Em alguns pacientes, o estrago nos brônquios causa bronquite crônica; no tecido
do pulmão provoca enfisema. Além da presença de sintomas respiratórios crônicos,
como tosse, produção de catarro e falta de ar, uma das principais complicações é
a limitação das atividades diárias. “Em estágios avançados, o paciente não
consegue subir escada”, explica.
Geralmente, a doença afeta pessoas acima dos 40 anos. O diagnóstico é feito a
partir de exames de sopro (espirometria), que medem os fluxos e volumes do
pulmão. “Se a relação entre todo o ar que cabe no pulmão e o assoprado no
primeiro segundo for inferior a 70%, o diagnóstico é positivo.” No caso dos
testes com raios X, eles excluem doenças como pneumonia, câncer e tuberculose.
Atualmente, profissionais da área de saúde notam uma tendência crescente do
número de casos em mulheres. “Isso provavelmente reflete um aumento da exposição
a fatores de risco, principalmente o tabagismo e a poluição doméstica gerada
pela queima de combustíveis (uso de fogão a lenha), muito comum nos países
pobres”, comenta Iara Fiks.
A grande maioria dos pacientes não apresenta alterações no exame físico,
principalmente em estágios mais leves. Os pacientes mais severos podem
apresentar um padrão respiratório característico e unhas arroxeadas. O
emagrecimento e a atrofia da musculatura das pernas também é característico nos
casos avançados.
Sintomas
A mudança de hábitos é o primeiro passo para lidar melhor com a doença, já que
não há cura, mas os sintomas podem ser plenamente reduzidos se o paciente
procurar ajuda médica. A pneumologista, inclusive, faz um alerta para quem se
automedica. “Muitas pessoas, que não foram diagnosticadas por não consultar um
médico, tendem a usar xaropes, medicamentos para inalação ou remédios caseiros,
que são totalmente contra-indicados.”
Muitos pacientes relatam histórico de outras doenças, como problemas
cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial. Medicamentos à base de
brometo de tiotrópio, aliados à atividade física balanceada e sessões de
oxigenação (dependendo da gravidade) contribuem para a melhora da qualidade de
vida do paciente.
A Associação Brasileira de Portadores de DPOC publicou uma cartilha que inclui
dicas e instruções direcionadas ao doente e aos familiares. Informações no site
www.dpoc.org.br.
(EC)
Definição
A sigla DPOC é usada para classificar tanto a bronquite crônica quanto o
enfisema pulmonar, manifestados em conjunto ou separadamente
Diagnóstico
Para detectar o distúrbio, é necessário que o médico esteja atento aos sinais
clínicos da doença, como falta de ar persistente, que se manifesta em
praticamente todos os casos. A espirometria (teste de função pulmonar) é o exame
complementar usado na avaliação dos pacientes. Embora a DPOC não tenha cura
ainda, os sintomas podem ser controlados e, quanto mais precoce for feito o
diagnóstico, mais eficaz será o tratamento e, conseqüentemente, melhor será a
qualidade de vida do paciente
Espirometria
• O ar se renova constantemente nos pulmões para viabilizar a hematose
• Para que essa troca gasosa ocorra nas quantidades adequadas, o ritmo e os
movimentos dos pulmões têm que estar adequados
• O exame mede a quantdade de ar inspirado e expirado e indica o rendimento
respiratório, ou seja, a velocidade de renovação do ar nos pulmões
• A análise dos resultados e o diagnóstico são feitos a partir de comparação com
uma meta tida como dentro da normalidade
Como ocorre o distúrbio
O pulmão fica parcialmente cheio o tempo todo e não há reserva para inspirar e
expirar rápido. Este mecanismo é chamado de hiperinsuflação por aprisionamento
de ar. O ar entra, mas não consegue sair na velocidade adequada. A cada ciclo
respiratório, sobra uma quantidade de ar dentro dos pulmões. Este ar deforma e
estica toda a estrutura dos pulmões, prejudicando a função de oxigenar e trocar
o ar “sujo” por “limpo”.
