortos (Ver detalhes em A
RESSURREIÇÃO DOS MORTOS). Mas, vivendo entre os babilônios e depois
entre os persas, eles adotaram a fé na ressurreição.
Além de a ressurreição ser uma fé comum entre os persas, o zoroastrismo persa
acredita (a religião ainda está viva) em céu e inferno e num salvador (o
Saoshiant, que nascerá de uma virgem, ressuscitará os mortos e presidirá ao
Juízo Final).
Os gregos e romanos também tinham a crença em um deus, Dionísio, que teria
nascido de uma virgem, teria sido executado e ressuscitado, tendo poder de dar
vida eterna a quem nele cresse.
Durante os sucessivos período de submissão a outros reinos, os hebreus tinham
promessas proféticas de que em pouco tempo seu rei salvador surgiria para
estabelecer aquele reino eterno. Após viverem dominados pelos babilônios e pelos
persas, os hebreus caíram sob o domínio grego.
Depois da morte de Alexandre o Grande, o império grego foi dividido, mas alguns
de seus sucessores perpetuaram a humilhação ao povo de Iavé. Entre esses,
Antíoco Epífanes, rei da Síria, profanou o santuário de Yavé, sacrificando sobre
ele carne de porco aos seus deuses, fazendo "cessar o sacrifício e a oferta
pelos pecados" que era rito diário no templo de Yavé, e ainda substituiu por
outro o sacerdote Onias, o sumo sacerdote "ungido" como autoridade máxima de
Judá, uma vez que já não havia mais reis hebreus.
Conforme relatado nos livros dos Macabeus, Judas Macabeu venceu a guerra após a
morte de Antíoco, restaurando o santuário. E ao povo parecia que dessa vez o
reino hebreu floresceria e dominaria o mundo.
É provável que nos dias da vitória de Judas é que tenha aparecido a profecia dos
capítulo 8 a 12 de Daniel, que fala de um rei surgido da divisão do império
grego que destruiria o poder do povo santo, profanaria o santuário e se
colocaria contra o "ungido", tirando dele o "sacrifício contínuo por causa das
transgressões", referindo-se à deposição do sumo sacerdote Onias e sua
substituição por outro, mas depois o santuário seria restaurado, Yavé julgaria o
povo assolador e aquele esperado reino hebreu seria estabelecido (Veja detalhes
em
O FIM: ANTÍOCO
EPÍFANES, IMPÉRIO ROMANO, OU OUTRO PODER FUTURO).
Como na época da profecia do ungido libertador nos dias da Assíria, desta vez o
reino não pôde se eternizar, e, mal aquele povo se restabelecia da humilhação de
Antíoco, vieram os romanos e dominaram tudo.
Nos dias do império romano, vários heróis se levantaram pretendendo dar
cumprimento às profecias libertando os hebreus, mas todos sucumbiram. Os
próprios escritos cristãos registram que, além de Jesus, "Judas" e "Teudas"
tentaram esse salvamento e também foram executados (Atos, 5: 34-39).
À falta de registros sobre Yeshua (Jesus), nos vem até a hipótese de o nome
"Yeshua" ou "Iesus" ter sido inventado para algum desses aventureiros
posteriormente. Pois ninguém dos historiadores daqueles dias escreveu sequer uma
linha sobre um herói judeu chamado Yeshua ou Yehoshua
.
Acreditando na ressurreição dos mortos, doutrina assimilada dos babilônios e
persas, crendo nas palavras de seus profetas, que prometiam um libertador, e
conhecendo as crenças dos romanos, cujo deus havia nascido de uma virgem, sido
executado e ressuscitado, e também adeptos da crença persa em um libertador que
nasceria de uma virgem, ressuscitaria os mortos e presidiria o juízo final,
provavelmente, cada líder judeu executado, na iminência da execução, tenha dito
convictamente que ressuscitaria e voltaria para julgar todos aqueles que o
levavam à morte e reinar com os seus seguidores.
Com toda essa base ideológica, esses religiosos teriam passado a pregar ao mundo
que seu líder era o "cristo", correspondente grego do hebraico "mashiah", que
significa "ungido", e que esse ungido iria ressuscitar e retornaria brevemente
para aniquilar o Império Romano e estabelecer um reino justo, onde não haveria
mais sofrimento; e posteriormente, devem ter mudado para a versão atualmente
conhecida, de que ele ressuscitou alguns dias depois da sua execução. Evidência
dessa progressiva mudança é a inexistência de qualquer registro na época a
respeito de um povo que afirmasse que seu líder executado teria ressuscitado.
Com o passar dos anos, escreveram muitos relatos que chamaram de "evangelhos"
(“boas novas"), onde surgiram as curas de cegos, surdos, mudos, aleijados,
endemoninhados (nome que davam aos loucos), ressurreições de mortos, etc.
Sabemos que, se houvesse um homem capaz de fazer um cego enxergar ou um aleijado
adquirir normalidade física, tais coisas jamais ficariam no anonimato. E ninguém
fora do meio cristão conheceu tais prodígios, o que é mais uma evidência de que
são lendas. Como nas profecias de Isaías há referência a uma virgem tomada por
mulher pelo profeta e gerando um filho (Isaías, 7: 14-17), esse texto foi a base
para o mito de que o referido ungido teria nascido de uma virgem (Mateus, 1:
23).
Segundo alguns estudiosos, tudo indica
que sejam os próprios romanos que tenham inventado o mito "Iesus Christus" para
criar uma forte ideologia religiosa e assim derrotar psicologicamente os judeus.
Como a referência a Antíoco IV nos capítulos 8 a 12 de Daniel fala da cessação
do "sacrifício" e da "oferta de manjares" e "será cortado o ungido" (alusão à
destituição do sumo sacerdote Onias, substituído por um dos aliado de Antíoco),
criou-se a ideia de que aquele texto tivesse falando da morte de Jesus e que
esse Jesus teria sido morto como um sacrifício pelos pecados do mundo e que o
sacrifício de animais teria sido abolido com sua morte. Um deus morrendo para
salvar a humanidade já fazia parte de algumas mitologias. Em nenhum lugar nas
escrituras sagradas hebraicas (lei mosaica, profetas, etc.) há promessa de
substituição dos sacrifícios de animais por outro sacrifício (Ver
O CONCERTO PERPÉTUO), mas os
cristãos criaram essa doutrina e ela dominou o mundo. O sacrifício de Jesus
pelos pecados foi simplesmente essa adaptação dessa diversidade de crenças com
diversos texto descontextualizados. Aquele conceito primitivo de que
para acalmar os deuses era necessário derramar sangue levou ao outro, mais
absurdo, de que o verdadeiro deus precisou de derramar o sangue do próprio filho
para expiar os pecados do homem.