Hoje, 7 de
janeiro é o dia da liberdade de culto; liberdade esta que só existe quando o
poder não está nas mãos de nenhum dos prestadores de culto.
Felizmente, em nosso país e em nossos dias existe liberdade religiosa. Mas ela
só prevalece enquanto nenhuma religião é dona do poder. Se uma religião assumir o
poder político, a liberdade religiosa é extinta.
A história nos mostra que no passado, quando a religiosidade era muito maior do
que a de hoje, liberdade religiosa era coisa muito rara, senão inexistente. Os
antigos egípcios praticavam obrigatoriamente a religião do faraó; os caldeus e
quem estivesse sob o domínio babilônicos eram obrigados a adorar o deus adotado
pelo rei, fato que o escritor bíblico registrou. Os únicos dominadores que
parecia serem muito condescendentes, não se importando com os cultos de seus
súditos, eram os romanos. Eles só destruíram Jerusalém por razões políticas e,
se realmente tiverem perseguido os cristãos, algo bastante duvidoso, terá sido
por serem grandes inimigos do império. Roma, a
capital do mundo da época, foi figurada por um dos cristãos primitivos como a grande prostituta, mãe das
prostituições e abominações da terra (Apocalipse 17).
Os hebreus, que adotaram o monoteísmo, pareceram ir mais longe do que os que
chamavam de pagãos. A ordem de Javé, segundo os escritos mosaicos, era matar os
povos adoradores de outros deuses, e está escrito que destruíram várias nações
por onde passaram, tudo por ordem divina.
No dia em que o império romano adotou o cristianismo como a religião oficial,
aos poucos o chefe da igreja foi assumindo todo o poder político, e
a igreja
tornou-se o poder mais opressivo de toda a história, só cessando suas
barbaridades quando poderes não religiosos lhe tiraram o domínio.
Atualmente, o islamismo, em todos os lugares onde domina,
impõe ao povo suas
práticas, e os grupos radicais praticam terrorismo em defesa de suas crenças.
O que ocorre é que tudo que os religiosos imaginam ser preceitos divinos deve
ser imposto ao mundo por quem ama a Deus sobre todas as coisas. A vida não tem
lá grande importância frente à vontade divina, e a morte está sempre à espreita
dos desobedientes. A história nos mostra que religião é mais íntima da morte, e
direitos humanos muitas vezes são abomináveis aos que escolhem a glória de deus.
Liberdade religiosa e de várias outras práticas fazem parte da nossa e de
constituições de vários países, graças ao humanismo, valorização do homem,
inexistente nos tempos e lugares de predomínio religioso.