Quais foram
as últimas palavras de Jesus? Os evangelistas discordam também nesse pormenor.
MATEUS:“Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá
sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Alguns dos
que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias. E logo correu um
deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de
beber. Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. De novo
bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito” (Mateus, 27:46-50).
LUCAS:“Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o
meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” (Lucas, 23: 46)
JOÃO: “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado.
E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João, 19: 30).
Marcos é coerente com Mateus (Marcos, 15: 34-37).
O relato de Mateus não informa com muita ênfase. “Eli, Eli, lama sabactani” não
teriam sido necessariamente suas últimas palavras. “De novo bradou Jesus com
grande voz” parece dizer que ele repetiu as palavras anteriores; mas até
poderíamos admitir que bradar de novo poderia ser proferindo outras palavras.
Todavia, Lucas e João apresentam especificamente sua palavras, mas não são as
mesmas: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” são suas palavras finais
segundo Lucas. Para João foram: “está consumado”.
Quatro evangelistas apresentando palavras diferentes como sendo as últimas de
Jesus é mais um motivo para não aceitar cada palavra bíblica como a verdade. Se um disse
a verdade, o outro não o disse. Se um não disse a verdade, como podemos crer que
o outro tenha dito? Se parte da Bíblia não é verdadeira, não se pode afirmar com
certeza que outra parte o seja.