O Dia
Internacional para a Tolerância foi instituído pela ONU como sendo o dia 16 de
Novembro de cada ano, em reconhecimento à Declaração de Paris, assinada no dia
12 deste mês, em 1995, tendo 185 Estados como signatários. Foi instituído pela
Resolução 51/95 da UNESCO.
Princípios da Declaração de Paris e efeitos
A Declaração da ONU fez parte do evento sobre o esforço internacional do Ano das
Nações Unidas para a Tolerância. Nela os estados participantes reafirmaram a "fé
nos Direitos Humanos fundamentais" e ainda na dignidade e valor da pessoa
humana, além de poupar sucessivas gerações das guerras por questões culturais,
para tanto devendo ser incentivada a prática da tolerância, a convivência
pacífica entre os povos vizinhos.
Foi então evocado o dia 16 de Novembro, quando da assinatura da constituição da
UNESCO em 1945. Remetia, ainda, à Declaração Universal dos Direitos Humanos que
afirma:
Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião
(Artigo 18);
Todos têm direito à liberdade de opinião e expressão (Artigo 19)
A educação deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações, grupos raciais e religiosos (Artigo 26).
MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA
ONU
KOFI ANNAN,
POR OCASIÃO DO
DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA
16 de Novembro de 2006
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC
A Os últimos anos têm sido marcados por um acentuado aumento da intolerância,
extremismo e violência em todo o mundo. Esta inquietante tendência é estimulada,
em parte, pela crescente tendência para definir as diferenças em termos de
identidade e não em termos de opiniões ou de interesses.
Em conseqüência disso, indivíduos e comunidades inteiras são atacados e alvo de
violência, simplesmente devido à sua origem étnica, religião, nacionalidade ou
outra. Essas ameaças, que vão desde o genocídio em grande escala até humilhações
provocadas pela intolerância diária, deveriam ser um motivo de preocupação para
todos. Cada um de nós deve esforçar-se por defender os princípios da tolerância,
do pluralismo, do respeito mútuo e da coexistência pacífica. Devemos estar
dispostos a corrigir estereótipos e preconceitos e a defender as vítimas de
discriminação.
O combate à intolerância passa, em parte, por garantias jurídicas. O direito à
liberdade de culto e o direito à não-discriminação por motivos religiosos estão
há muito consagrados no direito internacional e muitos países incorporaram-nos
na sua legislação nacional.
Mas o direito é apenas um ponto de partida. Toda e qualquer estratégia destinada
a facilitar o entendimento deve assentar na educação. Há que aprender a conhecer
as diferentes religiões, tradições e culturas, para que os mitos e distorções
possam ser vistos como aquilo que são. Devemos criar oportunidades para os
jovens, oferecendo-lhes uma alternativa credível ao canto da sereia do ódio e do
extremismo. E é preciso que, ao mesmo tempo que protegemos a liberdade de
expressão, nos esforcemos para impedir que os meios de comunicação sejam usados
para propagar o ódio e humilhar as pessoas.
Nada disto acontecerá se personalidades influentes e instituições públicas não
chamarem a si essa tarefa. Pelo seu lado, a ONU, que realiza, desde há muito,
uma série de atividades de promoção e proteção dos direitos humanos, instituiu
uma “Aliança de Civilizações”, destinada a atenuar as divergências e a superar
os preconceitos e a polarização que constituem uma ameaça potencial à paz
mundial.
Mas às iniciativas públicas devem somar-se esforços individuais. Assim, neste
Dia Internacional da Tolerância, reafirmemos que a diversidade – de idéias, de
convicções e de maneiras de agir -- é um dom precioso e não uma ameaça e
procuremos construir comunidades mais tolerantes, imbuídas desse ideal.
16 de Novembro de 2005
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC
A condição humana caracterizou-se sempre pela diversidade. No entanto,
lamentavelmente, a aceitação dessa diversidade por parte da humanidade tem sido
difícil. A intolerância em relação ao “outro” continua a causar, dia após dia,
grande sofrimento.
Por esta razão, a luta contra a intolerância sob todas as suas formas constitui,
desde há 60 anos, um aspecto fundamental das atividades das Nações Unidas. Mas
nunca na história da Organização a tolerância foi tão necessária como hoje. Num
mundo marcado por uma concorrência econômica intensa, por movimentos de
população e pelas distâncias cada vez mais pequenas, viver com pessoas de
culturas e crenças diferentes cria tensões bastante reais. A escalada da
xenofobia e do extremismo em todo o mundo prova-o de uma maneira evidente e
exige de nós uma reação enérgica.
