CALVINISMO
"O calvinismo (também chamado de Tradição Reformada,
Fé Reformada
ou Teologia Reformada) é tanto um movimento religioso protestante quanto um
sistema teológico bíblico com raízes na Reforma Protestante, iniciado por João
Calvino em Genebra no século XVI. A Tradição Reformada foi desenvolvida, ainda,
por diversos outros teólogos como Martin Bucer, Heinrich Bullinger, Pietro
Martire Vermigli e Ulrico Zuínglio.[1] Apesar disso, a Fé Reformada costuma
levar o nome de Calvino, por ter sido ele seu grande expoente.[2] Atualmente, o
termo também se refere às doutrinas e práticas das Igrejas Reformadas.[3] O
sistema costuma ser sumarizado através dos cinco pontos do calvinismo.
Calvinistas romperam com a Igreja Católica Romana, mas diferiam dos luteranos na
doutrina sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, Princípio regulador do
culto e o uso da lei de Deus para os crentes, entre outras coisas.[4][5]
O termo calvinismo pode ser enganoso, pois a tradição religiosa que por ele é
identificada sempre foi diversificada, com uma vasta gama de influências, em vez
de um único fundador. O movimento calvinista foi chamado pela primeira vez
calvinismo pelos luteranos que se opunham ao calvinismo, e muitos dentro da
tradição preferem usar o termo Reformado para o descrever.[6][7]
A maior associação Reformada no mundo é a Comunhão Mundial das Igrejas
Reformadas com mais de 80 milhões de membros em 220 denominações em todo o
mundo.[8][9] Outras organizações reformadas internacionais são a Fraternidade
Reformada Mundial e a Conferência Internacional das Igrejas Reformadas.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Calvinismo>
OS CINCO PONTOS
Os Cinco Pontos do Calvinismo, (conhecidos pelo acróstico TULIP, referente às
iniciais dos pontos em inglês) são uma síntese dos cânones teológicos definidos
no Sínodo de Dordrecht, no âmbito da disputa entre calvinistas e arminianos
acerca das doutrinas da Graça e da Predestinação. Eles refletem a soteriologia
típica do movimento calvinista, interpretando a natureza da graça de Deus na
salvação da criatura humana. Seu eixo é a afirmação de que Deus é perfeitamente
capaz de salvar cada pessoa que Ele tenha a intenção de tornar objeto de sua
graça salvadora e que seu trabalho não pode ser frustrado por algo ou alguém que
fique no caminho, na tentativa de impedir sua conclusão.
Os cinco pontos do Calvinismo ao contrário do que se deduz pelo senso comum não
foram feitos por Calvino e sim a partir de uma contra-argumentação ao protesto
que os seguidores de Jacobus Arminius (um professor de seminário holandês)
apresentaram ao “Estado da Holanda” em Julho de 1610, um ano após a morte de seu
líder. O protesto consistia de “cinco artigos de fé”, baseados nos ensinos de
Armínio, e ficou conhecido na história como a “Remonstrance”, ou seja, “O
Protesto”. O partido arminiano insistia que os símbolos oficiais de doutrina das
Igrejas da Holanda, fizeram com que editassem a calvinaria
(Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg) fossem mudados para se conformar com
os pontos de vista doutrinários contidos no Protesto. As doutrinas às quais os
arminianos fizeram objeção eram as relacionadas com a soberania divina, a
inabilidade humana, a eleição incondicional ou predestinação, a redenção
particular (ou expiação limitada), a graça irresistível (chamada eficaz) e a
perseverança dos santos. Essas são doutrinas ensinadas nesses símbolos da Igreja
Holandesa, e os arminianos queriam que elas fossem revistas.[1]"
Esses Cinco Pontos são:
Em Inglês
T - Total Depravity
U - Unconditional Election
L - Limited Atonement
I - Irresistible Grace
P - Perseverance of the Saints |
Tradução Livre
Depravação Total
Eleição Incondicional
Expiação Limitada
Graça Irresistível
Perseverança dos Santos |
Depravação total do homem
Também chamada de "depravação radical", "corrupção total" e "incapacidade
total". Indica que toda criatura humana, em sua condição atual, ou seja, após a
queda, é caracterizada pelo pecado, que a corrompe e contamina, incluindo a
mente. Por isso, afirma-se que ninguém é capaz de realizar o que é
verdadeiramente bom aos olhos de Deus. Em contrapartida, o ser humano é escravo
do pecado, por natureza hostil e rebelde para com Deus, espiritualmente cego
para a verdade, incapaz de salvar a si mesmo ou até mesmo de se preparar para a
salvação. Só a intervenção direta de Deus pode mudar esta situação.
