A Bíblia fala da
volta de Jesus Cristo precedida de quedas das
estrelas. Os adventistas do sétimo dia afirmam que esse fenômeno ocorreu em 1833
e 1866. Todavia, o conhecimento cosmológico atual já nos permite entender que a
aparente queda de milhares de estrelas não passou de fragmentos do cometa Tempel
Tuttle que se inflamaram em contato com a atmosfera terrestre.
O evangelho de Mateus refere-se a Jesus informando os sinais que precederiam a sua
volta: “Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não
dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus
serão abalados.” (Mateus, 24: 29). E, aos olhos de João, em sua visão do futuro
do mundo, “as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira quando abalada
por vento forte lança seus figos verdes.” (Apocalipse, 6:13).
Mas o fenômeno mais comentado foi a queda de estrelas, que seria o último sinal
a anteceder a volta do salvador.
“‘Na noite de 12-13 de novembro de 1833, uma tempestade de estrelas cadentes
irrompeu sobre a Terra. A América do Norte recebeu o maior impacto deste
chuveiro de estrelas. Desde o Golfo do México até Halifax, até que a luz do dia
pusesse fim à exibição, o céu ficou assinalado em cada direção com riscos
brilhantes e iluminados com majestosas bolas de fogo’- Agnes M. Clerk, History
of Astronomy in the Nineteenth Century, p. 328.
‘Provalvelmente o mais notável de todos os chuveiros meteorológicos que já
ocorreram na Terra tenha sido o de Leonids [na noite seguinte] de 12 de novembro
de 1833. Algumas estações meteorológicas estimaram em pelo menos 200.000 por
hora durante cinco ou seis horas’ - C. A. Young, Manual of Astronomy, p. 469.
Outra grande exibição de estrelas cadentes ocorreu no Velho Mundo em 1866.
...Mas a ciência, que dissipa tantos temores e prova tanta coisa aparente,
ilusória, e nada mais, neste caso não o fez’. - London Times, 15 de novembro
(Quinta-feira) de 1866.” (Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, págs. 84 e
85).
Não poderia haver fatos mais
convincente para quem esperava o retorno do Cristo
no Século XIX. Hoje, entretanto, a visão dos fenômenos, dado o avanço dos
observatórios astronômicos, já é bastante diferente.
A ciência do Século XIX, na verdade, não estava capacitada para explicar que as
aparentes estrelas que caíram do firmamento eram simples fragmentos do Cometa
Tempel Tuttle, que se inflamam no choque com a atmosfera terrestre.
Como o cometa passa a cada 33 anos, em 1998 o mistério ficou bem esclarecido:
“Quem viu se encantou, quem não viu talvez não veja mais. O dilúvio de estrelas
cadentes que deixou gente de nariz para cima e olho arregalado em novembro pode
não se repetir nos próximos anos. Tudo porque Júpiter está desviando o cometa Tempel Tuttle, a fonte dos fragmentos que iluminaram o céu no dia 17 de novembro
... ‘O Tuttle deve passar cada vez mais longe de nós’, disse à SUPER Daniel
Green, da Universidade Harvard.” (Superinteressante, dezembro de 1998, pág, 10).
“Dezembro de 1997
O Tempel Tuttle se aproximou da Terra e do Sol, como acontece a cada 33 anos”
“Fevereiro de 1998
Feito de gelo e poeira, ele se desmanchou sob o calor e deixou um rastro de
grãos de pó.
Novembro de 1998
A terra atravessou os resíduos, que se queimaram no choque com o ar. Foi um
show.” (Idem, pág. 11).
Não resta dúvida de que, “como acontece a cada 33 anos”, a Terra atravessou os
resíduos do cometa em 1833 e 1866, resultando no maravilhoso espetáculo,
extremamente mais intenso do que o de 1998, uma vez que o cometa está passando
‘cada vez mais longe de nós’.
As estrelas do céu não caíram pela a terra como sonhou João (Apoc. 6:13)
e não
cairão como escrito em Mateus 24: 29, como
pensaram os adventistas. Tal fenômeno, dada a proporção entre a terra e as
estrelas, seria comparável a colocar um mosquito no espaço e lançar sobre ele
todos os elefantes do mundo (João de Freitas Pereira, 1999, em
A Arriscada Pretensão de saber o Futuro, A Farsa da Previsão do Futuro,
2015, pgs. 131-134)