ISRAEL DECIDE DESOCUPAR A FAIXA DE GAZA

 

Plano de retirada unilateral de Israel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Plano de retirada unilateral de Israel (em hebraico: תוכנית ההנתקות ou תכנית ההתנתקות, translit. Tokhnit HaHinatkut ou Tokhnit HaHitnatkut), oficialmente, "Lei de Implementação do Plano de Retirada", foi uma proposta do primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon, adoptada pelo governo e decretado em Agosto 2005, para remoção de toda presença permanente de Israel da Faixa de Gaza e de quatro colônias no norte da Cisjordânia. Israel ocupou a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e a Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, promoveu o assentamento de centenas de milhares de judeus nos territórios ocupados.

O Plano de Sharon provocou viva controvérsia em Israel, desde quando foi proposto, em 2004. A primeira versão, submetida a plebiscito interno no Likud (o partido de Sharon, à época), foi rejeitada, sendo então reformulada, antes de passar pelo parlamento (Knesset).

Embora a retirada tenha sido vista, a princípio, como uma vitória da resistência palestina contra a ocupação israelense, alguns analistas consideram a desocupação da Faixa de Gaza como um movimento estratégico de Israel, visando manter o controle da Cisjordânia e evitar que eventuais ataques aéreos israelenses a Gaza - tais como efetivamente ocorreram depois, durante a Operação Chumbo Fundido, a Operação Pilar Defensivo e a Operação Margem Protetora - pudessem atingir assentamentos judeus e cidadãos israelenses.[1]

...

 

Retirada

A 8 de Abril de 2005, o ministro da Defesa Shaul Mofaz disse que Israel deveria considerar não demolir os edifícios evacuados na faixa de Gaza, à excecpção das sinagogas (devido aos medos da sua potencial dessagração), uma vez que tal seria mais caro e demoraria mais tempo. Isto contrastava com o plano original do primeiro ministro para demolir todos os edifícios deixados vagos.

A 9 de Maio o começo da retirada das colônias foi adiado oficialmente de 20 de Julho para 15 de Agosto, para não coincidir com os feriados judaicos das Três Semanas e do Tisha B'Av, que tradicionalmente assinalam angústia e destruição.

A 13 de Julho Sharon assinou a ordem do fecho de Gush Katif, fazendo da área uma zona militar fechada. Desse momento em diante, somente os residentes que apresentaram bilhete de identidade israeliano com a sua morada registada em Gush Katif foram autorizados a entrar. Licenças por 24-48 horas foram dadas a visitantes selectos durante algumas semanas antes que a toda a área fosse selada completamente aos não residentes. Apesar desta proibição, alguns apoiantes do Gush Katif entraram a pé através dos campos e do deserto. As estimativas variam entre algumas centenas e alguns milhares de pessoas que entraram ilegalmente neste período. A certa altura, Sharon considerou enviar a polícia de fronteiras (Magav) para remover os não residentes, mas decidiu não o fazer pois o número de agentes necessário seria demasiado grande.

À meia-noite entre agosto 14 e agosto 15, a passagem de Kissufim foi vedada e a Faixa de Gaza tornou-se oficialmente fechada à entrada de cidadãos de Israel. A retirada pacífica continuou após a meia-noite de 17 de Agosto, para os colonos, que pediram uma extensão do tempo para embalar as suas coisas.

A 17 de Agosto a primeira retirada forçada de colonos, conforme o Plano, começou. Aproximadamente 14.000 soldados e policiais de Israel prepararam-se para retirar colonos e "mistanenim" (infiltrados). Houve cenas de tropas que arrastaram colonos aos gritos das casas e das sinagogas, mas com menos violência do que esperado.[12] Alguns manifestantes cantavam "judeu não expulsa judeu" ("יהודי לא מגרש יהודי") ao protestar contra a acção das tropas.

A 19 de Agosto o The Guardian relatou que alguns colonos faziam os seus filhos sair de casa com as mãos para o ar ou usando uma estrela de David na lapela, para associar as acções de Israel com as da Alemanha Nazi e com o Holocausto.[13]

A 22 de Agosto, o assentamento de Netzarim foi evacuado pacificamente. Isto marcou oficialmente o fim da presença israelita na Faixa de Gaza ao fim de 38 anos, embora os grupos de demolição continuassem lá a trabalhar, e a transferência oficial de poderes estivesse programada para ocorrer semanas mais tarde.

A data para a retirada oficial da Faixa de Gaza foi anunciada para entre 10 e 20 de Setembro. A 7 de Setembro o Exército de Israel anunciou que planeava avançar com a retirada total da Faixa de Gaza a 12 de Setembro, dependendo da aprovação do governo, o que efetivamente aconteceu em 11 de setembro.[14] Anunciou-se também que, na área evacuada na Cisjordânia, todo o controlo (excluindo licenças de construção e anti-terrorismo) seria transferido à AP (Autoridade Palestiniana) - a área permaneceria "Área C" (controlo total israelita) de jure, mas "Área A" (controlo total da AP) de facto.

A 11 de Setembro, teve lugar uma cerimonia quando a última bandeira israeliana na Faixa de Gaza foi arreada, no Quartel General divisional do Exército de Israel, e todos os soldados saíram da Faixa nas horas seguintes. A passagem de Kissufim foi fechada ao início da manhã de 12 de Setembro. marcando a conclusão da retirada dos assentamentos judeus em Gaza.[15] Tropas do Egito começaram a se posicionar ao longo da fronteira entre o país e a Faixa de Gaza, como parte do plano de retirada israelense. Egito e Israel haviam combinado que 750 soldados egípcios assumiriam o controle da fronteira para tentar conter o suposto contrabando de armas por palestinos na região. O trânsito de palestinos a partir da Faixa de Gaza para o Egito foi proibido durante seis meses - uma medida que Israel disse ser temporária, mas que os palestinos temiam ser definitiva.[16]

...

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_de_retirada_unilateral_de_Israel>

 

QUESTÃO PALESTINA

 

Ver mais  RELACIONAMENTO RELIGIOSO

 

..

.