Alguém precisava dizer a verdade
sobre a Bíblia.
Os padres não ousariam, pois
seriam expulsos de seus púlpitos.
Os professores nas faculdades não
ousariam, pois perderiam seus salários.
Os políticos não ousariam, pois
seriam derrotados.
Os editores não ousariam, pois
perderiam seus leitores.
Os comerciantes não ousariam, pois
perderiam seus clientes.
Os homens de prestígio não
ousariam, temendo perder seus admiradores.
Nem mesmo os balconistas ousariam,
pois poderiam ser despedidos.
Então resolvi fazer isso eu mesmo.
Há milhões de pessoas que creem
que a Bíblia é a palavra inspirada por Deus — milhões que pensam que este
livro é um báculo e um guia, um conselheiro e um consolador; que preenche o
presente com paz e o futuro com esperança — milhões que creem que é a fonte
da lei, da justiça e da clemência, e que o mundo deve sua liberdade, riqueza
e civilidade aos seus sábios e benignos ensinamentos — milhões que acreditam
que este livro é a revelação da sabedoria e do amor de Deus ao cérebro e
coração do homem — milhões que consideram este livro como uma tocha que
sobrepuja a escuridão da morte e derrama seu brilho em outro mundo — um
mundo sem lágrimas.
Entretanto,
esquecem-se de sua ignorância e
selvageria, de seu ódio à liberdade, de sua perseguição religiosa;
lembram-se do céu, mas esquecem-se
do calabouço da dor eterna.
Esquecem-se de que aprisiona a
mente e corrompe o coração.
Esquecem-se de que é um inimigo da
liberdade intelectual.
A liberdade é minha religião.
Liberdade das mãos e da mente — no pensar e no trabalhar.
Liberdade é uma palavra odiada
pelos reis e amaldiçoada pelos papas.
É uma palavra que despedaça tronos
e altares — que deixa a coroa sem súditos e as mãos estendidas da
superstição sem esmolas.
Liberdade é a consequência, o
fruto da justiça — o perfume da clemência.
Liberdade é a semente e o solo, o
ar e a luz, o orvalho e a chuva do progresso, o amor e a alegria.
(Autor: INGERSOLL - sempre atual
esta citação)