
O cálculo arriscado de Bolsonaro por trás do ato de 7 de setembro em Copacabana
Leandro Prazeres
Da BBC News Brasil, em Brasília
1º setembro 2022
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“No próximo dia 7, vamos todos às 15h estarmos presentes em Copacabana quando vamos dar um grito muito forte dizendo a quem pertence essa nação e que o que queremos é transparência e liberdade“. A frase em tom de convocação foi dita pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) há pouco mais de duas semanas a uma plateia repleta de apoiadores no Rio de Janeiro.
Tradicionalmente, os presidentes da República celebram o feriado da Independência do Brasil em uma parada militar realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Neste ano, porém, Bolsonaro inovou. O presidente vem mobilizando sua militância para tomar as ruas do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, em um ato que, segundo especialistas, poderá ser o ponto alto de sua campanha à reeleição até agora.
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Por que Copacabana? Cientistas políticos e pessoas próximas ao comando da campanha do presidente apontam três fatores como os responsáveis pela celebração do 7 de setembro em uma das praias mais famosas do mundo: expectativa de apoio popular, imagens aéreas impactantes nacional e internacionalmente e suporte das Forças Armadas.
Mas eles também apontam alguns riscos: que os atos acabem afastando de Bolsonaro os eleitores indecisos — caso as manifestações sejam percebidas como ataques às instituições (como aconteceu no ano passado) ou caso ocorram episódios de violência.
<www.bbc.com/portuguese/brasil-62747326>
Bolsonaro usa 7 de Setembro para campanha eleitoral e faz críticas indiretas ao STF, apontam analistas
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quarta-feira de atos pelo bicentenário da Independência em Brasília e no Rio de Janeiro. Ele fez críticas ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que “esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida pública“. Bolsonaro evitou ataques ao Supremo Tribunal Federal, mas analistas veem tom de ameaça quando o presidente diz que trará “para dentro das quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora dela”. Falando ao lado da primeira-dama, o presidente puxou o coro de “imbrochável” para si mesmo ao comentar a importância das mulheres. Partidos políticos anunciaram que entrarão na Justiça Eleitoral contra o presidente.
<https://twitter.com/i/events/1567282746040336384>
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