Eleição incondicional
Eleição significa "escolha". É a escolha feita por Deus desde toda a eternidade,
daqueles a quem ele concedeu a graça da salvação. Esta escolha não se baseia no
simples mérito, ou na fé das pessoas que ele escolhe, mas se baseia em sua
decisão soberana e incondicional, irrevogável e insondável. Isso não significa
que a mesma salvação final é incondicional, mas que a condição em que assenta
(fé) é concedida também pela graça de Deus, como seu presente para aqueles a
quem Ele escolheu incondicionalmente.
Expiação particular (ou Expiação Limitada)
Também chamada de "redenção particular" ou "redenção definida", significa a
doutrina segundo a qual a obra redentora de Cristo foi apenas visando a salvação
daqueles que têm sido alvo da graça da salvação. A eficácia salvífica do Cristo
redentor, então, não é "universal" ou "potencialmente eficaz" para quem iria
recebê-lo, mas especificamente designada para consolidar a salvação daqueles a
quem Deus Pai escolheu desde antes da fundação do mundo. Os calvinistas não
acreditam que a expiação é limitada em seu valor ou poder (se Deus o Pai
quisesse, teria salvo todos os seres humanos sem excepção), mas sim que a
expiação é limitada na medida em que foi destinada para alguns e não para todos.
Vocação eficaz (ou Graça Irresistível)
Também conhecida como: "graça eficaz", esta doutrina ensina que a influência
salvífica do Espírito Santo de Deus é irresistível, superando toda e qualquer
resistência. Quando então, Deus soberanamente visa salvar alguém, o indivíduo
não tem como resistir a essa graça da vida eterna com o próprio Deus.
Perseverança dos santos
Também conhecida como "preservação dos santos" ou "segurança eterna", este
quinto ponto sugere que aqueles a quem Deus chamou para a salvação, e depois, à
comunhão eterna com ele (" santos ", segundo a Bíblia) não podem cair em
desgraça e perder sua salvação. Mesmo que, em suas vidas, o pecado os leve a
renunciar à sua profissão de fé, eles (se eles são autênticos eleitos), mais
cedo ou mais tarde, retornarão à comunhão com Deus. Essa doutrina é baseada no
fato de que a salvação é obra de Deus do começo ao fim, que Deus é fiel às Suas
promessas, e que nada nem ninguém pode impedir Seus propósitos soberanos. Este
conceito é bem diferente do conceito usado em algumas igrejas evangélicas, de
"uma vez salvos - salvos para sempre", apesar da apostasia, a falta de
arrependimento ou a permanência no pecado, desde que eles tenham realmente
aceito Cristo no passado. No ensino tradicional calvinista, se uma pessoa cai em
apostasia ou não mostra mais sinais de arrependimento genuíno, isso pode ser
prova de que ele nunca foi realmente salvo, e, em decorrência, que não fazia
parte do número dos eleitos.
O acróstico TULIP em inglês coincide com a palavra tulipa, por este motivo,
frequentemente a flor referida é utilizada como símbolo do Calvinismo.
<ttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_pontos_do_calvinismo>
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