O FRACASSO DO PLANO DIVINO

 

O deus criador faz o casal humano superior a todos os animais, à semelhança do próprio deus, colocando esse homem para dominar sobre todos os animais, mas exigindo dele uma estrita obediência, sob pena de morte. Mas uma cobra  seduz a fêmea humana a comer de uma fruta que o deus proibiu e, por esse pequeno deslize, a humanidade inteira, até os outros animais, são condenados para sempre a sofrimento, envelhecimento e morte.  E, após tudo isso, o onipotente ainda cria um local para torturar eternamente os seus desafetos!

 

O onisciente cria o homem, depois sente que "não é bom que o homem esteja só", resolve lhe dar uma companheira; cria uma infinidade de animais, mas não há  entre eles nenhum que sirva de companhia para o homem; então, ele tira uma costela do homem e dela faz a mulher; tudo parece perfeito agora.

 

Todavia, entre suas criatura existe a cobra, "o mais astuto dos animais do campo", que induz a mulher a comer uma fruta que o deus proibiu, e aí a punição é maligna!  Nem os outros animais, que não têm nada a ver com as ações viperinas e humanas, escapam da ira do todo poderoso.  Todos são condenados ao sofrimento e morte.

 

Tendo o primeiro casal dois filhos, um deles acha graça aos olhos do monstro todo-poderoso ao sacrificar ovelhas em sua honra; no entanto, o irmão, que é agricultor, lhe oferece vegetais, deixando o deus bastante decepcionado; pois ele não sabia que deuses gostam é de sangue. Daí, o irmão que se sente abandonado pelo deus fica também tão decepcionado, que mata o irmão de quem o deus se agradou.

 

Como o ser humano é o pior dos animais, em poucos séculos esse deus se arrepende de ter criado uma espécie tão má, aquela feita à sua própria imagem e semelhança, que resolve destruir a humanidade; pois maldade só ele pode fazer à vontade.

 

Pensando, embora onisciente, que possa criar uma humanidade melhor a partir de um único casal cujo cabeça lhe parece um homem justo, faz uma descomunal inundação, destruindo quase a totalidade de todas as espécies junto com a humana. Mas, de novo a humanidade só faz barbaridades.

 

Depois de mais uma tentativa fracassada (descendência de um outro homem que lhe parece bom), resolve dar o próprio filho em sacrifício pelos pecados da humanidade, mas não adianta; o povo continua mau. 

 

Como última tentativa, passa o onipotente a ameaçar a todos com uma tortura perpétua, e ainda nota que a grande maioria terá que ser lançada num lago incandescente para sofrer a tortura infindável e ainda serem vistos pelos poucos felizardos que, mesmo presenciando esses horrores, serão felizes para sempre.

 

Um ser onisciente fazer tanta coisa errada, tantas tentativas frustradas e ao final decidir simplesmente torturar eternamente a maior parte daqueles que fez à sua própria imagem e ser aplaudido, adorado pelos poucos que presenciam perpetuamente esse espetáculo horrível!!!  Não é muito estranha esta história?

 

 

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