A Guerra Civil do Líbano foi um
conflito no Líbano entre 1975 e 1990. A guerra multifacetada teve seus
antecedentes delineados nos conflitos políticos e compromissos firmados após o
fim da administração otomana na região.
O conflito agravou-se por causa das mudanças na composição demográfica libanesa,
do afluxo de refugiados muçulmanos palestinos entre 1948 e 1982, dos ataques
muçulmanos contra cristãos maronitas, bem como o envolvimento da Síria, de
Israel e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Depois de um
breve intervalo nos combates em 1976, devido a uma mediação da Liga Árabe - e,
conseqüentemente, uma intervenção militar síria -, persistiam conflitos entre
palestinos e libaneses, com a luta focada principalmente no sul do Líbano,
ocupado inicialmente pela OLP, e depois por Israel.
A guerra teve quatro etapas principais: de 1975 a 1977, com
enfrentamentos e
massacres entre as comunidades religiosas, e uma intervenção síria por petição
do Parlamento Libanês; entre 1977 e 1982, caracterizada por uma intervenção
israelense no sul do país mediante a Operação Litani; de 1982 a 1984, com a
invasão de Israel, a tomada de Beirute e a posterior intervenção das Nações
Unidas; e entre 1984 e 1990. Com os Acordos de Taif, firmados na Arábia Saudita,
criaram-se as condições para o final definitivo em 1990.
Durante os combates, as alianças mudavam repentinamente. Até o final da guerra,
quase todos os partidos tinham se aliado e, posteriormente, traído os outros
partidos pelo menos uma vez. A década de oitenta foi particularmente sombria: a
maior parte de Beirute foi deixada em ruínas, como resultado do massacre de Karantina realizado por milícias cristãs libanesas em 1976, dos bombardeios do
exército sírio aos bairros cristãos em 1978 e 1981 e, por fim, da invasão
israelense que expulsou a OLP do território libanês, em 1982.
Uma série de atrocidades e atos terroristas foram cometidos pelas Falanges
libanesas, por Israel e pelos grupos palestinos envolvidos no conflito - entre
as quais, o massacre de Damour onde palestinos mataram de 25 a 600 (de acordo
com diferentes fontes) habitantes cristãos da cidade ao sul de Beirute, e o
massacre de Sabra e Shatila, quando as falanges cristãs maronitas massacraram
cerca de 3 mil civis palestinos e refugiados durante três dias. A guerra se
deteriorou ainda mais em carnificina sectária.
Com a invasão do Kwait pelo Iraque em 1990, as tensões se reduziram até o final
definitivo no início da década de 1990. Forças de Israel continuaram presentes
no sul do Líbano, no que os oficiais israelenses chamavam de "zona de segurança"
(uma área-tampão supostamente para impedir ataques sobre o norte israelense),
até a retirada em 2000. Já a Síria, que controlava na prática o resto do
território libanês, não retirou suas tropas até 2005, quando foi obrigada a
abandonar o país após a pressão conjunta criada por manifestações populares
libanesas e intervenção diplomática dos Estados Unidos, da França e das Nações
Unidas, como conseqüências do assassinato de Rafik Hariri.
Mais uma vez, a religião estragando o mundo.
Como quase sempre, a fé foi o fator principal da carnificina. Religiosos
expulsos por outros religiosos atacando outros religiosos em seu novo lar,
resultando os venenosos frutos da fé. Já que são todos
adoradores do mesmo deus, imaginemos esse ser imaginário a observar lembrando
outros outros conflitos do passado:
"Eu até me arrependi uma vez de ter colocado o homem sobre a Terra. Mas hoje os
humanos me divertem muito.
"Vejam que show!:
cristãos matando judeus;
muçulmanos matando judeus;
judeus matando muçulmanos;
muçulmanos matando cristãos;
cristãos matando muçulmanos;
muçulmanos matando muçulmanos, ...
nem quero acabar com o mundo agora! Essas minhas criaturas são o maior
espetáculo!!"