ISRAEL DECIDE DESOCUPAR A FAIXA DE
GAZA
Plano de retirada unilateral de Israel
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O Plano de retirada unilateral de Israel (em hebraico: תוכנית ההנתקות ou תכנית
ההתנתקות, translit. Tokhnit HaHinatkut ou Tokhnit HaHitnatkut), oficialmente,
"Lei de Implementação do Plano de Retirada", foi uma proposta do primeiro
ministro de Israel, Ariel Sharon, adoptada pelo governo e decretado em Agosto
2005, para remoção de toda presença permanente de Israel da Faixa de Gaza e de
quatro colônias no norte da Cisjordânia. Israel ocupou a Faixa de Gaza,
Jerusalém Oriental e a Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Desde então, promoveu o assentamento de centenas de milhares de judeus nos
territórios ocupados.
O Plano de Sharon provocou viva controvérsia em Israel, desde quando foi
proposto, em 2004. A primeira versão, submetida a plebiscito interno no Likud (o
partido de Sharon, à época), foi rejeitada, sendo então reformulada, antes de
passar pelo parlamento (Knesset).
Embora a retirada tenha sido vista, a princípio, como uma vitória da resistência
palestina contra a ocupação israelense, alguns analistas consideram a
desocupação da Faixa de Gaza como um movimento estratégico de Israel, visando
manter o controle da Cisjordânia e evitar que eventuais ataques aéreos
israelenses a Gaza - tais como efetivamente ocorreram depois, durante a Operação
Chumbo Fundido, a Operação Pilar Defensivo e a Operação Margem Protetora -
pudessem atingir assentamentos judeus e cidadãos israelenses.[1]
...
Retirada
A 8 de Abril de 2005, o ministro da Defesa Shaul Mofaz disse que Israel deveria
considerar não demolir os edifícios evacuados na faixa de Gaza, à excecpção das
sinagogas (devido aos medos da sua potencial dessagração), uma vez que tal seria
mais caro e demoraria mais tempo. Isto contrastava com o plano original do
primeiro ministro para demolir todos os edifícios deixados vagos.
A 9 de Maio o começo da retirada das colônias foi adiado oficialmente de 20 de
Julho para 15 de Agosto, para não coincidir com os feriados judaicos das Três
Semanas e do Tisha B'Av, que tradicionalmente assinalam angústia e destruição.
A 13 de Julho Sharon assinou a ordem do fecho de Gush Katif, fazendo da área uma
zona militar fechada. Desse momento em diante, somente os residentes que
apresentaram bilhete de identidade israeliano com a sua morada registada em Gush
Katif foram autorizados a entrar. Licenças por 24-48 horas foram dadas a
visitantes selectos durante algumas semanas antes que a toda a área fosse selada
completamente aos não residentes. Apesar desta proibição, alguns apoiantes do
Gush Katif entraram a pé através dos campos e do deserto. As estimativas variam
entre algumas centenas e alguns milhares de pessoas que entraram ilegalmente
neste período. A certa altura, Sharon considerou enviar a polícia de fronteiras
(Magav) para remover os não residentes, mas decidiu não o fazer pois o número de
agentes necessário seria demasiado grande.
À meia-noite entre agosto 14 e agosto 15, a passagem de Kissufim foi vedada e a
Faixa de Gaza tornou-se oficialmente fechada à entrada de cidadãos de Israel. A
retirada pacífica continuou após a meia-noite de 17 de Agosto, para os colonos,
que pediram uma extensão do tempo para embalar as suas coisas.
A 17 de Agosto a primeira retirada forçada de colonos, conforme o Plano,
começou. Aproximadamente 14.000 soldados e policiais de Israel prepararam-se
para retirar colonos e "mistanenim" (infiltrados). Houve cenas de tropas que
arrastaram colonos aos gritos das casas e das sinagogas, mas com menos violência
do que esperado.[12] Alguns manifestantes cantavam "judeu não expulsa judeu"
("יהודי לא מגרש יהודי") ao protestar contra a acção das tropas.
A 19 de Agosto o The Guardian relatou que alguns colonos faziam os seus filhos
sair de casa com as mãos para o ar ou usando uma estrela de David na lapela,
para associar as acções de Israel com as da Alemanha Nazi e com o
Holocausto.[13]
A 22 de Agosto, o assentamento de Netzarim foi evacuado pacificamente. Isto
marcou oficialmente o fim da presença israelita na Faixa de Gaza ao fim de 38
anos, embora os grupos de demolição continuassem lá a trabalhar, e a
transferência oficial de poderes estivesse programada para ocorrer semanas mais
tarde.
A data para a retirada oficial da Faixa de Gaza foi anunciada para entre 10 e 20
de Setembro. A 7 de Setembro o Exército de Israel anunciou que planeava avançar
com a retirada total da Faixa de Gaza a 12 de Setembro, dependendo da aprovação
do governo, o que efetivamente aconteceu em 11 de setembro.[14] Anunciou-se
também que, na área evacuada na Cisjordânia, todo o controlo (excluindo licenças
de construção e anti-terrorismo) seria transferido à AP (Autoridade
Palestiniana) - a área permaneceria "Área C" (controlo total israelita) de jure,
mas "Área A" (controlo total da AP) de facto.
A 11 de Setembro, teve lugar uma cerimonia quando a última bandeira israeliana
na Faixa de Gaza foi arreada, no Quartel General divisional do Exército de
Israel, e todos os soldados saíram da Faixa nas horas seguintes. A passagem de
Kissufim foi fechada ao início da manhã de 12 de Setembro. marcando a conclusão
da retirada dos assentamentos judeus em Gaza.[15] Tropas do Egito começaram a se
posicionar ao longo da fronteira entre o país e a Faixa de Gaza, como parte do
plano de retirada israelense. Egito e Israel haviam combinado que 750 soldados
egípcios assumiriam o controle da fronteira para tentar conter o suposto
contrabando de armas por palestinos na região. O trânsito de palestinos a partir
da Faixa de Gaza para o Egito foi proibido durante seis meses - uma medida que
Israel disse ser temporária, mas que os palestinos temiam ser definitiva.[16]
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<https://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_de_retirada_unilateral_de_Israel>
QUESTÃO PALESTINA
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