LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO
22/10/2012 20:33
Proposta regulamenta atividade de profissionais do sexo
Beto Oliveira
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Jean Wyllys: "atualmente, não há distinção entre prostituição e exploração
sexual". |
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 4211/12, do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ),
que regulamenta a atividade dos profissionais do sexo. Segundo o deputado, o
projeto garantirá a esses profissionais o acesso à saúde, ao direito do
trabalho, à segurança pública e, principalmente, à dignidade humana, tirando a
profissão da marginalidade.
De acordo com a proposta, considera-se profissional do sexo toda pessoa capaz e
maior de 18 anos que, voluntariamente, presta serviços sexuais mediante
remuneração. O pagamento pela prestação dos serviços será exigível juridicamente
a quem os contratou.
Os profissionais do sexo, segundo o projeto, poderão atuar de forma autônoma ou
em cooperativa e terão direito a aposentadoria especial com 25 anos de serviço.
A Lei de Benefícios da Previdência (8.213/91) garante aposentadoria especial
para os segurados com trabalho sujeito a condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física.
O autor da proposta lembra que a prostituição remonta à antiguidade e perdura,
mesmo sofrendo exclusão normativa e condenação moral. “É de um moralismo
superficial causador de injustiças a negação de direitos aos profissionais cuja
existência nunca deixou de ser fomentada pela própria sociedade que a condena”,
diz o parlamentar.
Prostituição x exploração sexual
O texto veda a exploração sexual, definida como a apropriação por terceiros de
mais de 50% do rendimento da prostituição; o não pagamento pelo serviço
prestado; ou a prática da prostituição forçada por violência ou grave ameaça.
A proposta altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) para diferenciar a
prostituição da exploração sexual. Segundo o Código Penal, é crime o
favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, com pena de
dois a cinco anos de reclusão e multa. Também é crime manter, por conta própria
ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual.
De acordo com Jean Wyllys, a regularização da profissão do sexo é um instrumento
eficaz para combater a exploração sexual, pois possibilitará a fiscalização em
casas de prostituição e o controle do Estado sobre o serviço.
“Impor a marginalização do segmento da sociedade que lida com o comércio do sexo
é permitir que a exploração sexual aconteça, pois, atualmente, não há distinção
entre a prostituição e a exploração sexual”, argumenta o parlamentar.
Um relatório oficial do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids),
citado por Jean Wyllys, concluiu que as leis punitivas e as práticas
discriminatórias de muitos países contra populações com maior risco de contágio
de HIV, como profissionais do sexo, prejudicam o progresso contra o vírus.
Homenagem
O deputado sugere que a norma, caso transformada em lei, homenageie Gabriela
Leite, prostituta e militante dos direitos dos profissionais do sexo desde 1979.
Gabriela Leite fundou a organização não governamental (ONG) Davida, que tem como
missão o fomento de políticas públicas para fortalecer a cidadania das
prostitutas; a mobilização, a organização e a promoção dos direitos da
categoria. A ONG criou a grife Daspu, para “driblar a dificuldade de
financiamento para iniciativas de trabalho alternativo por parte das
profissionais do sexo”.
Tramitação
A proposta será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e
Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; e pelo Plenário.
http://www2.camara.leg.br/agencia-app/noticiaComentario?ideNoticia=428344
A proposta é um
grande progresso. Mas é meio difícil ser transformada em lei, pois parece
que a oposição a ela é tão grande, que até os comentários a seu favor são
excluídos da publicação.
Olhei uma página
inteira de comentários, os que não eram totalmente contra, no mínimo, lançavam
questionamentos.
Coloquei um
comentário a favor da proposta. Deu a mensagem de que o comentário fora
enviado com sucesso.
No dia seguinte,
fui verificar, o meu comentário não estava na página.
Parece haver
alguém no controle para divulgar somente os comentários que contrariam a
proposta.
Ver mais DIREITO