DIFERENÇA ENTRE HOMOSSEXUAL, TRAVESTI E TRANSEX
02/10/2009
"DEFINIÇÕES: HOMOSSEXUALIDADE, TRAVESTISMO, TRANSFORMISMO, DRAG QUEEN,
TRANSEXUALIDADE E AS DIFERENÇAS ENTRE TRANSEXUAL E TRAVESTI.
HOMOSSEXUALIDADE
A homossexualidade é uma infinita variação sobre um mesmo tema: o das relações
sexuais e afetivas entre pessoas do mesmo sexo. Por definição, o homossexual á
alguém que, sabendo pertencer a um sexo, masculino ou feminino, procura outra
pessoa do mesmo sexo, como objeto erótico. Não tem o intuito de mudar de sexo
nem o repudia. Ao contrário, tem prazer em usar sua genitália.
TRAVESTISMO
O travestismo refere-se ao homem ou mulher que se veste e assume características
físicas e psicossociais atribuídas ao sexo oposto. Segundo a Enciclopédia da
Homossexualidade, de Wayne Dynes ( Garland Press, New York, 1990 ) o termo
travesti só foi escrito a primeira vez em 1910, pelo sexólogo Magnus Hirschfeld.
No Brasil, o termo travestismo é usado desde 1939, sendo que alguns estudiosos
defendem que seria correto “travestido” ou “travestis” como é usado
popularmente.
O travestismo é o porte deliberado de roupas e acessórios culturalmente
consagrado ao sexo oposto, para alguns com o fim de excitação sexual, para
outros, como forma de pertencer publicamente ao outro gênero. Para a maioria
como estratagema de atração de clientes na arena da prostituição. Diz respeito
ao estado de indivíduos que desejam ardentemente assumir seu “outro lado”, e se
vestem com roupas do sexo oposto, aparentando assim serem, e desta forma
garantem uma satisfação de conforto psicossocial. Esse fato não denota ser uma
variante óbvia da homossexualidade pois há heterossexuais que também se
travestem.
Para o travesti, o uso da roupagem cruzada é uma das características do sexo
oposto que ele assume e apresenta, tanto por fetichismo quanto por
exibicionismo.
Fetichismo é a entidade na qual os indivíduos apresentam desejos sexuais que
surgem à vista ou toque de determinados objetos ou de certas partes do corpo não
necessariamente sexuais, sendo os objetos geralmente símbolos da pessoa amada.
Já o exibicionismo é a mania ou gosto na ostentação, promoção de si mesmo,
sobretudo das partes sexuais.
Na travesti, o prazer em usar roupas e agir socialmente com modos do outro sexo,
de se identificar e assumir vários comportamentos “opostos”, não significa a
negação do seu sexo genital. Normalmente a travesti aceita seu pênis e si
identifica com ele. Além da roupagem cruzada, ela encontra em seus genitais a
sua fonte de prazer e não de desgosto. Por essa razão, ela não se interessa em
buscar uma transformação cirúrgica, como as transexuais. Entretanto, transformam
o corpo, quase sempre por meio de hormônios e silicone em uma ou mais partes do
corpo, sobretudo nos seios, nádegas, coxas e bochechas, pois querem uma
aparência ultra feminina. Portanto, a distinção básica é esta: a travesti
socialmente é do gênero feminino, algumas se sentem psicologicamente mulher,
outras homem, e sexualmente podem agir tanto como homossexual ativo, quanto
passivo, enquanto que a transexual é mulher na alma, na rua e na cama.
Costuma-se distinguir dois tipos de travestis: o doméstico e o publico. O
primeiro é clandestino, freqüentemente do sexo masculino, que se veste e se
maquia como mulher quando está sozinho. O segundo se traveste geralmente de
forma ostensiva e deseja que as pessoas pensem que se trata de alguém do sexo
oposto. A maioria ganha a vida se prostituindo. Segundo pesquisa do GGB, 97% das
travestis da Bahia são profissionais do sexo. Várias delas, além da prestação de
serviços sexuais, também desenvolvem outras especialidades profissionais, como
cabeleireiras, manicuras, maquiadoras, cozinheiras, domésticas, enfermeiras,
vendedoras ambulantes, professoras primárias, atrizes transformistas. As
atividades quase sempre estão ligadas ao universo feminino.
TRANSFORMISMO
O transformismo é a arte de fazer uso de vestimentas do sexo oposto para
desempenhar melhor um personagem. Os artistas podem ser homossexuais,
heterossexuais ou bissexuais. O que prevalece é que eles encaram como desafio na
carreira interpretar personagens do sexo oposto. O transformista evoca sempre
uma prática teatral.
No cinema, na televisão, nos teatros e casas noturnas não são poucos os
espetáculos e shows de transformistas. Filmes como Toostsie, Victor-Victoria,
Traídos pelo desejo e De Salto alto, são alguns exemplos onde transformistas e
transexuais fazem sucesso na grande tela. Na televisão brasileira atores como
Marcos Nanine, Ney Latorraca, Miguel Falabella, Fernenda Torres, Claúdia Raia,
Bruna Lombrardi e tantos outros já viveram personagens do sexo oposto. No
teatro, em Salvador, não se pode esquecer a peça A Bofetada, onde quatro atores,
nos últimos dez anos, divertem milhares de pessoas com suas hilárias personagens
femininas. Nas boates, sobretudo gays, muitos fazem seus shows e ficam famosos,
como o baiano “Bagagerie Spilgergue”, que só é mulher no palco.
