O MILAGRE DA FÉ

 

Um leitor me fez uma pergunta sobre a existência de milagres, e eu confirmei a ele que, embora muito do que se vê seja fraude, alguns ocorrem de verdade, seja o objeto da fé um deus, um amuleto, uma pedra, ou placebo.

Esta foi a mensagem do leitor:


"Gostaria de saber sua opinião sobre este assunto:

Conheço uma pessoa que é evangélica. Ele diz que acredita em milagres, que ele próprio foi curado de um problema. Ele me disse que há alguns anos, sentia uma dor terrível nas costas e nas pernas. Foi se consultar e o médico diagnosticou como hérnia de disco, só que ele não teve condições financeiras para fazer os exames. Então, depois de algum tempo sentindo dores fortes, sem conseguir andar direito, ele foi para o templo que frequentava e o pastor fez uma oração, estando presentes várias pessoas. Ele foi uma das curadas. Segundo ele, sentiu um calor forte, passando pelas costas e logo depois, um grande alívio e diz ter desaparecido as dores, instantaneamente e nunca mais voltou a senti-las.

Eu não acredito nestas coisas, mas ele não é de mentir. O que você acha que pode ter acontecido? Por mais que alguém seja fanático e tenha o poder da sugestão, não dá para evitar sentir uma dor, ainda mais uma tão intensa. Como ele pode dizer que não sente mais nada?

Vi, algumas vezes, na televisão, programas evangélicos, onde o pastor realiza orações e acontecem diversas curas e as pessoas dão testemunhos e até levam exames que comprovariam a doença que tinham.

Já vi em alguns programas na televisão, que existem pessoas contratadas por alguns pastores que fingem estar doentes e que foram curadas, mas será que se consegue enganar tantas pessoas, por longo tempo? Como é possível alguém conseguir isso?

Aguardo sua resposta."

Esta foi a minha resposta:

“Os mestres religiosos exageram e enganam pessoas.

Mas a fé tem alguns efeitos sim.

É claro que você não verá ninguém fazer cego enxergar pela fé, nem ressuscitar mortos. Mas o efeito psicológico é grande o suficiente para curar alguma coisa.

Eu mesmo já tive um desses efeitos.
Na infância, eu estava correndo, torci o pé, e não podia nem colocá-lo chão, tamanha a dor que sentia com qualquer esforço.

Nesse lugar havia alguns curandeiros que faziam uma simpatia com um novelo de linha que chamavam de “coser destroncado”.

Pedi a minha mãe que mandasse chamar o “Zé Landico”, que era um dos bons nesse negócio.

Minha irmã, que era costureira, me disse:

“Não precisa chamar o Zé Landico. Ele cose destroncado com agulha e novelo de linha; eu costuro na minha máquina, e é melhor ainda”.

Na minha inocência infantil, confiei plenamente que a minha irmã curaria o destrocado.

Ela pegou um pedaço de pano, dobrou, passou algumas costuras nele e colocou entre as tábuas do teto da casa. Eu acreditei que seria curado.

Em poucas horas, eu já estava no terreiro jogando bola, e o pé quase não doía mais.

Atualmente já temos informações de que boa parte das pessoas que tomam placebo têm efeito como se estivessem tomando remédio verdadeiro. Assim funciona a fé. É a força do pensamento positivo.”

A fé não pode recuperar um membro perdido, a visão de um cego, nem a vida de um morto. Entretanto, ajuda, sim, na recuperar de muitos sintomas contra os quais o organismo pode reagir. Não importa se você pensa que a cura está vindo de um deus, ou de um santo, o um amuleto, ou uma pedra, uma folha, ou um placebo (substância inócua que você pensa ser remédio), o que leva seu organismo a reagir contra o mal é o seu pensamento positivo.

 

Veja exemplo em EFEITO PLACEBO E EFEITO NOCEBO
 

Ver mais RELIGIÃO

 

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