Dicas para conviver melhor com o problema
• Procure ter alguém em casa para ajudar nas tarefas cotidianas (um familiar,
acompanhante ou enfermeira)
• Evite o uso de perfumes fortes ou spray para cabelo
• Fique longe da fumaça do cigarro, de locais com muita poluição e da poeira
doméstica
• Tome banho sentado. Ao sair do chuveiro, use um roupão atoalhado, para poupar
o trabalho de se enxugar
• Escove os dentes, penteie-se e faça a barba sentado, com os braços apoiados na
pia
• Procure ter uma alimentação saudável, com frutas, vegetais, grãos e proteínas,
evitando alimentos que fermentem e “estufem” o abdômen
• Beba bastante líquido, principalmente nos dias mais secos
• Respeite seu ritmo. Ande devagar e faça as coisas com calma. Quanto menos
nervosismo, mais fáceis serão as tarefas
Tratamento
Medicamentos
Atividade física supervisionada
Oxigenoterapia
(sessões de oxigenação) (Estado de Minas, 30/05/3009)
O triste diagnóstico de Belo Horizonte:
"BH tem quase o dobro da média nacional de
adultos que fumam mais de um maço por dia.
De acordo com pesquisa feita pelo Estudo
Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico (Vigitel), o percentual de pessoas adultas que fumam um
maço de cigarros ou mais por dia, em Belo Horizonte, é de 8%, ou seja, quase
o dobro da média nacional, que é de 4,5%. Pneumologista da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), Júlio Abreu alerta os fumantes sobre o
aparecimento de diversas doenças respiratórias, como a doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC). 'A informação que temos é de um inquérito
telefônico realizado pelo Ministério da Saúde, no qual o Vigitel constatou
que, em BH, dos indivíduos acima de 18 anos, 19,3% são fumantes, em
contraste com Maceió (AL), onde o índice é de apenas, 9,8%. Porém, em Porto
Alegre (RS), este número sobe para 19,5% e, em São Paulo, para 21%',
comenta.
A DPOC é causada pela inalação de substâncias
tóxicas, principalmente as do cigarro. Ela afeta adultos,
especialmente a partir dos 40 anos, e requer tratamento específico para
controlar os sintomas, como tosse, pigarro e falta de ar progressiva. De
acordo com projeções apresentadas no Consenso Brasileiro de DPOC, a
doença afeta atualmente cerca de sete milhões de brasileiros.
Considerado a principal causa da DPOC, o
tabagismo é responsável por 90% dos casos diagnosticados. 'A
função do pulmão se reduz com a idade, ocasionando perda de volume do órgão
a partir dos 25 anos. No paciente sensível aos efeitos do tabaco e que
evolui com DPOC, essa perda é muito mais acelerada. Além do fumo, alguns
outros fatores predispõem à doença, como a exposição à poluição,
combustíveis domiciliares (carvão e lenha, por exemplo) e produtos
industriais, além de fatores genéticos', alerta Júlio Abreu.
Por ser progressiva, a DPOC pode se manifestar
mesmo depois de o indivíduo ter abandonado tabagismo. 'Ela destrói
lentamente o pulmão do paciente e os sintomas só são percebidos a longo
prazo. Fumantes que abandonarem o hábito podem retardar a taxa de
declínio da função pulmonar, mas a que já foi perdida não será recuperada.
Por isso, os ex-fumante também precisa ficar atento aos sintomas e incluir a
consulta ao pneumologista em seu checape anual', adverte.
Júlio Abreu ressalta que o tabagismo é
responsável direto pelo desenvolvimento da DPOC e de várias outras doenças.
'Cerca de 30% de todos os cânceres estão relacionados ao cigarro, entre eles
o de pulmão, boca, laringe, faringe, estômago, pâncreas, rim, bexiga e colo
de útero. O cigarro é responsável ainda por uma maior incidência de
doenças coronarianas, derrame cerebral (AVC), distúrbios da circulação,
impotência, úlceras gástricas, infecções respiratórias, osteoporose e
problemas bucais, entre outros', observa o pneumologista.
Ele destaca que, apesar da alta prevalência, a
DPOC costuma ser subestimada e subdiagnosticada, mesmo quando os sintomas
são bem definidos. 'Por ser progressiva, muitas vezes os primeiros sinais da
doença são ignorados, o que leva a um diagnóstico tardio, quando a
capacidade pulmonar do paciente já está comprometida. para mudar esse
quadro, é preciso estar atentos aos sintomas e incluir a consulta com o
pneumologista como rotina do checape anual a partir dos 40 anos'.
A DPOC pode se manifestar também em ex-fumantes.
Quem abandonou o hábito precisa ficar atento aos sintomas e procurar um
pneumologista para realizar exames preventivos a partir dos 40 anos. 'Não
existe certeza quanto à possibilidade de o chamado fumo passivo provocar a
doença'."
(Fonte: Estado de Minas, 31/05/2009.
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