– DIA DA CRUZ -

14 de setembro

- 14/09/2006 -

 

 

Do mais degradante instrumento de tortura, a cruz se transformou em objeto de culto de uma grande parcela da humanidade, porque, em uma cruz, dizem que foi pregado um judeu que o povo acredita ser o filho de Yavé, deus dos hebreus.

Cruz, do latim cruce, significa, segundo Aurélio, "Antigo instrumento de suplício, constituído por dois madeiros, um atravessado no outro, em que se amarravam ou pregavam os condenados à morte".

Segundo lemos no Velho Testamento, os hebreu tinham um costume de pendurar em pau um executado considerado muito infame (Deuteronômio, 21: 22, 23). Mas eram os romanos que pregavam em uma cruz, após outros tipos de humilhações e torturas, as pessoas que cometesse crime grave segundo o Direito de Roma.

Por volta do sétimo século antes do início da era cristã, um profeta havia dito que em Belém nasceria um indivíduo escolhido por Yavé, que destronaria a Assíria e assumiria um domínio mundial (Ver O MESSIAS DE BELÉM NUNCA EXISTIU NEM PODERÁ EXISTIR).

Apesar de não se ter cumprido a predição, os judeus continuaram esperando que um dia esse "messias" ("ungido") iria existir e dar o mundo aos adoradores de Yavé.

Nos dias do império Romano, cerca de sete séculos após os dias em que segundo o profeta deveria surgir o messias, apareceram alguns dizendo-se o messias, e os romanos os executaram.

Entre os que tentaram libertar os hebreus dos romanos, afirma-se que estava Yeshua (grego Iesous, Latim Iesus, português Jesus), embora não haja qualquer registro sobre ele nos dias em que dizem que ele existiu. Segundo relatou um de seus próprios seguidores, ele entrou em Jerusalém disposto a reunir gente para libertar seu povo, o que não deu certo.

Nos dias do Império Medo-Persa, um dos profetas hebreus havia dito:

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta. De Efraim exterminarei os carros, e de Jerusalém os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra... O Senhor dos exércitos os protegerá; e eles devorarão, e pisarão os fundibulários; também beberão o sangue deles como ao vinho; e encher-se-ão como bacias de sacrifício, como os cantos do altar” (Zacarias, 9: 9, 10, 15).

Conhecedor da profecia, Yeshua (Iesous em grego e latim, Jesus em português) teria procurado mostrar ao povo que seria ele o ungido predito por Zacarias:

Quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa deles; e logo os enviará. Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: ‘Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.’

Indo, pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade toda e perguntava: Quem é este? E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.

Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores”
(Mateus, 21: 1-13).

Se for verdade que Jesus realmente tenha existido e agido assim como está no evangelho de Mateus - é muito pouco provável que ele tenha existido -, ele deve ter planejado uma revolta para libertação do seu povo, mas não obtido apoio suficiente para combater Roma, e os romanos deram fim à sua vida.

 

Diante da completa ausência de referência dos escritores da época a esse Jesus e ao Cristianismo,  alguns estudiosos estão chegando à conclusão de que os romanos é que inventaram essa estória para colocar o mundo contra o judeus, o que deu muito certo.

Como os evangelhos dizem que Jesus foi executado numa cruz e ressuscitou no terceiro dia, fato a que nenhum escritor da época fez referência, uma informação dessa no século seguinte não teria muita dificuldade de ganhar status de verdade entre uma população quase totalmente analfabeta.  Uma promessa de vida eterna, aliada a uma ameaça de uma tortura eterna para os que não cressem, trouxeram grandes resultados, e a nova religião dominou o mundo.  Assim, o instrumento de tortura passou, estranhamente, a ser objeto de culto e o símbolo do cristianismo. É por isso que, no Brasil, país colonizado por católicos, há um dia da cruz, além de haver por todos os lados tantas cidades, bairros e ruas com o nome de "Santa Cruz".

 

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