A criação de uma cultura de tolerância constitui um primeiro passo importante.
Uma tal cultura deve assentar no reforço da proteção jurídica e da educação. Mas
a iniciativa individual também é necessária. A tolerância não pode significar
uma aceitação passiva das supostas peculiaridades dos outros. Exige de todos nós
um esforço ativo no sentido de nos conhecermos melhor, de compreendermos a
origem das nossas diferenças e de descobrirmos o que há de melhor nas crenças e
tradições dos outros. Só por meio deste processo de descoberta poderemos
compreender que o que nos une como seres humanos é muito mais forte do que
aquilo que nos separa.
Se quisermos conseguir a paz neste século recém-iniciado, devemos começar por
nos respeitar mutuamente desde hoje, reconhecendo que cada um de nós tem o
direito de definir a sua identidade e de adotar a crença e a cultura que
desejar, compreendendo que podemos amar o que somos sem odiar o que não somos.
No documento final da recente Cúpula Mundial das Nações Unidas, os governos de
todos os países declararam: “reconhecemos que todas as culturas e civilizações
contribuem para o enriquecimento da humanidade. Consideramos também que é
importante compreender e respeitar a diversidade religiosa e cultural em todo o
mundo. Para promover a paz e a segurança internacionais, comprometemo-nos a...
incentivar a tolerância, o respeito, o diálogo e a cooperação entre as
diferentes culturas, civilizações e populações”.
Neste Dia Internacional da Tolerância, comprometamo-nos a tornar realidade estas
palavras, celebrando a nossa diversidade, aprendendo com as nossas diferenças e
utilizando-as para fortalecer os laços que nos unem como seres humanos.
16 de Novembro de 2004
Rádio das Nações Unidas
Perante a ascensão de todo o tipo de fanatismos, que exploram a ignorância e o
medo do outro, a melhor resposta consiste em cultivar a tolerância.
Nenhuma sociedade pode se desenvolver, se não promover esta virtude básica. A
tolerância é uma condição essencial da paz, da democracia e do desenvolvimento
sustentável. Os dirigentes mundiais reconheceram-no quando, ao aprovar a
Declaração do Milênio, em 2000, consideraram a tolerância como um dos valores
fundamentais em que se deveriam basear as relações internacionais, no século
XXI. É por isso também que a tolerância está, desde sempre, no centro da ação
das Nações Unidas.
Num mundo caracterizado pela crescente interdependência, as sociedades são cada
vez mais multiculturais e cada vez mais numerosas as pessoas que são um produto
de diversas culturas. Mas, para além das nossas diferenças, todos aspiramos às
mesmas coisas: ter uma vida digna e legar aos nossos filhos um mundo onde possam
viver livres, ao abrigo das carências e do medo. Para que esta esperança se
torne realidade, é preciso que pratiquemos a tolerância e aprendamos a viver
melhor juntos.
A tolerância a que aspiramos não é nem uma demissão nem significa indiferença.
Pelo contrário, significa um compromisso ativo a favor dos direitos humanos e
das liberdades fundamentais, assente no reconhecimento constante de que o que
nos une é mais forte do que aquilo que nos separa, e a adesão a uma ética de
responsabilidade para consigo próprio e para com os outros.
Neste Dia Internacional da Tolerância, apelo a todas as pessoas para que
transformem o ideal político e moral da tolerância num princípio de ação que
guie o seu trabalho e a sua vida.
DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA
16 de Novembro de 2003
Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal
Um dos maiores desafios que se apresentam hoje à comunidade internacional é
libertar o mundo da intolerância, um flagelo cujos efeitos podem ser mortíferos,
como a história da humanidade demonstrou demasiadas vezes. Numa altura em que a
transformação das nossas sociedades -- sob o efeito da globalização, da migração
e de uma mobilidade sem precedentes -- continua a levantar questões fundamentais
sobre a capacidade de viver em comum, a ignorância e o medo do "outro" continuam
a ser explorados para atiçar o ódio e justificar a exclusão. Como não existe
nenhum lugar no mundo que não se caracterize pela diversidade, o recrudescimento
da intolerância representa uma ameaça universal para a democracia, a paz e a
segurança.
