Deus é perfeito, justo e bom – afirmam os cristãos. Mas a
Bíblia afirma que ele faz coisas muito estranhas para se enquadrarem em termos
de justiça.
VINGA A MALDADE DOS PAIS NOS FILHOS
"...porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade
dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam..." (Deuteronômio, 5: 9).
Vingar dos pais nos filhos. Ellen Gould White, com sua grande
habilidade de adaptação das afirmações bíblicas, escreveu:
"É inevitável que os filhos sofram as conseqüências das más ações dos
pais, mas não são castigados pela culpa deles, a não ser que participem
de seus pecados. Dá-se, entretanto, em geral o caso de os filhos andarem
nas pegadas de seus pais. Por herança e exemplo, os filhos se tornam
participantes do pecado do pai. Más tendências, apetites pervertidos e
moral vil, assim como enfermidades físicas e degeneração, são
transmitidos como um legado de pai a filho, até a terceira e quarta
geração. Esta terrível verdade deveria ter uma força solene para
restringir os homens de seguirem uma conduta de pecado". (Patriarcas e
Profetas, p. 312).
Todavia, o registro de I Reis 11:34, 35 confirma a literalidade do
segundo mandamento e refuta o argumento de E. G. White: "Todavia não
tomarei da sua mão o reino todo; mas deixá-lo-ei governar por todos
os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem escolhi, o
qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos. Mas da mão de
seu filho tomarei o reino e to darei a ti, isto é, as dez tribos".
Jeová estaria vingando a idolatria de Salomão no seu filho, nos
termos do segundo mandamento.
A justiça divina segundo os hebreus teria sido executada também
sobre Canaã por causa do desrespeito de seu pai, Cão, pela
palavra de Noé (Gênesis, 9: 20-27). O filho, que nada
tinha feito, foi amaldiçoado, e toda a sua descendência, pela
maldade do pai.
Resquício dessa justiça primitiva chegou até quase os nossos
dias, atingindo os filhos e netos de Tiradentes. Seu
julgador sentenciou: "declaram o réu infame, e seus filhos e
netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e
Câmara Real". Foi mais clemente do que o deus de Israel, injustiçando apenas os filhos e netos. Felizmente nossa
atual Constituição, de modo diverso, afirma: "Nenhuma pena
passará da pessoa do condenado".
O estranho comportamento de Jeová constante do segundo
mandamento claramente reflete a concepção tacanha de
justiça da civilização hebraica da idade clássica. Ver
O HOMEM CRIOU DEUS À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.
CONDUZ OS HOMENS À PRÁTICA DO MAL PARA DEPOIS
CASTIGÁ-LOS
“Disse ainda o Senhor a Moisés: Quando voltares ao
Egito, vê que faças diante de Faraó todas as
maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu
endurecerei o seu coração, e ele não deixará ir o
povo” (Êxodo, 4: 21).
“Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo
de Deus. No entanto o coração de Faraó se
endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha
dito. (Êxodo, 8: 19). “Mas o Senhor endureceu
o coração de Faraó, e este não os ouviu, como o
Senhor tinha dito a Moisés” (Êxodo, 9: 12)..
Aí está agindo o deus sádico. Não era o faraó
que queria fazer a maldade, mas o deus dos
hebreus que fez com que ele perpetrasse o mal.
“Mas Siom, rei de Hesbom, não nos quis
deixar passar por sua terra, porquanto o
Senhor teu Deus lhe endurecera o espírito, e
lhe fizera obstinado o coração, para to
entregar nas mãos, como hoje se vê”
(Deuteronômio: 2: 30) Mais um que se
comportou mal pela vontade do deus que lhe
desejou a desgraça.
“Porquanto do Senhor veio o
endurecimento dos seus corações para
saírem à guerra contra Israel, a fim de
que fossem destruídos totalmente, e não
achassem piedade alguma, mas fossem
exterminados, como o Senhor tinha
ordenado a Moisés” (Josué, 11: 20). Mais
uma vez, o mal procedente da vontade do
todo-poderoso, que cria “o mal”.
“Naquele tempo falou Jesus, dizendo:
Graças te dou, ó Pai, Senhor do
céu e da terra, porque
ocultaste
estas coisas aos sábios e
entendidos, e as revelaste aos
pequeninos” (Mateus, 11: 25).
Mais uma vez, vemos o deus
conduzindo os fatos em prejuízo de
alguém. Os sábios teriam
rejeitado a mensagem de Jesus, não
por serem maus, mas por serem
impedidos de entender pelo deus
perfeito dos judeus e cristãos.
E no Novo Testamento, a coisa é
ainda pior. No antigo,
você só era assassinado, no novo
você é torturado eternamente. Se você não
acreditar nessas barbaridades,
você está fadado a ficar por
toda a eternidade ardendo nas chamas do Inferno:
"quem não
crer será condenado"
(Marcos, 16:16).
E, mesmo que creia, para isso,
basta você ser rico.
Os versículos acima apresenta um
deus conforme a segunda
alternativa de Epicuro.
Pode
impedir o mal e “não quer”, ou
seja, é “perverso”. Ninguém
tem culpa do mal que faz, porque
é Deus que quer assim. Ele se
compraz em endurecer os corações
dos homens, para depois
castigá-los. E ele próprio é que
faz com que os homens não o
reconheçam e não o aceitem.
Isso é o que diz a palavra que
os crentes chamam de "palavra de
Deus".
Se esse deus existisse mesmo,
seria muito assustador, terrível.