|
|
|
|
COMER CARNE PROPICIOU A EVOLUÇÃO HUMANA
Estudo de Harvard causou polêmica vegana: “Se o ser humano não tivesse passado a
consumir carne, não teria evoluído”
Por Karlla Patrícia - Bióloga CRBio/RJ 96514/02-D, com Mestrado e Doutorado pela
UFRJ, Administradora do Diário de Biologia
Antes que comecem com os julgamentos avisamos que este texto não está criticando
a dieta Vegana, e sim, divulgando um artigo científico com um importante dado
sobre evolução humana. Obrigada por compreenderem.
Veganismo significa os princípios pelos quais o ser humano viva sem explorar os
animais. É a prática e busca ao fim do uso de animais para alimentação,
apropriação, trabalho, caça, vivissecção, confinamento e todos os outros usos
que envolvam exploração da vida animal. Os veganos procuram abolir qualquer
prática que explore animais, zelando pela preservação da liberdade e integridade
animal. Segundo a cultura vegana, o ser humano não necessita da carne para
“funcionar” em perfeitas condições.
Agora, pesquisadores da Universidade de Harvard publicaram um novo estudo,
publicado na Nature deixando claro que é perfeitamente possível que, sem uma
dieta prévia que incluía quantidades generosas de proteína animal, nós não nos
tornaríamos humanos modernos e inteligentes que somos hoje. A pesquisa sugere
que há pelo menos três milhões de anos, o homem primitivo iniciou uma
alimentação a base de carne, os pesquisadores afirmaram que a “dieta da carne”
fez com que economizassem 2,5 milhões de mastigadas ao ano, com isso muitas
calorias, justamente por usar ferramentas específicas para cortá-la em pequenos
pedaços, e aí que está o segredo da nossa evolução.
A mudança na alimentação trouxe uma refeição muito mais rica em calorias e com
necessidade muito menos mastigação. Isso aumentou os níveis de nutrientes em
geral. No entanto, cozinhar a carne, o que facilitou ainda mais a mastigação,
veio a acontecer muito mais tempo depois, há 500 mil anos atrás. O teste para o
estudo foi realizado com um grupo de homens, eles mastigaram carne de cabra
(semelhante a carnes da época) e vegetais. Usando sensores de eletromiografia,
eles mediram a quantidade de energia que os músculos da cabeça e mandíbula
tiveram que exercer para mastigar e engolir as amostras inteiras ou preparadas
das três formas antigas. O teste comprovou que comendo carne, nossos parentes
primitivos passaram a economizar 2,5 milhões de mastigadas ao ano.
Como se deu a evolução a partir da mudança na dieta?
Uma coisa que os humanos primitivos ganharam foi um pouco mais de tempo livre,
pois já conseguiam terminar suas refeições muito antes. Instintivamente, usavam
este tempo para caçar e obviamente, comerem mais e mais carne. Isso foi muito
importante, porque o cérebro é um órgão nutricionalmente exigente, e, para
crescer comer carne foi essencial, pois fornecia muito calorias e muito menos
esforço. Assim que passaram a processar a carne, os dentes grandes e afiados se
tornaram “desnecessários” e a mandíbula se tornou menos pronunciada e suportada
por menos músculos.
Isso, por sua vez, levou a importantes mudanças no crânio e no pescoço, dando
espaço para o crescimento do cérebro, uma melhor termorregulação e órgãos de
fala mais avançados. Com o crescimento da massa encefálica o proto-humano se
tornou mais intelectual e inteligente.
No entanto, os pesquisadores afirmam que, admitir que a ingestão de carne foi
importante para o desenvolvimento da espécie não serve como justificativa para o
aumento desse consumo no século 21.
Fontes: Veganismo / Time / sossolteiros / 9dades
Artigo: Katherine D. Zink & Daniel E. Lieberman I
Atenção: O material neste site é fornecido apenas para fins educacionais, e não
deve ser usado para conselhos médicos, diagnósticos ou tratamentos.
<https://diariodebiologia.com/2017/03/estudo-de-harvard-casou-polemica-vegana-se-o-ser-humano-nao-tivesse-passado-a-consumir-carne-nao-teria-evoluido/>
Ver mais SAUDE
|
..
|
. |
|
|