É por esse motivo que, mais de cinqüenta anos depois de os signatários da Carta
das Nações Unidas terem resolvido "praticar a tolerância" e "viver em paz uns
com os outros num espírito de boa vizinhança", a tolerância continua a estar no
centro das preocupações das Nações Unidas. Nenhuma sociedade pode ser construída
e desenvolver-se cultivando a intolerância.
A tolerância é, no entanto, muito mais do que a coexistência pacífica de
culturas diferentes. É uma atitude ativa e positiva, inspirada pelo
reconhecimento e respeito aos direitos e liberdades dos outros. Significa que a
preocupação com os outros deve prevalecer sobre a indiferença e o desprezo e que
o esforço para conhecer o "outro" deve se sobrepor à ignorância, ao preconceito
cego e à discriminação. Significa o exercício vigilante de uma ética de
responsabilidade, preocupada com a integridade do ser humano e a nossa lealdade
para com uma humanidade digna desse nome. Mais do que uma virtude moral, é um
exercício racional que nos permite definir juntos, graças ao diálogo, as trocas
e a aceitação da diferença, os valores em que queremos basear a nossa
existência.
No Dia Internacional da Tolerância, prometamos ser sempre abertos aos outros,
tanto de coração como de espírito, e praticar ativamente a tolerância para que,
juntos, possamos construir o mundo mais pacífico e mais seguro a que todos os
povos aspiram.
DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA
(16 de Novembro de 2002)
Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal
O Dia Internacional da Tolerância centra a atenção do mundo numa das maiores
virtudes humanas. A tolerância não deve ser confundida com passividade,
complacência ou indiferença. A tolerância é um compromisso ativo e positivo em
relação à diversidade humana e, por conseguinte, é um princípio fundamental da
democracia nas nossas sociedades multi-étnicas e multiculturais. Contudo, a
intolerância continua a atormentar a vida de milhões de pessoas no mundo
inteiro. Já neste novo século, vimos como a intolerância pode se manifestar sob
a forma de uma violência extrema, causando inúmeras mortes e um grande
sofrimento em toda a parte. É por isso que a tolerância deve permanecer no
centro das prioridades das Nações Unidas.
A intolerância é uma característica da vida quotidiana, evidente em atos e
atitudes que ferem, devido à sua insensibilidade, aos sentimentos, direitos e
dignidade dos outros. No plano pessoal, devemos promover a causa da tolerância
na nossa vida quotidiana. Só combatendo a intolerância e a exclusão ao nível das
comunidades podemos esperar vencê-la à escala mundial.
Tal como muitas atitudes irracionais, a intolerância tem freqüentemente origem
no medo: medo do desconhecido, medo do diferente, medo do outro. Na base desses
medos estão a ignorância e a ausência de educação, que constituem um terreno
propício para o preconceito, o ódio e a discriminação. A educação é o meio mais
eficaz de prevenir a intolerância. É especialmente importante que os nossos
filhos aprendam a ser tolerantes, para que possam compreender por que razão os
direitos humanos, a dignidade do ser humano e o respeito pela diversidade humana
são inseparáveis. A própria educação não deve ser contaminada pelo vírus da
intolerância. Deve ensinar às pessoas quais são os seus direitos e liberdades
comuns, para que estes possam ser respeitados, e incutir nelas o desejo de
contribuir para que os outros possam também gozar os seus direitos e liberdades.
Para que a humanidade possa ter esperança de que os seus membros vivam juntos em
paz, devemos chegar a conhecer-nos e a aceitar-nos uns aos outros. No centro de
todos os esforços para promover a tolerância deve estar um diálogo franco, tanto
entre os indivíduos como entre as diferentes culturas e civilizações. Sem
diálogo, a diversidade cultural está ameaçada. Sem diálogo, a própria coesão da
sociedade está em perigo. Sem diálogo, não é possível a paz.
Neste Dia Internacional da Tolerância, decidamos aplicar ativamente, no plano
pessoal, os princípios que desejamos ver respeitados universalmente.
Reconheçamos que o trabalho pela tolerância começa em cada um de nós.
Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal
"Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião
(Artigo 18); Todos têm direito à liberdade de opinião e expressão (Artigo 19)
A educação deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações, grupos raciais e religiosos (Artigo 26)."
Seria muito bom ver observados esses
princípios. Entretanto, Infelizmente, há um grupo que os abomina, o dos
religiosos. Cada um quer ter o direito de impor aos outros seus pensamentos retrógrados.