DRAG QUEEN
As “drag queen” são homens que se vestem de mulher para sair à noite, nos
clubes. Não pretendem se fazer passar por mulheres, querem apenas se divertir.
Elas podem ser homossexuais, bissexuais ou heterossexuais. Não é a preferência
sexual que importa. O que é levado em conta é o prazer da brincadeira em adotar
provisoriamente, quase sempre em festas ou desfiles, comportamentos
descontraídos e exagerados do sexo oposto.
As mulheres retratadas pelas “drag” são sempre glamourosas e chiques, pois elas
estão via de regra atentas às últimas tendências da moda, sempre carregadas de
exagero. As “drags” adotam um modo de ser “camp”. O “camp” é definido pela
filósofa americana Susan Sontag como a predileção extraordinário, exagerado,
extrovertido, bem humorado. É uma maneira de ver o mundo como fenômeno estético,
que valoriza o artifício e a aparência inusitadas, que se interessa pelo duplo
sentido como forma de divertimento. É o espírito da extravagância e do deslumbre
encontrado no comportamento das pessoas e em muitas expressões artísticas
contemporâneas.
O fenômeno das “drags” surgiu nos grandes centros urbanos, como Londres e Nova
Iorque, no final dos anos oitenta. No Brasil, apareceu a partir de 1991, com o
desenvolvimento da chamada “cultura club”, nas principais cidades do país, como
São Paulo e Rio de Janeiro. As “drags” não se confundem com as travestis, não
aplicam silicone nem hormônios e não são prostitutas. Fora de cena muitas são
rapazes discretos e até bastante viris.
TRANSEXUALIDADE
Existem diferentes conceitos de transexualidade. Eles tem em comum a
incompatibilidade da conformação genital com a identidade psicológica sexual no
mesmo indivíduo. O transexual é aquele que recusa totalmente o sexo que lhe foi
atribuído civilmente. Identifica-se psicologicamente com o sexo oposto, embora
biologicamente não seja portador de nenhuma anomalia. Geralmente possui
genitálias perfeitas, interna e externa, de um único sexo mas a nível
psicológico responde a estímulos de outro. Costumam considerar-se um “erro da
natureza”. Segundo a Associação Paulista de Medicina Transexual é o indivíduo
com identidade psicossexual oposta a seus órgãos genitais externos, com o desejo
compulsivo de mudanças destes.
As principais características da transexualidade são:
· a convicção de pertencer ao outro sexo;
· aversão pelos seus atributos genitais dados pela natureza;
· interesse pela adequação dos genitais;
A expectativa de adequar os genitais e caracteres secundários para o sexo
neuropsíquico e ser reconhecido como tal na sociedade é a principal
características da pessoa transexual. Por isso a pessoa anseia adaptar sua
aparência, em todas as suas expressões, ao seu sexo psicológico e deseja
fortemente a adequação do sexo. Esta lhe é tão necessária que absorve todo o seu
interesse e muitos esforços. São muitos os casos de pessoas que no desespero
para adaptar seu corpo ao seu sexo psicológico procuram orientação e serviços
médicos.
DIFERENÇAS ENTRE A TRANSEXUAL E A TRAVESTI
A transexual se distingue e se diferencia dos homossexuais e das travestis.
Quando o homossexual masculino se traja efeminadamente – estudos demonstram que
apenas 15% assumem esse comportamento – não é porque quer ser mulher mas talvez
porque deseja atrair outro homem que ele julga másculo. Ele convive com o seu
sexo e não sente necessária repulsa por ver seus órgãos genitais. A travesti usa
roupas femininas e o faz devido a satisfação emocional que esse agir lhe traz.
Já a transexual veste roupas femininas porque é uma mulher e quer ser desejada e
socialmente aceita como tal.
A transexual em fase pré-operatória geralmente se traveste, isto é, usa roupas
do sexo ao qual se identifica. Mas são várias as diferenças entre a transexual
que se traveste e a travesti. Segundo o psicólogo americano Gerald Ramsey
podemos observar que:
· Quando a transexual se veste como o outro sexo, isso inclui tudo, da cabeça
aos pés. O travesti fetichista envolve muitas vezes menos do que um travestismo
completo – focando, por exemplo, roupas de baixo ou meias-calças;
· Geralmente, a transexual não se traveste para obter gratificação sexual. A
maioria delas experimenta uma libido muito baixa;
· Travestis em alguns países normalmente passam uma significativa parte das suas
vidas vestidas não com trajes femininos mas de acordo com seu gênero natal
biológico. A transexual não muda de papel mas adota um que é permanente;
· Travestis gostam de si estimular sexualmente, ao passo que a maioria dos
transexuais não toca ou sequer expressa a posse dos genitais de nascença ou de
seus caracteres sexuais secundários.
· (Fonte: www.overmundo.com.br/download_banco/definicoes)
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